Caldas Novas é líder do turismo compartilhado
O turismo é uma das atividades econômicas que mais precisa encontrar soluções durante a pandemia da Covid-19 para amenizar os impactos deste período. Mas, para além da questão da sobrevivência, o momento tem se revelado oportunidade para o segmento se reinventar e consolidar uma tendência de um novo normal que já é realidade em outros setores: o compartilhamento. Ter acesso a um transporte ou um espaço de trabalho compartilhado, por exemplo, atrai quem desempenha atividades flexíveis que não estão rigorosamente atreladas a um único meio de locomoção ou ambiente laboral.
Embora ainda pouco conhecido no segmento de turismo, a opção de compartilhar um imóvel de lazer ganhou força no Centro-Oeste, especialmente em Goiás, notadamente após o início da pandemia, com o registro de cases de sucesso de vendas de novos empreendimentos. O turismo compartilhado é uma modalidade que conquista consumidores que valorizam o investimento em lazer, de forma flexível, que possibilita ter uma fração de uma propriedade que garanta o descanso ou férias em família, com a versatilidade de poder trocar o destino por outro nacional ou internacional, em um determinado ano, sem com isso perder o investimento.
Não por acaso Caldas Novas é o berço de empreendimentos em multipropriedade. A cidade conta com o maior número de imóveis desse segmento, concentrando 22 de um total de 92 instalados de Norte a Sul do País, segundo estudo mercadológico “Cenário de Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2019”, realizado pela consultoria Caio Calfat, especializada em gestão de empreendimentos imobiliários, hoteleiros e turísticos. É uma tendência conectada com o comportamento do consumo colaborativo que cresce a cada dia e torna mais democrático o acesso das pessoas a bens e serviços.
Afinal, adquirir um imóvel continua sendo um sonho para muitos brasileiros, que dirá então comprar um imóvel para usufruir das férias. Em Caldas Novas, destino disputado que recebe em média dois milhões de visitantes por ano e possui o metro quadrado construído bastante valorizado, adquirir um imóvel para descanso e lazer requer investimento considerável. Um desafio que o turismo compartilhado soluciona, proporcionando alternativa inteligente e econômica para ter um imóvel. É por essa razão que essa modalidade de turismo se desenvolve tanto em Goiás e em outras localidades do País.
E na contramão do que se podia imaginar, a pandemia potencializou esse crescimento. Como muitos negócios vinculados à economia compartilhada surgiram por meio das plataformas digitais, meio que se apresenta atualmente como o mais prudente para consumir em tempos de isolamento social, a comercialização de empreendimentos online tem sido a saída para manter os negócios ativos.
Com a utilização das plataformas, que possibilitam expor os diferenciais de um empreendimento por meio de fotos e vídeos, é possível, inclusive, negociar com clientes do exterior, algo improvável quando as prospecções se concentravam no estande de vendas. É claro que o cenário ideal para o turismo é aquele em que vivíamos antes da pandemia, mas este acontecimento não pode nos imobilizar. É quando mais temos que nos unir na busca de soluções para superar desafios e até mesmo transformar para melhor as nossas relações e, assim, sairmos dessa crise mais fortes e ainda mais preparados para os ”novos normais” que já estão em nossas vidas.
Fernando Salomão é diretor Comercial do Lagoa Parques e Hotéis.
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