Corretor de seguros ou produtor de seguros?
Talvez não importe muito para um corretor de seguros ser chamado de produtor de seguros. O fato é que esse termo foi cunhado há algum tempo e impresso em apólices. Porém, hoje, há uma burla na entrada e na aplicação diária desta qualificação.
Antes disso, há uma confusão com o termo produtor, usado em detrimento do corretor de seguros . No geral, seguradoras observam o profissional como produtor, sem saber que isso não redunda em massificação, mas na marginalização do profissional corretor e na intermediação mal feita.
Devemos então observar a etimologia de uma palavra como esta: corretor. Alguns dizem que vem de 'correre' (correr), outros informam que se situa em 'consultoria', mas prefiro aquela que se situa no latim: corrector.
A lição da Escola Sabatina, CPB, 2022, p. 92, nos ajuda nesta compreensão" O termo grego mesités ("mediador") deriva de mesos ("meio") e denota aquele que anda ou fica no meio. Esse termo técnico era usado para se referir a alguém que cumpria uma ou mais das seguintes funções: (1) árbitro entre duas ou mais partes; (2) negociador ou corretor de negócios; (3) testemunha no sentido legal da palavra; ou (4) fiador, e, portanto, alguém que garantia a execução de um contrato". (grifei)
Essas quatro aplicações casam com o termo corretor de seguros, mas jamais se enquadram com o termo produtor de seguros. Em síntese: o corretor de seguros também é um produtor, mas o produtor genérico jamais se encaixa nesta premissa.
E onde está o problema? Na visão que temos de nossa atividade. Portanto, há uma disfunção não observada pelo nosso mercado.
Outra confusão que pode existir é situarmos o termo produtor como alguém que massifica, que vende mais ou que ao ser direcionado passa a expandir sua carteira. Ledo engano!!
As maiores produtoras de seguros do mundo são corretoras de fato e de direito. E o termo produtor é conotado para pequenas corretoras. Portanto, somente pequenos corretores, a maioria, são taxados como produtores de seguros. Mas qual a razão disto?
Desconhecimento! E qual a razão do desconhecimento? A educação do setor!
Conhecimento é tudo! Conhecimento liberta! E quem tem o conhecimento detém a liberdade, in addita.
Talvez, alguém pense: por que tocar nesta ferida? Porque há necessidade de cuidar do ferimento; o tocar nesse dolorido machucado não diz respeito àqueles que ensinam as nuances do seguro em si, muito longe disso o meu agradecimento especial a todos que levaram e contribuiram com o conhecimento desta ciência; mas a minha virtude crítica se dá naqueles que mal aprenderam!
Aprender é uma arte, também!
Mas, voltemos ao tema. O produtor de seguros pode ser comparado ao termo "proteção veicular"? Vamos generalizar e desconstruir um conceito, de modo simples: ele existe, tem as mesmas nuances, foca em garantias securitárias, mas não é seguro! Então, corretor e produtor são diferentes entre si, do mesmo modo que a indústria de seguros e a indústria pirata não comungam.
- Então, onde está o pecado?
- O pecado está em não enxergar isto!
Só quem é de fato corretor sabe a diferenciação entre corretor e produtor. As duas coisas não se confundem; mas garanto que os corretores, a maioria de nós, somos tratados como produtores.
Aí está o contraditório.
E é justamente por isto, meus caros, que é o dever de cada qual entender o seu papel. Aliás, vou dar um exemplo clássico, repetitivo, em quase todas as minhas citações. Durante décadas o corretor vendeu o custo de apólice na apólice, em rubrica própria. E, se você é corretor e daquela época, vai saber o que estou escrevendo. Porém, pergunto: por que o corretor não recebia comissão do custo de apólice, que vendia destacado na própria apólice, antes do imposto? E R$ bilhões perdidos em comissões? Então, se durante anos você vendeu e não recebeu, como óbvio que se demonstrou depois, ainda que eu fui criticado - acreditem - pelos próprios corretores, por abrir o tema nacionalmente, como éramos tratados: corretores ou produtores?
Nada de conflito com quem quer que seja, muito pelo contrário estimulo o debate, e ainda focando nos termos do título deste meu parecer, pois a virtude não está na crítica, mas no ajuste do conceito. A realidade é que temos homens e mulheres absolutamente capazes nas frentes de inteligência e manutenção desta atividade laboral. Sinceramente, sinto, ninguém senta em uma cadeira sem uma sólida verdade de competência em si mesmo. A competência é o requisito mínimo para se levantar a bandeira da prosperidade laboral e, não tendo dúvida disto, há uma competência . O que eu combato não são os homens e mulheres que se apresentam no viés mais significativo da nata de nossa atividade, mas, talvez, com todo o respeito que se possa ter e me incluindo neste parecer, na incapacidade de detectar a não pluralidade tão significativa que é o termo único: corretor de seguros! E, nisto, todos nós corretores pecamos!
Aí está meus irmãos e irmãs, que possuem credenciais para serem chamados de corretores de seguros, a deixa para uma simples pergunta:
- Você é corretor de seguros ou produtor de seguros?
Armando L Francisco
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