CVG-SP aborda inovação na subscrição
No dia 23 de agosto, o CVG-SP promoveu uma palestra com o tema Inovação em Subscrição: como ser mais ágil e preciso na subscrição sem aumentar o risco do negócio. A programação teve a participação de Alessandra Monteiro, Diretora de Subscrição de Vida e Longevidade do IRB Brasil RE.
A mesa diretora foi composta por Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP, Alessandra Monteiro, diretora de Subscrição de Vida e Longevidade do IRB Brasil RE, Letícia Doherty e Julio Cesar do Rego, também do IRB Brasil RE.
Iniciando os trabalhos, Silas Kasahaya, agradeceu aos presentes, à importante iniciativa do IRB e à David Novloski, conselheiro do CVG-PR; João Paulo Mello, presidente do CSP-MG; Osmar Bertacini e Paulo Meinberg, conselheiros do CVG-SP, pela presença no evento. “Sei que disponibilizar um tempo para estar aqui conosco é sempre um desafio, mas tenho certeza que esse evento com o IRB trará ideias novas nessa área de subscrição”, afirmou. O presidente também reforçou a parceria estabelecida com a FECAP, “nós estamos com três turmas em andamento nesse momento e está sendo um sucesso”, concluiu.
Dando início à palestra, Alessandra Monteiro afirmou que “o objetivo é apresentar, aqui, algumas ideias a vocês e propor uma discussão”. Ao longo de sua fala, a diretora do IRB Brasil RE expôs como é possível inovar dentro do processo de subscrição, mas sem perder a agilidade e a qualidade. “Somos cobrados dentro das empresas para isso, mas não podemos aumentar o risco do nosso negócio, visto que a subscrição é muito importante para que tenhamos resultado”, explica.
Alessandra também apresentou uma definição de subscrição e inovação. Esta, segundo ela, “é ter ideias novas e colocá-las em ação”. Aquele, por sua vez, “é o processo de tomada de decisões utilizado para aceitar um risco, classificando-o para cobrança de prêmio adequado, de modo que fique justo para os segurados e lucrativo para as seguradoras”, explica.
Para a Diretora do IRB Brasil RE, uma subscrição adequada se dá a partir de alguns fatores: quando o risco é avaliado com exatidão e classificado apropriadamente; quando há uma avaliação correta da cobertura; e quando o prêmio é calculado de acordo com o estado em que se apresenta o risco. “A partir de momento em que todo o mercado trabalhar com uma subscrição adequada, a competição de mercado será muito melhor e é de suma importância para a lucratividade”, garante.
Por outro lado, a subscrição inadequada é aquela que possui uma prática de prêmios não competitivos e uma aceitação de riscos vultosos ou agravados com cobrança de prêmio inapropriado. As consequências, explica Alessandra Monteiro, é o desinteresse dos produtos de seguro e uma imagem distorcida desse mercado.
Alessandra também acredita que o foco deve ser, sempre, o cliente. Para isso, “é preciso criar novos produtos alinhados às principais necessidades do público alvo”, que se dá de forma mais adequada a partir de uma análise do perfil comportamental do consumidor.
A importância e relevância das redes sociais para o levantamento de informações do segurado foram alguns dos outros assuntos discutidos. Para ela, é preciso fazer um check de informações, conferir a ocupação, o estilo de vida, as atividades de risco, os hábitos de consumo e a situação financeira do cliente. “O futuro da subscrição a curto prazo passa por informações de redes sociais”, alega Alessandra.
No que diz respeito à tecnologia, a palestrante apresentou um novo dispositivo em substituição aos exames de saúde que tem sido desenvolvido com o objetivo de tornar a subscrição mais ágil, menos invasiva e com resultados tão assertivos quanto de um exame médico. O dispositivo capta as informações e envia um modelo para o subscritor para que o subscritor tenha uma ideia da saúde da pessoa sem passar por exames.
