Ausência de festas juninas traz prejuízos para o turismo brasileiro
Crédito Eduardops93 - Pixabay
Por conta da pandemia, as comemorações ligadas à data não foram realizadas para evitar aglomerações. O cancelamento dos festejos impacta a movimentação financeira nos estados
Sabe-se que, após o Carnaval, as festas juninas são grandes representantes da cultura brasileira. Apenas em 2019, o Ministério do Turismo (MTur) investiu mais de R$ 4 milhões para o setor. De acordo com o órgão, Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), consideradas as "gigantes" das comemorações, costumam movimentar, em média, R$ 500 milhões, com mais de 50 dias de programação.
Apesar de ser um período muito aguardado pelos brasileiros, as fogueiras e as bandeirinhas nas ruas tiveram que ser deixadas de lado, neste ano, por conta do avanço do coronavírus nos estados. Para evitar aglomerações, a tradição foi interrompida até mesmo nas regiões que são reconhecidas pela festividade.
Divaildo Bartolomeu, presidente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Campina Grande e Interior da Paraíba (SindCampina), estima que, em 2020, o município receberia dois milhões de visitantes durante os 30 dias de comemoração. “Em 2019, o mês de junho movimentou R$ 300 milhões na nossa economia. Hoje, vivemos uma situação completamente inversa. Não teremos o incremento de vendas do São João e, além disso, também passamos por uma depressão financeira devido ao distanciamento social”, complementa.
Já Caruaru, responsável por atrair cerca de três milhões de pessoas durante o mês junino, teve a perda de, em média, 12 mil empregos diretos e indiretos com o cancelamento das comemorações. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. O veículo ainda informa que a ausência das festas impactam, além do turismo e entretenimento, os segmentos de alimentações e bebidas.
Dados levantados no último ano, também pelo MTur, mostram que as festas juninas impulsionam o turismo regional, visto que atraem visitantes do Brasil inteiro e até mesmo de algumas localidades do mundo. A data comemorativa estimula a circulação em restaurantes, bares e shoppings, além de contribuir para a ocupação dos hotéis das cidades.
“Prevíamos momentos difíceis com a pandemia, dentro do setor turístico, mas a situação se agrava cada vez mais. Batalhamos, constantemente, para manter as portas dos estabelecimentos abertas, entretanto, vemos que há fatores que agravam mais ainda essa possibilidade. Com muito pesar, não pudemos desfrutar de uma data extremamente importante para os brasileiros, que é a comemoração das festas juninas. Os impactos negativos para o nosso segmento aumentam em proporções extremas”, pontua Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
A ausência da comemoração também levou prejuízo para o estado da Bahia. Foi estimada uma perda de meio bilhão de reais em toda a região, levando em consideração os 133 municípios turísticos.
"Tradicionalmente, neste período, há um grande fluxo gerado pelo turismo interno que, infelizmente, também não ocorreu em função da pandemia. Os territórios baianos possuem uma peculiaridade diferenciada em relação aos outros estados nordestinos no que diz respeito às comemorações juninas. Isso porque todos os municípios colocam em seus calendários as comemorações do mês de junho. A movimentação financeira é muito expressiva", informa Getúlio Andrade, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similiares da Feira de Santana.
Sobre a FBHA – A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) é uma entidade sindical patronal constituída com a finalidade de coordenação, defesa administrativa, judicial e ordenamento dos interesses e direitos dos empresários da categoria e atividades congregadas. Integra a chamada pirâmide sindical, constituída pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pela própria FBHA, pelos Sindicatos e pelas empresas do setor.
É uma das maiores entidades sindicais do país e tem representação nos principais órgãos, entidades e conselhos do setor empresarial e turístico do Brasil, tais como o Conselho Nacional de Turismo (CNT), do Ministério do Turismo, ou o Conselho Empresarial do Turismo (Cetur) da CNC.
Está presente em todas as regiões, através de 67 sindicatos filiados. Representa em âmbito estadual e municipal cerca de 940 mil empresas, entre hotéis, pousadas, restaurantes, bares e similares.
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