Entenda o que acontece quando crianças são privadas de açúcar
Médico explica sobre estudo que mostrou quão melhor pode ser a vida de crianças que não consomem açúcares
Um estudo recente revelou que a exposição limitada ao açúcar nos primeiros 1000 dias de vida pode ter efeitos duradouros na saúde, protegendo contra doenças crônicas como diabetes e hipertensão. A pesquisa, conduzida por economistas e cientistas da saúde, aproveitou uma situação única no Reino Unido, onde o racionamento de açúcar foi imposto durante a Segunda Guerra Mundial e o período pós-guerra, até 1953 e é comentada pelo médico intensivista e nutrólogo José Israel Sanchez Robles.
“Com o término do racionamento, o consumo de açúcar na Grã-Bretanha duplicou, criando um “experimento natural” que possibilitou a análise dos efeitos de diferentes níveis de consumo de açúcar nos primeiros anos de vida. Pesquisadores avaliaram dados de 60.183 indivíduos nascidos entre 1951 e 1956, extraídos do UK Biobank, que reúne informações genéticas e de saúde de aproximadamente 500 mil britânicos.”, conta o especialista.
De acordo com José Israel, os resultados mostraram que indivíduos expostos ao racionamento de açúcar durante a concepção e os primeiros meses de vida apresentaram um risco 35% menor de desenvolver diabetes e 20% de hipertensão na meia-idade. “Além disso, o surgimento dessas doenças foi, em média, retardado em quatro anos para o diabetes e dois anos para a hipertensão. A proteção foi mais pronunciada entre aqueles que experimentaram restrição de açúcar durante os dois primeiros anos de vida, sugerindo que a combinação de fatores pré e pós-natais pode exercer um impacto significativo na saúde a longo prazo.”, explicou o médico.
A pesquisa ainda levantou a importância da nutrição precoce, especialmente no que diz respeito ao consumo de açúcar. “Embora o aumento do consumo de açúcar após o fim do racionamento tenha sido modesto em termos calóricos, os efeitos sobre a saúde foram significativos. Esses achados sugerem que a exposição precoce ao açúcar pode influenciar o desenvolvimento de doenças crônicas de formas ainda não completamente compreendidas.”, completou José Israel.
O estudo se junta a um crescente corpo de evidências que relaciona a nutrição durante os primeiros anos de vida com a saúde ao longo da vida. “Apesar de os mecanismos exatos por trás desses efeitos permanecerem desconhecidos, especialistas ao redor do mundo consideram o estudo um avanço importante para compreender como os fatores nutricionais nos primeiros anos de vida influenciam a saúde ao longo do tempo. Além disso, a alimentação baseada em produtos frescos e naturais, com menores quantidades de açúcares adicionados e formas mais “saudáveis” de açúcar, mostra-se promissora para melhorar a qualidade de vida humana.”, concluiu o especialista.
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