Em São Paulo, inadimplência da taxa de condomínio atinge valor recorde de 2024, indica relatório da Superlógica
- Relatório traz ranking dos estados com maior taxa de inadimplência condominial no Brasil
- Valor da taxa de condomínio média no Brasil supera 900 reais e acumula alta bem acima da inflação no ano
- Índice de inadimplência condominial atinge a marca de 12,53% em São Paulo em outubro
- Taxa de juros, inflação e bets são motivos por trás da alta da inadimplência no mercado condominial, afirma especialista
Em outubro, a inadimplência da taxa de condomínio bateu seu recorde no ano em São Paulo, atingindo 12,53%, em média. O valor é o maior dos últimos 10 meses no estado, segundo levantamento realizado pela Superlógica - principal plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário.
A alta segue uma tendência verificada no país como um todo: a inadimplência condominial também foi a maior dos últimos 10 meses na média nacional, chegando a 13,84%. No cenário paulista, o nível mais elevado de inadimplência da taxa de condomínio este ano havia sido em junho, com 9,95%. Já em relação a setembro, o índice apurado pela Superlógica foi de 8,06%, menor percentual do ano registrado em São Paulo.
“A inadimplência do mercado condominial vem subindo, e dois dos motivos são o aumento da inflação e da taxa de juros. São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência – sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, empréstimos e cheque especial”, analisa João Baroni, diretor da unidade de negócios de crédito da Superlógica. “Além da inflação e da alta dos juros, que impactam o custo de vida das pessoas, observamos que as bets também têm impactado nos gastos de muitas pessoas. E sabemos que isso tem reflexo na inadimplência por ser mais um fator de comprometimento do orçamento familiar.”
O relatório foi feito com aproximadamente 70 mil condomínios em todas as regiões do Brasil, somando mais de 3 milhões de imóveis (casas e apartamentos), no país, que possuem boletos que estão há mais de 30 dias sem pagamento ou que foram pagos com atraso de mais de 30 dias. Todos os dados são anonimizados, ou seja, não são passíveis de associação a um indivíduo, direta ou indiretamente. O levantamento leva em consideração o valor da taxa de condomínio, o tipo de imóvel (apartamento ou casa) e a sua localização, além das datas de vencimento e pagamento, que mostram se há inadimplência ou não.
Estado a estado
Entre os estados, Goiás liderou o ranking de inadimplência da taxa condominial em outubro, com 22,66%, seguido de Mato Grosso (17,64%), Alagoas (15,85%), Rio Grande do Norte (14,85%), Amazônia (14,85%), Rondônia (14,37%), Maranhão (13,26%), Paraíba (13,17%), Minas Gerais (13,04%), Pará (12,78%) e São Paulo (12,52%). Já os menores índices foram registrados no Espírito Santo (8,02%), Ceará (9,06%), Pernambuco (9,23%), Paraná (9,44%), Mato Grosso do Sul (9,59%), Distrito Federal (10,36%), Santa Catarina (10,66%), Sergipe (10,89%), Rio Grande do Sul (10,96%), Rio de Janeiro (11,24%) e Bahia (12,45%).
O levantamento da Superlógica revela ainda que, entre janeiro e outubro de 2024, o valor da taxa de condomínio no Brasil, em média, aumentou bem acima da inflação: de R$ 828,03 para R$ 901,74, uma elevação de 8,9% - 5,02 pontos percentuais a mais que o IPCA do período (3,88%). A alta em São Paulo, embora também acima da inflação, foi menor, de 6,66%. A taxa condominial no estado passou de R$ 669,54 em janeiro para R$ 714,12 em outubro.
Foi uma das menores variações do período no país, ficando atrás dos estados da Bahia (2,27%), Paraná (4,57%) e Ceará (5,32%). Os maiores aumentos da taxa condominial foram verificados no Rio de Janeiro (16,75%), Espírito Santo (13,46%), Distrito Federal (12,48%) e Rio Grande do Sul (11,97%).
Custo de vida
Na comparação com o salário mínimo brasileiro atual, que é de R$ 1.412, a taxa média de condomínio, em valores nominais, já equivale a 95% dele no Ceará (R$ 1.341,30), 92% em Pernambuco (R$ 1.299,60), 81% no Amazonas (R$ 1.152,43), 76% no Maranhão (R$ 1.079,36), 74% no Rio Grande do Norte (R$ 1.052,50), 73% no Rio de Janeiro (R$ 1.031,50) e 70,8% no Espírito Santo (R$ 999,30). Na média nacional, a taxa de condomínio equivale a 63% do salário mínimo; em São Paulo, a 50,6%.
O recorde de inadimplência da taxa condominial no Brasil se insere em um cenário amplo de contas em atraso, como mostra um estudo recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A pesquisa indica que 77% das famílias brasileiras têm alguma dívida, sendo que, nos últimos dois anos, houve um incremento de 1,45 milhão no número de famílias que assumiram débitos. Foram consultadas 18 mil famílias em 27 capitais, durante o último mês de julho. São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Belo Horizonte e Fortaleza são as capitais com mais famílias endividadas.
Consequências e soluções
A inadimplência da taxa condominial traz consequências prejudiciais tanto para os condôminos como para o próprio condomínio. Se, de um lado, o morador corre o risco de perder até o imóvel por não pagar a cota, caso a dívida seja judicializada e o bem, colocado em leilão, de outro o gerenciamento de gastos da coletividade torna-se incerto, muitas vezes inviabilizando manutenções de rotina e obras de melhoria.
Uma das soluções de mercado para a gestão condominial manter o fluxo de caixa e dar andamento a reformas e outras medidas que acarretem despesas é o Inadimplência Zero (IZ). Trata-se de um produto do Grupo Superlógica que propicia ao condomínio contratante o recebimento garantido da cota condominial nos casos em que há inadimplência do morador.
“Muitos condomínios chegam a ter um fundo de reserva para enfrentar a inadimplência, mas o ideal mesmo é buscar uma alternativa mais eficiente. Com o Inadimplência Zero, o que oferecemos é a certeza de que o condomínio terá uma arrecadação livre de sustos, além de alternativas para que o morador pague sua dívida”, afirma Baroni.
Sobre a Superlógica
Líder em soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário, a Superlógica detém 50% do mercado endereçável no segmento condominial no país e oferece um vasto portfólio de produtos, incluindo softwares de gestão, relacionamento e de controles de acesso, além de serviços financeiros como crédito, pagamentos e conta digital. A empresa realizou 8 aquisições nos últimos anos e já recebeu 450 milhões de reais em aportes para expansão de seus produtos e serviços. O investimento foi liderado pelo fundo norte-americano de private equity Warburg Pincus. A Superlógica possui mais de mil funcionários e transacionou mais de 35 bilhões de reais em 2023.
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