Há pelo menos 45 anos que conheço uma vertente de mútua. De base salutar, posso citar como exemplo algumas cooperativas, que sempre funcionaram muito bem, e de gente honrada e trabalhadora, como as de taxistas.

Agora, diretamente no ponto, os antigos seguros marginais estão concorrendo com a indústria de seguros oficiais. De Norte a Sul e por todos os cantos do Brasil, milhares de pontos de venda já prospectam nesse nicho específico e obtêm uma parcela significativa de "contratos".

O grande volume de dinheiro dessa indústria não pode ser medido, mas o volume de objetos se presume. Por isso, de tal forma ávidas, não podem ser mais escondidas da vista, inclusive, do nosso próprio mercado vacilante.

Segundo a internet, a palavra "paralelo" é um adjetivo figurado, "que opera, funciona, trabalha colateralmente a outra atividade, instituição etc. de mesma natureza, mas de existência [?] oficial". Ex: mercado paralelo - que nos trás a questão dos seguros paralelos.

Profundamente organizada, A INDÚSTRIA DOS SEGUROS PARALELOS, não tem mais medo de se mostrar para alguém de nosso espaço geográfico. Absolutamente articulada, no silêncio de suas ações, colocou no bolso todas as ações da nossa indústria, que arrogou vitória apenas na inércia.

A nossa condição privilegiada, entretanto, não opôs resistência aos constantes impulsos e ações quietas dessa indústria paralela. No passado, a indústria dos seguros trabalhava esse tema levando-se em consideração a ilegalidade e demonstrando até pulso forte, mas com pensamento néscio, e foi abatida quando os consumidores perceberam que poderiam ter seus bens "segurados" de uma forma diferente.

Não somente isso, tenho que admitir, o entrosamento diretivo e silencioso com diversas legislaturas foi o que ficou evidente neles. De modo constante, a indústria dos seguros paralelos fez da política o seu bastião e fomentou um apaixonado estilo de sobrevivência, que hoje reflete as perdas da própria indústria do seguro.

Numa atitude ousada, algum tempo atrás, tirei como correta a realização de uma regulamentação do SEGURO PARALELO. Porque eu sei que conversar é a melhor maneira de se conseguir grandes vitórias e vencer o que poderia ser um inimigo. Infelizmente, tirando os corretores de seguros, nossa indústria ficou inerte. Agora, ainda há um tempo para conseguirmos realizar algumas mudanças.

Por fim, a nossa indústria serviu de aio para a indústria do Seguro Paralelo. Essa dormida na rede é o que me faz crer que talvez seja conveniente o que aconteceu no Brasil. A história, por questão ocasional, não contará da derrota de uma indústria que poderia prosperar mais. E não se engane aqui nesta linha, estou falando da indústria do seguro.

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros