Sete em cada dez pacientes graves com coronavírus são obesos e 37% têm menos de 60 anos, mostra estudo
A Agência Nacional de Saúde Inglesa, publicou hoje um estudo que constatou que quase dois terços, sete em cada dez dos pacientes que apresentaram o quadro grave da doença COVID-19, tinham sobrepeso, obesidade ou obesidade mórbida.
Uma pesquisa divulgada hoje pela NHS, Agência de Saúde Inglesa, revelou que quase dois terços dos pacientes que têm o quadro grave da doença COVID-19 são obesos; e perto de 40% estão na faixa de idade abaixo de 60 anos. Foram analisados 194 pacientes internados nos centros de cuidados intensivos, entre o dia 16 de março até a ultima quinta-feira à meia-noite, no Reino Unido.
Dados publicados em 2011 da Organização Mundial da Saúde sobre a pandemia do H1N1, outra infecção viral que também foi grave em 2009, já relatava uma relação entre a obesidade e os quadros mais graves da doença. Esse estudo envolveu uma revisão de resultados de 70 mil laboratórios de 20 países.
"A obesidade é uma doença crônica que envolve um inflamação contínua do corpo, que é o que leva ao aparecimento de inúmeras doenças como diabetes, hipertensão , dislipidemia e também é o principal fator de risco de vários tipos de câncer, perdendo apenas para o tabagismo. Esta inflamação tem influência direta sobre o sistema imunológico principalmente sobre as células adiposas”, esclarece Caetano Marchesini, cirurgião bariátrico, pesquisador e e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Como outros estados de alterações nutricionais, a obesidade promove defeitos no sistema imunológico alterando a contagem de leucócitos, bem como a resposta destas células a condições infecciosas. Entre as explicações estão o aumento da produção de um hormônio chamado leptina e a diminuição de adiponectina. O primeiro promove inflamação e o segundo é um hormônio anti-inflamatório. O aumento da leptina tem efeito direto sobre as células imunológicas.
Outro fator de risco parece estar relacionado ao excesso de volume das células adiposas. “Entre as células passa o sangue que as mantêm vivas, este inchaço devido ao acúmulo excessivo de gordura dentro delas leva a um comprometimento do fluxo de sangue, consequentemente a uma falta de oxigênio - hipóxia - crônica e a produção contínua de proteínas promotoras de infecção”, conta Marchesini. "Curiosamente estes fenômenos se restringem mais à gordura visceral, que é a do abdomen e menos à gordura periférica”, finaliza o cirurgião.
As recomendações e os cuidados não mudam para pessoas obesas:
Isolamento social, que quer dizer não sair de casa, manter as mãos limpas, evitar coçar qualquer parte do rosto, manter dieta saudável, exames e as vitaminas em dia para os pós-operados bariátricos.
Acesse a pesquisa: https://www.dailymail.co.uk/news/article-8142005/Being-obese-raises-coronavirus-risk-Medics-warn-patients-high-BMI-likely-die.html
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