Covid-19: Brasil vai iniciar estudo inédito com idosos
Ligado à inovação das terapias celulares, o estudo clínico foi aprovado pela CONEP e poderá ser uma resposta para quaisquer outros vírus que surjam após a Covid-19
A maioria dos trabalhos científicos sobre Covid-19 propõe a infusão de células-tronco quando o paciente já evoluiu para o estado grave. Um estudo clínico inédito, a ser iniciado brevemente no Brasil, utilizará a infusão no estágio moderado da inflamação, permitindo, assim, que o paciente infectado pelo coronavírus enfrente a doença em melhores condições e se proteja contra o agravamento do quadro de saúde. É a chamada terapia inespecífica, uma alternativa às vacinas.
A informação foi transmitida por Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) e mestrando em medicina regenerativa. Para o desenvolvimento do estudo clínico, que terá duração aproximada de seis meses, a Anadem iniciou uma aliança científica estratégica com a R-Crio Células-Tronco, especialista em criopreservação.
Canal acrescenta que a proposta é “robustecer o organismo do paciente infectado com a doença para mitigar a inflamação e o comprometimento dos pulmões, além de reduzir as possíveis sequelas”. Ele destaca que “uma vez comprovada a eficácia do estudo, as infusões poderão ser a solução para quaisquer outros vírus que venham depois da Covid-19”.
Diretamente ligado à inovação das terapias celulares, o estudo clínico foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), já tem formado um comitê independente de biossegurança, por exigência da CONEP, e agora aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para iniciar a fase de recrutamento de pacientes.
Estudo será com idosos
O estudo foi desenhado para as fases I e II, de acordo com Raul Canal. Segundo a Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica, na fase I o número de pacientes pode variar entre 20 e 100 voluntários, sendo que na fase II oscila entre 70 e 200 pessoas.
Serão recrutados idosos com mais de 60 anos e com pelo menos duas comorbidades, ou seja, pacientes graves. “Estamos otimistas, será uma enorme descoberta e uma grande resposta para a angústia do momento, que assola toda a humanidade”, destaca o presidente da Anadem.
O Brasil ocupa a 11.ª posição no ranking mundial de países que mais publicaram estudos sobre a Covid-19 desde o início da pandemia do coronavírus. O levantamento foi realizado pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica e utiliza a plataforma Dimensions, uma base de dados internacional com atualização diária.
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