Campinas é segundo centro do interior de São Paulo a iniciar testes da vacina contra coronavírus
Hospital das Clínicas da Unicamp começa a aplicar doses da CoronaVac nesta quinta-feira (06); 500 voluntários estão entre os 9 mil participantes da fase final da pesquisa
O Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, iniciará os testes da nova vacina contra o coronavírus nesta quinta-feira (06). O hospital é o segundo centro de estudo no interior de São Paulo a iniciar os testes da CoronaVac no Brasil.
Além de Campinas outros cinco centros de pesquisa iniciam a testagem da vacina contra covid-19 em voluntários ainda nesta semana. Ao todo, são 12 os centros selecionados para a realização da terceira e última fase de ensaios clínicos do imunizante que é desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. Outros seis já estão em operação.
Ainda nesta quarta, as vacinas começaram a ser aplicadas em profissionais da saúde na Universidade de Brasília (UnB). Na sexta-feira (07), no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) e sábado (08) no Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O cronograma de início no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, e no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, serão anunciados em breve.
A testagem, coordenada pelo Butantan, deve ser concluída entre o final de outubro e o início de novembro com cerca de 9 mil voluntários. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) foi o primeiro a aplicar a CoronaVac, no dia 21 de julho. No complexo do HC.
Na semana passada, entre quinta (30) e sexta-feira (31), os testes começaram no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Universidade Municipal de São Caetano do Sul e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à Covid-19. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.
A Sinovac forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização dos testes clínicos de fase III em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança. As fases I e II de ensaios clínicos foram realizadas com cerca de 700 voluntários na China com bons resultados preliminares. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus.
Assim que forem comprovadas a eficácia e a segurança nesta última fase de estudos clínicos e a vacina seguir para registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito pelo SUS.
Abaixo, a relação dos 12 centros de estudo que vão participar da fase final de pesquisa da vacina contra o coronavírus:
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Universidade Federal de Minas Gerais
Hospital Israelita Albert Einstein
Hospital das Clínicas da Unicamp
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Universidade de Brasília
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz (RJ)
Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul
Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná
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