Longa vida ao leite: um brinde a saúde das vacas
Mesmo em fase não produtiva é importante olhar para a saúde, manejo e nutrição das vacas, afinal em breve elas serão o maior potencial econômico da fazenda
O período que antecede ao parto é claramente a fase mais importante e que irá definir não só o sucesso produtivo da vaca, como também no retorno do animal para estar apto a reprodução o mais rápido possível. Este é um período que precisa ser visto como investimento, afinal é através dele que o rebanho promove retornos econômicos ao pecuarista. "Isso é que torna o sistema de produção mais eficiente. Do ponto de vista sanitário, 75% das ocorrências de doenças acontecem no início da lactação e muita das vezes, por consequência de mal manejo no período pré-parto e pós-parto, onde é conhecido como período de transição (três semanas antes e três semanas após o parto) sendo assim, são momentos que requerem atenção redobrada do produtor", conta Neto Carvalho - Consultor Técnico de Leite da Cargill Nutrição Animal.
Então, qual é a melhor forma então d garantir 'vida longa a produção de leite'? Para que haja esta garantia, o sucesso de um rebanho leiteiro deve estar fundamentadas em três pilares: Nutrição, manejo e bem-estar. "Portanto, nesse momento, devemos oferecer forragens de boa qualidade, conforto para as vacas (sombra, acesso adequado do cocho, evitar que as vacas fiquem no barro, bom espaço de cocho, se possível separar as novilhas de vacas adultas, bebedouro adequado, com rotina de limpeza para que tenha sempre água limpa. Infelizmente a água muitas vezes é um nutriente esquecido. Além disso, treinamento de equipe constantes e programa de vacina e vermifugação são imprescindíveis", orienta Neto.
Cada fase do ciclo da vida de uma vaca, necessita um programa nutricional adequado, e especialmente do ponto de vista de energia da dieta. "Na fase do pico de lactação onde a demanda nutricional é alta deve-se atentar para uma dieta mais energética e proteica para atender o requerimento nutricional e, alcançar o pico de produção de leite sem afetar a saúde das vacas. Após esse período que normalmente é após 150 dias de lactação a densidade de energia deve ser revista oferecendo uma proporção maior de forragem em relação ao concentrado, para que a vaca não ganhe muito peso e chegue no período seco em uma condição corporal ideal (3,25 em uma escala de 1 a 5), pois vaca gorda antes do parto é um fator de risco para um bom desempenho da lactação subsequente. Vacas gordas são mais propensas a apresentarem doenças no pós parto", explica Neto.
Do ponto de vista imunológico, o período de transição, especialmente na última semana antes do parto e no pós-parto, é o de maior desafio, como afirma Neto: "estudos realizados nos USA em rebanhos americanos apresentou que 24% dos animais deixam o rebanho nesse período e isso traz um impacto econômico muito negativo para o setor. Como eu já mencionei acima, 75% das doenças são acometidas nessa fase. Nesse sentido as ocorrências metabólicas e infecciosas são pontos de atenção que precisam ser gerenciados e adotados medidas de prevenção, tanto nutricional como de manejo" .
Falando em período seco, algo importante de ser mencionado é que, por razões hormonais, muitas vezes as vacas reduzem seu consumo alimentar. E isso requer atenção, pois neste momento ela precisa ainda mais do recurso nutricional, uma vez que está com seu feto em crescimento. Uma rotina alimentar, respeitando o requerimento em termos de fibra, proteínas, carboidratos deve ser entregue nas proporções necessárias para cada fase do ciclo da lactação e como o Neto explica, alguns nutrientes devem ser visto com atenção: "em especial o teor de amido da dieta para não comprometer a saúde ruminal das vacas, ofertar suplementos de macro e micro minerais além de vitaminas e, também, alguns aditivos que possam contribuir para a performance do rebanho em termos produtivos e de saúde" .
Um manejo nutricional inadequado no pré-parto com baixos níveis de nutrientes e energia para a vaca podem acabar resultando em menor pico de produção de leite e por consequência afetar todo período da lactação da vaca, tornando o sistema ineficiente economicamente.
"Se a vaca pré-parto for mal nutrida o pico de produção será menor em comparação à uma vaca que foi bem suplementada no pré parto. Geralmente para cada 1kg de incremento na produção de leite durante o pico da lactação, que deverá ocorrer mais ou menos entre 60 a 90 dias após o parto, haverá um aumento de 200 a 250 kg de leite na lactação toda da vaca. E para cada incremento de 1kg de consumo de alimento (em matéria seca) no pré-parto haverá aumento de 2,5kg de leite no pico de lactação, ou seja, vale a pena investir nesse período", estima e orienta Neto
Mas, não é só na alta produtividade de leite que a nutrição influencia, mas também na qualidade de colostro das vacas. O colostro de vacas mal suplementadas também pode conter menor densidade de nutrientes em comparação ao de uma vaca que foi bem suplementada no pré-parto, trazendo consequências negativas para saúde e desenvolvimento da bezerra(o).
Diante de uma situação onde as vacas estão esperando para o momento da parição e portanto não estão em fase produtiva de leite, alguns produtores podem acreditar que um manejo de bem-estar com os mesmos cuidados que a vaca que está produzindo leite não são tão necessários, mas Neto rebate essa informação explicando: "vários trabalhos de pesquisa demonstraram, por exemplo, que promover conforto térmico para as vacas em período seco aumenta a produção de leite e até mesmo influencia no desempenho da sua cria no ganho de peso e na produção de leite futura. Portanto o stress calórico resulta em muitos efeitos deletérios na vaca e na bezerra".
Outro ponto de melhoria percebido e questionado por Neto é sua percepção sobre como as propriedades têm carência de um sistema de gestão dos processos e das pessoas. "Muitos pecuaristas colocam a culpa em mão de obra, mas muitas vezes o próprio funcionário não tem clareza da sua função de como fazer?, porque fazer? É importante treinar, treinar e treinar. Informação para quem lida com a sua maior fonte econômica, nunca é demais", finaliza.
Sobre a Nutron
A Nutron, marca de nutrição animal da Cargill no Brasil, é especialista e líder em soluções inovadoras de produção animal, por meio de desenvolvimento de núcleos, premixes e especialidades para os segmentos de aves, suínos, peixes, pets, bovinos de leite e de corte, além de suplementos para criação de gado a pasto. Há mais de 20 anos, a marca sempre atuou próxima ao produtor para atender sua demanda com conveniência, qualidade e segurança, contribuindo com a prosperidade nos negócios de cada cliente. A companhia também promove ações socioambientais nas comunidades onde está inserida, pois considera ser seu dever atuar de maneira responsável para o desenvolvimento e crescimento sustentável de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
Sobre a Cargill
Os 160 mil funcionários em 70 países trabalham para atingir o propósito de nutrir o mundo de maneira segura, responsável e sustentável. Todos os dias, conectamos agricultores com mercados, clientes com ingredientes e pessoas e animais com os alimentos que precisam para prosperar. Unimos 154 anos de experiência com novas tecnologias e insights para sermos um parceiro confiável aos clientes dos setores de alimentos, agricultura, financeiro e industrial em mais de 125 países. Lado a lado, estamos construindo um futuro mais forte e sustentável para a agricultura. No Brasil desde 1965, somos uma das maiores indústrias de alimentos do País. Com sede em São Paulo (SP), estamos presentes em 17 Estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em 147 municípios e 11 mil funcionários. Para mais informações, visite www.cargill.com e a central de notícias .
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