A Cotação Cognitiva, que permite a execução do processo de cotação de forma interativa e em linguagem natural, foi outra inovação exibida. “O sistema é retroalimentável, o que o deixará ainda mais inteligente e preciso para as futuras cotações. O que há de tecnologia desse tipo, hoje, é, por exemplo a Siri, da Apple e o Google Assistent”, diz.
Uma nova metodologia de precificação para seguro de vida também foi apresentada. Segundo ela, pesquisas apontam que a compra do seguro de Vida provoca uma mudança no comportamento do consumidor. Alessandra Monteiro explica que, estatisticamente, uma pessoa sem seguro é mais prudente do que aquele que já o possui. “Descobrimos que isso acaba impactando na tábua de mortalidade. E isso reflete, diretamente, na precificação do seguro”, conclui.
A Diretora do IRB Brasil RE expôs algumas ferramentas para subscrição de Vida: o DPS e a telesubscrição, que melhoram a experiência do cliente e trazem maior quantidade de informação para a seguradora. Entretanto, cada uma das ferramentas apresenta seus benefícios e vantagens. Como alternativa, foi desenvolvido o Agility. A ferramenta inclui um questionário eletrônico, uma assessoria médica e uma análise de dados. “Através de um sistema customizado, o proponente preencherá todas as informações pessoais (proposta) e de saúde (DPS) com o objetivo de avaliar o risco de maneira ágil e eficaz. Este modelo é uma alternativa à tele-entrevista, para capitais mais baixos, proporcionando uma subscrição inteligente, mesmo em capitais menores”, explica.
Durante o evento, houve participação do público e João Paulo Mello, presidente do CSP-MG, questionou se o Agility tem uma base de perguntas para a seguradora customizar ou se a empresa pode criar parâmetros. Alessandra explicou que poderia ser as duas coisas. “O questionário é totalmente customizável, então a seguradora pode pegar o que ela usa em papel e colocar dentro da ferramenta. O que nós criamos são as perguntas secundárias para tentar esclarecer e, todos esses parâmetros de aceitação nós vamos criando em conjunto”, diz.
Leandro Cordeiro, Gerente de Subscrição da Metlife, perguntou como é possível unir esse tipo de tecnologia com o Seguro Coletivo. Para Alessandra, há como utilizá-lo em alguns casos, embora seja mais voltado para o Vida Individual. “A gente talvez não consiga, em termos de preço, muito mais do que já existe porque as empresas, em sua maioria, têm que contratar apólice e quer o mais simples possível”, afirma.
Toda essa automatização, afirma Alessandra Monteiro, traz inúmeros benefícios. “O que as seguradoras mais buscam é reduzir custos e melhorar a performance. A partir do momento que eu automatizo, consigo criar um banco de dados para que a seguradora formule novos produtos e até mesmo entenda o perfil do seu cliente”, explica.
Por fim, Alessandra Monteiro agradeceu a presença de todos. “A inovação e a tecnologia estão batendo em nossa porta, então quem fechar os olhos ficará para trás”, concluiu
Encerrando o evento, Silas Kasahaya comentou dois dos maiores desafios atuais, segundo ele. Para o presidente do CVG-SP, a tecnologia tem evoluído e as seguradoras precisam acompanhá-la. “Se a gente não se apressar, vamos ficar muito para trás. Quando avaliamos as ferramentas que algumas concorrentes têm colocado no mercado, de fato, fazem grande diferença na utilização da vida do usuário”, aponta.
O segundo desafio são as atuais metas das empresas. Com aumento de impostos, e correções monetárias, “a meta aumenta, porque as empresas precisam sobreviver. Nós temos um cenário em que nós precisamos dar lucro para as empresas”, afirma. Ele também explica que é preciso diminuir as despesas e, ao mesmo tempo, propiciar uma experiência agradável ao cliente, mas sem perder a técnica. “Temos que estar bem precificados. Não adianta nos abrirmos para tudo sem ter um mínimo de solvência”, conclui.
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