Troca na Susep : Governo cumpre com a palavra
A leitura que eu faço da chegada de um nome da corretagem no controle do mercado de seguros pode ter aspectos bons. Primeiro, que isso já estava desenhado precedentemente, desde antes da saída da superintendente Solange Paiva Vieira. E as recentes votações e movimentos políticos exigiram uma contrapartida do governo.
Com toda a convicção, diria um amigo, não se demonstra que era a primeira opção do governo, que segurou estes 30 meses e 16 dias de vigência com vontade, acertos e erros. E mais de medição de forças, com resultados que se vêem agora. Neste intervalo se viu de tudo; restando a política, que venceu no final e tem condição de continuar a fazer o bem, que já foi despertado por uma administração técnica.
De fato, isto não gerou surpresa em mim; já era ventilada na mídia do seguro, e nem pode ser vista como uma coisa ruim. Pessoas no governo serão sempre transitórias. E nada de demonizar esse ou aquele, pois se trata apenas de gosto ou desgosto.
Na política, como exemplo, a praticidade do acordo é mais contundente que na vida real. Lá, o fio de bigode tem mais valor que o papel assinado! E aquele que não cumprir com a palavra perde o governo! Realmente, a honra do fio de cabelo é uma coisa que eu pratico na vida, e que o aperto firme das mãos não traiam a palavra proferida.
Pois bem, acredito que foi uma conquista para quem tanto almejou a posição icônica e relevante, pois há um planejamento silencioso e de efeito prático, que eu sempre bato palmas; mais exitoso que o barulho das redes sociais. Mas, objetivamente, por outro lado, tanto anseio dos corretores tem a ver com situações em que a norma errou, especialmente na demonstração do valor da comissão.
De uma forma birlhante, por parte das seguradoras foi um marco histórico, mas não prejudicado pela maior parte das ações dessa administradora. De fato, enquanto durou a estratégia da mais técnica gestora da Susep, a abertura do mercado foi precedente importante (e necessário) ao conjunto que primava pela Livre Iniciativa.
De qualquer forma, se o atributo técnico-econômico do ministro Paulo Guedes manteve a ordem regulatória sem viés político, será que essa visão da Economia deixará enxugar todas as afirmativas regulatórias precedentes?
Eu acredito que uma das coisas boas de uma nova gestão sempre será já demonstrar no início a que veio. Nisto, como sou neófito da política, confesso, tiro que a popularidade deve ser um elo importante para o sucesso de uma administração. E, por isto, me vêm perguntas do tipo:
1) A partir de qual momento será tirada a obrigatoriedade da demonstração da comissão? Afinal, era uma das vertentes da iniciativa contraditória ao movimento regulatório tido como missão. E a maior parte dos corretores, inclusive eu, acha que isso deveria vir logo!
2) O que será feito do Open Insurance e outros marcos regulatórios? Com convicção, de novo, creio que as medidas são boas e representam avanço, mas o corretor deve ser inserido. Então, como presença marcante e aliada a profissão, qual momento de fixar a posição?
3) DPVAT. Sabemos que os valores parados deveriam imediatamente ter outro destino. Conhecemos que os muitos bilhões de R$ já deveriam estar nos cofres públicos. Ou não? Aliás, o correto é devolver o dinheiro para o segurado, que pagou obrigatoriamente o imposto.
4) Etc.
Ademais, o que interessa também é o comportamento do CNSP daqui pra frente. Sim, já escrevi a respeito, que não concordo com o organograma atual do seguro, acho que uma agência regulatória tem mais condições de trabalhar com seus conselheiros. O modelo é antiquado e dá oportunidade para monopólio e truste.
Da melhor das formas, o meu desejo é de sucesso para a nova equipe que vai comandar a Susep e particpar do CNSP! Realmente, entendo que todos lutam por um país melhor e que concentre o anseio da população brasileira. De igual forma, parabenizo a estratégia e a vontade de representação, fatos que não me passaram despercebidos e que contemplam uma virada real, profunda e inteligente. Parabéns, mais uma vez
Armando L Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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