ABLC destaca a eficácia da low carb para o combate à obesidade
Posicionamento da associação se deve a estudo da agência de saúde do Reino Unido que constatou que pacientes obesos com Covid-19 apresentam um risco de mortalidade adicional de 90%
Recentemente, a Public Health England (PHE), agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, publicou um estudo no qual mostra que quanto mais elevado o Índice de Massa Corporal (IMC) acima do peso saudável maior o aumento dos riscos de hospitalização, tratamento intensivo e morte pelo novo coronavírus. De acordo com a pesquisa que analisou evidências sobre a relação entre a covid-19 e a obesidade, pacientes acima do peso apresentam um risco de mortalidade adicional de 40% pela doença. Em pacientes com diagnóstico de obesidade as chances de óbito acrescem em 90%.
Diante deste indício associando a obesidade e o agravamento da covid-19, a Associação Brasileira Low Carb (ABLC) vem a público reforçar a eficácia da adoção de uma prática alimentar com baixa quantidade de carboidratos no combate e tratamento do sobrepeso, da obesidade e de doenças crônicas relacionadas, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
O médico e diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, enfatiza que há fatores, como a idade avançada, que não podem ser controlados no sentido de mitigar os efeitos nocivos da covid-19. "O peso, contudo, é um fator de risco sobre o qual é possível atuar", declara.
Para isso, a estratégia alimentar low carb é muito importante. O que pode ser comprovado, conforme Souto, através de dezenas de ensaios clínicos randomizados mostrando que a perda de peso está atrelada a uma dieta que prioriza carnes, ovos e vegetais e evita a ingestão de açúcar e amido presentes em pães, massas e biscoitos, por exemplo.
Artigo científico recentemente publicado na Diabetes Research and Clinical Practice, diário oficial da Federação Internacional de Diabetes, mostra que além da obesidade, a hiperglicemia é fator para o agravamento da covid-19. Conforme a publicação, não é preciso ter diabetes para que o alto nível de açúcar no sangue piore o prognóstico e aumente o risco de morrer pela doença causada pelo novo coronavírus.
Souto destaca que a mesma estratégia para emagrecimento e combate da obesidade é utilizada para diminuir a glicemia. "Uma solução para reduzir dois dos principais fatores de risco modificáveis para desfechos ruins com covid-19 é a low carb, que comprovadamente reduz a obesidade e a hiperglicemia", afirma.
Nesse sentido, reitera o diretor-presidente da ABLC, deve-se evitar o consumo de açúcar e amido. "Não apenas açúcar, propriamente dito, mas açúcar demerara, mel, sucos de fruta e doces", diz. No que se refere à alimentos que contêm amido, recomenda-se a restrição não somente de industrializados, como pães, massas e biscoitos, mas de alimentos naturais, como tapioca, mandioca, batata, batata doce, milho e arroz (integral ou não).
A dieta, como já destacado, deve-se basear em proteínas e gorduras. "Saladas, legumes, carnes (de boi, peixe, ave, porco, ovelha), frutos do mar, laticínio, frios, nada disso elevará a sua glicemia", afirma Souto.
A obesidade e a alta quantidade de açúcar no sangue contribuem para o agravamento da covid-19 por seu alto poder inflamatório. Uma estratégia alimentar que contenha menos carboidratos e, portanto, gere perda de gordura e normalize a hiperglicemia, pode resultar, conforme o artigo publicado pelo diário oficial da Federação Internacional de Diabetes, em uma diminuição da liberação de citocinas inflamatórias e em uma menor capacidade de ligação da proteína ACE2 ao vírus, dois fatos que consistentemente auxiliam na melhora do prognóstico em pessoas afetadas pela covid-19.
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