Seguradora LIBERTY investe em especialização para crescer em seguro transporte
Diante do expressivo crescimento do seguro de transporte, entrevistei o diretor de Transportes da Liberty Seguros, Marcos Siqueira, para trazer aos leitores um cenário sobre este nicho do setor de seguros. Em 2022, o segmento movimentou vendas de R$ 5,3 bilhões, avanço de 25% em relação a 2021, e pagou indenizações de R$ 2,87 bilhões, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), analisados pela CNseg, a confederação nacional das seguradoras. Leia abaixo os principais trechos da conversa:
Qual o desempenho do segmento de seguros de transportes neste ano em vendas?
Em 2022, o mercado de seguros de transportes cresceu 25% em prêmios, de acordo com a SUSEP. E esse número foi muito puxado pelo segmento de agronegócios – que teve alta de mais de 32% em volume de movimentação de mercadorias, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária – e pelo de petróleo, que também registrou um boom no ano passado. A Liberty Seguros registrou um crescimento de cerca de 5,9% no período. Tal resultado foi um pouco mais modesto em relação ao mercado e pode ser justificado pelo fato de a companhia não trabalhar com opções para esses setores anteriormente mencionados. Independentemente, o segmento de transportes é muito importante para nós, e trabalhamos com um portfólio completo, além de oferecer diversos serviços para fomentar a adesão dos corretores a esse mercado.
E em indenizações?
O mercado de transportes mostrou queda em termos de indenizações. No que diz respeito a sinistros, o setor teve uma piora de 2,8 pontos percentuais, indo de 51,1% para 53,8%, conforme aponta a SUSEP, principalmente por conta de um grande aumento na frequência de acidentes rodoviários, que é um dos grandes problemas dessa frente de atuação hoje em dia.
No que diz respeito à Liberty, até dezembro de 2022 a companhia estava na contramão do mercado, registrando uma melhora no segmento. Em dezembro de 2021, o acumulado de sinistralidade da companhia era de 44,5% e, um ano depois, encerrou o mesmo período de 2022 com 40,3% – uma melhora de 4,2 pontos percentuais.
É uma carteira rentável?
Sim, quando bem trabalhado, o segmento de transportes é bastante rentável. Para isso, é fundamental conhecer todos os detalhes das operações dos clientes, como qual tipo de mercadoria eles transportam, como administram suas operações e como atuam para prevenir e gerenciar riscos. A Liberty hoje trabalha com uma carteira de seguros de transportes bastante rentável e vamos continuar investindo neste tipo de serviço, pois acreditamos nas oportunidades deste mercado e que temos boas chances de crescer
Quais as medidas adotadas para estabilizar a carteira?
Entre as medidas adotadas, a principal é o entendimento do risco. Quando temos essa compreensão, desenhamos um plano de gerenciamento mais adequado para cada situação e isso acaba por mitigar possíveis ameaças. Nesse contexto, quanto mais capazes formos de mitigar os riscos, como evitar acidentes e situações de roubo,mais chances temos de melhorar ainda mais o desempenho da carteira. Além disso, essas medidas ajudam em questões relacionadas à ASG, pois há melhor gestão de combustível, redução do risco de acidentes e, consequentemente, podemos evitar danos ao meio ambiente – inclusive, reduzindo a emissão de carbono, que é uma das principais preocupações da Liberty.
Como a Liberty se posiciona neste mercado?
Nosso objetivo é sempre posicionar a Liberty como uma das principais seguradoras atuando no segmento de transportes. Inclusive, em 2022, realizamos roadshows por todo o Brasil para conversar com parceiros e representantes do mercado, para assegurá-los de que Liberty vai continuar apostando na carteira deste setor para garantir mais crescimento. Nossos investimentos na área são, majoritariamente, em tecnologia, para facilitar e agilizar o atendimento a segurados e corretores; em processos, para termos maior fluidez e simplicidade; e em pessoas, que são nosso maior ativo, para que seja possível viabilizar o crescimento que queremos ter.
Quais os principais desafios para elevar a participação do seguro transporte no total das vendas do setor?
Um dos principais desafios que a Liberty enfrenta hoje é entrar em novos segmentos, como o de combustíveis, por exemplo. A ideia é que, no futuro, a companhia passe a atuar nesses novos mercados, por isso, estamos nos especializando para dar mais esse passo.
Quais as mercadorias mais visadas pelas quadrilhas?
Atualmente, as placas solares são as mercadorias mais visadas. Depois, temos cobre e outros metais de alto valor agregado, medicamentos e eletrônicos.
O gerenciamento de risco é uma exigência mandatória? A seguradora oferece ou o cliente contrata à parte?
Quando falamos sobre seguro obrigatório não, mas para seguro de roubo e desvio de cargas, sim, as seguradoras praticamente os tornam mandatórios, pois é isso que previne roubos e evita acidentes. Se a pessoa ou empresa tem um bom plano de gerenciamento de risco, isso vai fazer com que o mercado cresça, tenha uma menor sinistralidade e que o cliente se preocupe menos com o roubo de cargas. Hoje, quem contrata o plano de gerenciamento de risco é o segurado, pois a gestão logística da operação acaba ficando nas mãos dele. Dessa forma, a empresa de seguros tem um papel de consultoria, orientando o cliente sobre as melhores tecnologias e equipamentos e o melhor plano de gerenciamento de risco para cada operação.
9) Cite pelo menos dois exemplos sobre as contribuições da tecnologia adotadas pela seguradora para encantar clientes.
Claro. O primeiro deles é a gestão das frotas, em que avaliamos como os motoristas dirigem para evitar acidentes e o diminuir o máximo possível de impactos ao meio ambiente. Quando fazemos isso, também somos capazes de reduzir custos, pois podemos consumir menos combustível e seguir por rotas mais curtas.
Outro exemplo, e que ajuda a evitar muitos roubos, é o que chamamos de isca. Ela consiste em um pequeno dispositivo eletrônico que é colocado dentro da embalagem das mercadorias, que pode ser ativado à distância no momento do transporte da carga. Dessa forma, quando algum roubo ocorre, o ladrão não consegue identificar em qual embalagem o dispositivo se encontra.
Por fim, outra contribuição da tecnologia é o controle de algumas funcionalidades do transporte, como onde o motorista vai fazer paradas, bloqueio de combustível, quinta roda e abertura da porta do veículo – hoje, tudo isso pode ser feito à distância com o uso da tecnologia.
Fonte: Sonho Seguro / Via SindsegSC
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>