Coronavírus muda rotina de corretoras e seguradoras
O COVID-19 traz um grande desafio às seguradoras globais. Elas, especialistas em gestão de riscos, agiram muito antes dos apelos do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para evitar a proliferação do coronavírus. “Tripliquem a vigilância, façam monitoramento, rastreio de contaminados e, em caso de quadros gripais, faça autocuidado”, diz dia a dia o ministro.
O vírus que surgiu na China no fim do ano passado já chegou a mais de 86 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ultrapassa o número de 3,2 mil mortes e registra mais de 98 mil infectados. O Brasil confirmou 20 casos para o vírus registrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e outro Bahia até domingo, dia 8. No total, o País tem 768 casos suspeitos e 480 análises foram descartadas.
Carlos Magnarelli, CEO da Liberty Seguros, contou ao blog Sonho Seguro que até a última sexta-feira (6) a seguradora suspendeu dois eventos nacionais voltados ao público interno da companhia que ocorreriam nas próximas semanas, ambos são apenas para funcionários da seguradora e não contam com presença de corretores e ainda não tem previsão de quando serão remarcados. “Os demais eventos do ano, assim como os com nossos parceiros, até o momento, permanecem como o planejado. Reforçamos que estamos constantemente monitorando a situação do vírus no Brasil e no mundo para garantir a segurança de todos os nossos funcionários e corretores”, citou.
A Zurich Seguros, por ser uma companhia multinacional, com sede em Zurique, segue as recomendações da matriz e também locais. A companhia tem consultado cientistas renomados no mundo para ter uma melhor gestão das pessoas e dos negócios do grupo. Tem também no Brasil um grupo de gestão de crise que monitora diversos riscos, inclusive de pandemias.
Na Zurich, por exemplo, executivos que viajaram para países onde o vírus se espalhou devem trabalhar de casa por duas semanas. Outra iniciativa da subsidiaria da seguradora suíça é antecipar a vacinação contra a gripe. Segundo o ministério da Saúde ela será iniciada em 23 de março e a Zurich quer antecipar ainda mais. “Assim não corremos riscos do pânico que pode atingir pessoas com gripes comuns”, afirmou Carlos Toledo, diretor de RH da Zurich, ao blog.
As viagens internacionais, de negócios, estão sendo monitoradas na Zurich. Duas agendadas há meses foram canceladas no mês de março, especialmente para países focos da doença. Outras também foram canceladas, mas os dois head locais fizeram as reuniões virtualmente. “Nas viagens pessoais, a companhia não pode impedir, mas pedimos bom senso de nossos colaboradores. E mesmo que elas aconteçam, estamos monitorando se houve alteração na saúde para decidirmos se ele fica em quarentena ou não”, citou.
Nos eventos programados para o ano, as seguradoras monitoram passo a passo. Caso a doença venha a progredir severamente, outros eventos serão cancelados. Os corretores, que tem suas viagens de premiações geralmente no segundo semestre, torcem para que tudo fique bem. A Zurich, por exemplo, tem duas delas programadas para fora do pais. “Mesmo não sendo para países focos, estamos monitorando o Brasil, pois o risco ainda existe”, acrescentou Toledo.
Implementar o programa “Work Life Balance” ajudou a Zurich a por em prática o trabalho remoto. “Vamos agilizar esse programa para estarmos preparados para uma possível evolução de uma contaminação no Brasil. Temos hoje capacidade de colocar a companhia em homeoffice se tivermos de evitar reuniões presenciais”, afirmou.
Na corretora Marsh, também foram adotadas iniciativas globais e valem para operações em todos os países, principalmente onde se tem mais foco do Coronavírus. Entre as determinações a seguir, a Marsh cita adiamento de conferências patrocinadas pela corretora e grandes reuniões internas que requerem viagens. As decisões para realizar grandes reuniões de colaboradores e/ou clientes locais levarão em consideração qualquer orientação ou requisitos das autoridades públicas locais de saúde. Também está na ordem do dia restringir viagens para áreas afetadas, de acordo com os conselhos de saúde.
Todos os colaboradores que tenham viajado para uma área afetada estão sendo aconselhados a informar seus gestores e permanecer em casa por 14 dias também na Marsh. “A segurança de seus colaboradores, clientes e das comunidades é sempre prioridade máxima. Como resultado da contínua disseminação do coronavírus, a companhia implementou uma série de medidas e precauções para manter a saúde e a segurança de todos os seus trabalhadores”, afirmou o grupo.
A corretora Aon adotou algumas medidas preventivas para garantir a saúde e segurança dos colaboradores e clientes. Entre elas:
Viagens – Restrição às viagens não essenciais de negócios;
Eventos – A realização de eventos está sendo avaliada pontualmente e alguns estão sendo postergados;
Comitê global – Criação de comitê global para monitorar a situação e manter os colaboradores atualizados;
Site de resposta global – disponibilizado aos clientes e colaboradores com materiais que orientam sobre como responder e mitigar os riscos do vírus;
Webinar global – destinado aos clientes com as orientações sobre como responder e mitigar os riscos do vírus nos seus negócios e entre os seus funcionários;
Comunicados aos clientes – informativo de saúde do Aon pela Vida destinado para as empresas enviarem aos seus funcionários;
Blog The One Brief – artigos exclusivos sobre o tema.
Apesar de ter uma grande capacidade de contágio, a letalidade do coronavírus não é considerada alta e, segundo o Ministério da Saúde e a OMS, não há motivo para pânico. Ainda assim, o órgão internacional elevou o nível de contaminação global para “muito alto”.
Os sintomas da infecção podem se assemelhar a uma gripe comum na maioria das pessoas e, para evitar a propagação do vírus, os órgãos recomendam medidas de higiene simples, como lavar as mãos regularmente e usar álcool em gel.
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