Executivos brasileiros estudam método nos EUA para melhorar processos no segmento de saúde
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Conhecimento da Kaiser Permanente pode contribuir com o sistema no país, mostrando os ganhos reais para a sociedade em prevenir ao invés de remediar.
Conhecer a Kaiser Permanente foi um choque de realidade e um divisor de águas para a empresa na área tecnológica", conta Maely Filho, diretor da MedSêniorLocal: De 14 a 17 de outubro Oakland – Baía de São Francisco
Entender estratégias disruptivas que estão transformando instituições de saúde pelo mundo será a missão de um grupo de gestores do setor, que embarca para os EUA, em outubro, para estudar como aprimorar a atuação perante a prevenção e a conscientização, tendo o paciente como o centro do cuidado, no Seminário Internacional Kaiser Permanente.
A iniciativa é da Universidade Corporativa Abramge, entidade que faz parte do Sistema Abramge – Associação Brasileira de Planos de Saúde –, e da Kaiser Permanente, uma das líderes no Sistema de Saúde nos EUA, com mais de 12 milhões de clientes, que acontece pela segunda vez, tendo como objetivo ampliar as possibilidades de aperfeiçoamento na área.
“Lá, eles vão percorrer a jornada do consumidor e aprender como estimular medidas para uma vida saudável aos beneficiários de planos de saúde. Ao entenderem o comportamento do consumidor (hipertensos, obesos, diabéticos etc.), as instituições poderão estimulá-lo a se cuidar antes de ter quadros mais complexos e de risco”, explica Paulo Marcos Souza, conselheiro e cofundador do Instituto Latino-americano de Gestão de Saúde (Inlags).
“Um choque de realidade”
É assim que Maely Filho, diretor da MedSênior, descreve a experiência que obteve na primeira edição do evento “Seminário Internacional Kaiser Permanente”. Isso, segundo ele, pelos seguintes motivos:
Uso da inteligência artificial no auxílio à decisão médica;
Telemedicina: uso da tecnologia para tornar a medicina mais resolutiva;
Uso da análise preditiva visando o conhecimento das comorbidades existentes na população e tratamento personalizado;
Remuneração médica com base em performance. Um cuidado maior para as pessoas traz baixa sinistralidade e, com isso, um bônus permanente para a sociedade;
Verticalização possibilita eficiência nos tratamentos dos usuários, o que ocasiona mais resolutividade.
Pilares estratégicos para a saúde
Durante a viagem, os executivos terão a oportunidade de desvendar os quatro pilares da metodologia Kaiser Permanente: qualidade, gestão de saúde populacional, controle de custos e gestão dos prestadores.
Dentre eles, na visão de Paulo Marcos Souza, conselheiro e cofundador do Instituto Latino Americano de Gestão de Saúde (Inlags), o mais relevante para o Brasil é o ‘gestão de saúde populacional’, porque traz como foco o cuidado. “É fundamental estimular o paciente a se tratar. Esta é a parte mais importante da Kaiser Permanente. Ela mostra para as instituições como ensinar as pessoas a fazer a prevenção, o que faz com que o processo seja um sucesso, exatamente, por atuar no comportamento do paciente. E isso faz toda a diferença”, destaca.
“Foco na gestão da saúde, não em consertar doenças”
É desta forma que David Oliveira, CEO da Decida Assessoria em Gestão e Tecnologia e sócio-diretor da ItechMed, explica sobre a metodologia Kaiser Permanente. “Gosto bastante do modelo, pois ele centraliza as informações do cuidado. Eu tive a oportunidade de aplicá-lo em hospitais pelo Brasil e, tal centralização, de forma verticalizada, faz com que seja possível antecipar eventos adversos. Isso porque se baseia em dados que permitem a identificação dos problemas antes que aconteçam e fiquem crônicos”.
Os mesmos dados, de acordo com o executivo, também podem ser usados para desospitalizar mais rápido o paciente, pois atua dentro de três vertentes: informação eficiente; fluxo eficiente; e estrutura eficiente. “Outro ponto interessante é que a metodologia é ligada a estrutura eficiente de lean”, destaca Oliveira. “É um modelo de gestão de fim a fim, ou seja, de todo o cuidado, de toda a informação que chega até o paciente, incluindo todo o ciclo de medicação e preocupação da saúde, não da doença. Tudo isso resulta naquilo que ouvimos tanto, a melhora da experiência do paciente. A percepção é imediata”.
Vale a pena estudar a metodologia Kaiser Permanente e trazê-la para disseminação nas instituições brasileiras?
