Brasil ocupa 3o. lugar em ranking de países com habilidades profissionais em risco após pandemia de Covid-19
Milhões de funcionários no mundo todo não têm as habilidades necessárias para realizarem suas tarefas de trabalho porque suas empresas cortaram o investimento em aprendizagem durante a pandemia. A revelação foi feita pelo relatório “Em 2021, as habilidades pedem ajuda”, publicado pela plataforma de upskilling Degreed.
A pesquisa ouviu 5.000 trabalhadores em oito países para revelar o impacto global que a pandemia teve nas habilidades profissionais e quais indústrias, setores e funções de trabalho estão em maior risco. Segundo o levantamento, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países com habilidades profissionais em risco após a crise da Covid-19.
Mais de um terço dos entrevistados nos oito países pesquisados (38%) sentem-se menos confiantes de que possuem as habilidades necessárias para realizar seu trabalho. Quase metade deles (46%) acreditam que suas habilidades atuais se tornarão obsoletas entre três e cinco anos.
Isto é um resultado de dois fatores. Quase dois terços (60%) dos trabalhadores afirmam que a pandemia do coronavírus acelerou a necessidade de adquirir novas habilidades. No Brasil, a porcentagem dos entrevistados que concorda com esta afirmação ultrapassa os 70%. Em paralelo, quase metade das empresas (46%) reduziram o investimento em oportunidades de aprimoramento profissional nos últimos seis meses.
A grande maioria da força de trabalho (78%) quer aprender novas habilidades para apoiar o desenvolvimento de suas carreiras. No Brasil, as habilidades que os trabalhadores mais gostariam de aprender são programação e conhecimentos avançados de TI; empreendedorismo e iniciativa própria; e liderança e gestão de pessoal.
O nível de ameaça para habilidades não é igual em todos os países, setores e funções:
- Global: Trabalhadores na Índia, França e Brasil são os mais afetados por habilidades em risco;
- Setor: Habilidades nos setores de tecnologia, telecomunicações, financeiro e engenharia estão em maior risco;
- Cargo: Trabalhadores nas áreas de TI e RH têm as habilidades mais ameaçadas
Isso tem um impacto enorme para empresas que tentam navegar a crise e se preparar para a recuperação. Quando a confiança em habilidades é baixa, mais de a metade de trabalhadores (55%) sentem mais estresse. Eles também acham que as tarefas demoram mais tempo para serem realizadas (41%) e que a qualidade do trabalho é mais baixa (22%), prejudicando a produtividade.
Esse cenário também deve impactar a retenção de talentos. Quase a metade (46%) de trabalhadores no mundo dizem que devem deixar o atual empregador se não houver oportunidades de aprimoramento profissional. Isso deve ter um impacto econômico para os negócios também, visto que o custo para contratar novos funcionários é de, aproximadamente, US$ 4.000 por cada nova contratação.
“As empresas que sobreviverão e prosperarão após a pandemia serão diferentes do que eram antes. Isso significa que trabalhadores terão de refinar suas habilidades atuais e aprender novas habilidades para atender à demanda. No entanto, embora novas habilidades sejam necessárias, as empresas têm cortado o investimento em aprendizagem e desenvolvimento. Nós já sabemos que o déficit global de habilidades está custando trilhões de dólares em PIB perdidos. Isso sem mencionar o impacto no bem-estar, rotatividade e produtividade de funcionários”, disse Chris McCarthy, CEO da Degreed.
No Brasil, 55% dos entrevistados acreditam ser mais provável que seus empregadores demitam funcionários do que requalifiquem ou realoquem os trabalhadores para outros departamentos. Quando analisamos os dados da região Norte, esse número pula para 70%, seguido pelo Nordeste (57%), Sudeste (54%), Sul (54%), e Centro-Oeste (44%).
Para Débora Brewer, Vice-Presidente para a América Latina da Degreed, esse cenário é resultado da cultura de trabalho na região e a mudança precisa começar pelos cargos de liderança. “É fundamental mudar a mentalidade dos gerentes. Os líderes das empresas precisam entender que seus funcionários devem estar sempre aprendendo, adquirindo novas habilidades e requalificando as que já possuem”, disse Débora. “O aprendizado precisa ser integrado ao fluxo de trabalho, e não funcionar apenas como algo que as pessoas fazem paralelamente ao serviço. O funcionário precisa ter um momento para aprender.”
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