Uso excessivo de medicamentos para cólicas menstruais pode mascarar doenças
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Especialista defende a busca por outras soluções que podem contribuir para o alívio da dor
As cólicas menstruais, também conhecidas como dismenorreia, afetam uma porcentagem significativa das mulheres durante seus anos reprodutivos. Para encontrar alívio do desconforto e da dor, muitas recorrem a anti-inflamatórios não esteroides, analgésicos de venda livre ou mesmo remédios mais fortes sob prescrição. Mas o uso excessivo desses medicamentos para aliviar as dores pode ser prejudicial à saúde, além de mascarar sintomas de doenças mais graves.
O ginecologista Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, adverte sobre o uso indiscriminado e frequente de analgésicos. "Embora eles possam fornecer alívio temporário das cólicas, o uso exagerado pode levar a problemas gastrointestinais, renais e até mesmo um risco aumentado de eventos cardiovasculares. É essencial que as mulheres estejam atentas aos riscos potenciais e explorem abordagens alternativas de controle da dor menstrual."
Úlceras estomacais, sangramento e dores de estômago também são sintomas comuns do excesso de remédios, principalmente quando tomados com o estômago vazio. Seu uso prolongado pode causar dores de cabeça, complicando ainda mais a situação de quem busca alívio.
Mascarar os sintomas das cólicas menstruais com medicamentos pode, ainda, ocultar a identificação de outros problemas de saúde, como a endometriose. "As mulheres que sofrem de dores intensas ou persistentes devem consultar um profissional de saúde para descartar quaisquer condições ginecológicas mais graves ou desequilíbrios hormonais”, frisa o médico.
Em vez de abusar do uso de analgésicos, o especialista recomenda a adoção de uma rotina que possa contribuir para controlar as cólicas, como a prática de exercícios, a baixa ingestão de alimentos multiprocessados, o consumo de alimentos anti-inflamatórios e repouso, quando possível. “Um estilo de vida mais saudável, com preocupação com seu próprio corpo, aliado ao acompanhamento médico periódico, é capaz de promover melhora significativa das cólicas”, finaliza Bellelis.
Clínica Bellelis - Ginecologia
O ginecologista Patrick Bellelis é Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia
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