“Em nossa companhia, ela foi o divisor de águas para que pudéssemos entender o caminho a ser percorrido na área tecnológica”, conta Maely Filho, diretor da MedSênior, que participou da primeira edição do Seminário Internacional Kaiser Permanente. Após a análise da metodologia, a equipe de Maely refletiu sobre o quão importante seria a implantação e como ela afetaria a instituição e o público atendido. A partir daí, optaram pela criação de uma nova unidade, denominada de ‘Laboratório de inovação’. “Ou seja, valeu muito à pena mergulhar nesse mundo de informações”.
Paulo Marcos Souza, do Inlags, também complementa: “é importante não só trazer o conceito para cá, como enxergar, principalmente, a qualidade do atendimento do usuário, para que a operadora de saúde possa atuar na orientação do paciente, em sua jornada, não apenas na recuperação e no pagamento pela doença”.
“Aplicar o modelo de saúde populacional aqui no Brasil, portanto, seria fantástico. Algumas instituições estão tentando fazer isso”, ressalta David Oliveira, da Decida Assessoria e Itech Med. Afinal, segundo ele, a Kaiser Permanente já usa telemedicina para acelerar o cuidado e melhorar a qualidade da saúde, com múltiplos especialistas dentro da rede, e isso poderia e pode ser feito no Brasil, em um curto espaço de tempo.
“É preciso pensar fora da caixa para obter resultados”
A frase de Maely Filho, diretor da MedSênior, mostra que esta viagem educacional tem uma proposta diferente, a de sair do lugar comum e explorar possibilidades, sob diferentes pontos de vista para obter o que hoje se chama de disrupção (quebra de padrões, de paradigmas) para avançar.
Por isso, segundo ele, os pontos de destaque deste aprendizado educacional são:
Conhecimento tecnológico;
Experiência hospitalar no exterior;
Pensar fora da caixa;
Network.
“Ao conhecer a metodologia Kaiser Permanente e visitar startups do setor de saúde no Vale do Silício, nós temos a oportunidade de ver que podemos fazer de forma diferente o que, hoje, é realizado dentro de nossas empresas. Tal fato é de grande valia, pois nos faz entender a importância de uma gestão focada em resultados, sem perder de vista a eficiência operacional, ou seja, é capaz de revolucionar as nossas instituições”, destaca.
Uma experiência única
Além do conhecimento e da experiência de ver o tratamento médico em outro país, Maely Filho descreve que teve a oportunidade de conhecer pessoas e criar um novo ciclo de amizade. “Nós nos tornamos um grupo que compartilha novidades e oportunidades, mas que também divide problemas e soluções. Inclusive, após a primeira edição deste evento, já me reuni com várias pessoas do grupo, as quais me ajudaram e, muito. Portanto, recomendo esta experiência”.
Sobre o Seminário Internacional Kaiser Permanente
O Seminário Internacional Kaiser Permanente, que acontece de 14 a 17 de outubro, em parceria com a Universidade Corporativa Abramge será uma verdadeira experiência educacional repleta de inovação e integração.
Temas
O Modelo Kaiser Permanente: estrutura e princípios;
O plano de saúde: nossa abordagem para oferecer produtos de saúde;
O poder do Big Data: veja o poder dos dados transformando o sistema de saúde;
Transformando a saúde pela tecnologia: nossa jornada pela saúde digital, incluindo um foco em telemedicina;
Abordagem da Kaiser Permanente sobre qualidade: prevenção, saúde populacional e cuidado integrado;
Desenvolvimento: vivencie a cultura Kaiser Permanente;
Um dia explorando a tecnologia no Vale do Silício / Baía de São Francisco: visite empresas de tecnologia estabelecidas e startups em saúde digital para discutir as últimas tendências em tecnologia na saúde.
Serviço
De 14 a 17 de outubro
Oakland – Baía de São Francisco
Inscrições: https://bit.ly/2ZzLlzh
Texto de Alexandra Ebert, especialista em comunicação e marketing no segmento da saúde, da Ebert Comunicação
Sobre a Associação Brasileira de Planos de Saúde – Abramge – A entidade sem fins lucrativos inclui mais de 130 operadoras de planos de saúde associadas. O principal objetivo estabelecido desde a sua fundação, em 8 de agosto de 1966, é representar institucionalmente, junto aos órgãos federais, estaduais e municipais, as empresas privadas de assistência à saúde em atuação no território nacional. O chamado Sistema Abramge engloba ainda o Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge) e o Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, (Sinog) e a Universidade Corporativa Abramge (UCA).
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