Imunidade ainda é mistério frente ao coronavírus
Organismo possui mecanismos para proteger nosso corpo contra substâncias estranhas - Divulgação
Médica explica que mesmo em pessoas saudáveis, é difícil prever como o vírus vai evoluir. Estudo avaliou reinfecção de outras variações de Covid sazonal e constatou que é possível que haja novas ondas da doença
Depois de oito meses de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, a população brasileira agora enfrenta possíveis casos de reinfecções, o que coloca em xeque a teoria de que as pessoas já contaminadas e curadas estariam imunes, podendo criar uma segunda onda da pandemia. Um estudo da Universidade de Amsterdã publicado recentemente pela Nature.Com, constatou que a durabilidade da imunidade é curta. O levantamento avaliou 10 pessoas que foram infectadas com outras variações sazonais do coronavírus e constataram que a taxa de reinfecção é de 12 meses.
A médica imunologista e alergista Patrícia Marques, que atende no centro clínico do Órion Complex, ressalta que a resposta do sistema imunológico é complexa. “São os mecanismos utilizados pelo organismo como uma resposta contra substâncias estranhas presentes no corpo. Atua pela ação de células de defesa e pela produção de anticorpos, que são proteínas produzidas em resposta à presença de antígenos”. Por isso, nem sempre, ter um sistema imunológico forte garante que o indivíduo esteja livre das formas graves do coronavírus, mas estar saudável é importante para o enfrentamento de qualquer doença e reduz riscos.
De acordo com a médica, os casos mais críticos da Covid-19, geralmente ocorrem em pessoas idosas ou com doenças associadas, como hipertensão, diabetes ou cardiopatias, entre outras. No entanto, dia após dia, são noticiados casos fatais em que as vítimas são aparentemente jovens, homens e mulheres saudáveis e até crianças. Ainda não é possível saber o porque essas pessoas teoricamente fortes, acabam adoecendo.
Algumas hipóteses sugerem predisposição genética, outras culpam a quantidade de carga viral e até mesmo a presença do cromossomo X. “Enquanto 80% dos infectados apresentam sintomas leves ou semelhantes aos da gripe, no outro extremo do espectro, há aqueles que acabam com pneumonia e conectados a um respirador na UTI, onde o prognóstico nem sempre é otimista”, diz. Como a Covid-19 ainda é considerada uma doença nova, pouco se sabe sobre como o sistema imunológico trabalha a longo prazo. “Por isso é importante que os estudos das vacinas avancem, porque elas agem estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater doenças infecciosas, tornando o indivíduo imune às mesmas”.
Tendo em vista o conceito de saúde preconizado pela Organização Mundial da Saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade", a especialista aconselha que para se ter uma boa imunidade, “é importante a presença de uma vida saudável e manutenção de uma boa saúde mental”. De acordo com ela, para que as diversas células do sistema imunológico funcionem de maneira adequada, é necessário que nutrientes apropriados como glicose, aminoácidos e ácidos graxos sejam ingeridos na quantidade e qualidade corretas pelo indivíduo. As principais vitaminas e minerais que fortalecem a nossa imunidade são: vitaminas A, B6, B9, C, D, E e ácido fólico, juntamente com os minerais zinco e selênio.
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