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Evento em Belo Horizonte sobre benefícios do selo halal atrai empresários interessados num mercado que movimenta cerca de US$ 5 trilhões anuais

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Simone Cesário
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CEO da CDIAL Halal, Ali Saifi, comenta sobre a importância do mercado halal mundial para todos os empresários mineiros

Ávidos por um mercado que movimentou US$ 4,88 trilhões em 2021 e que deve alcançar US$ 5,74 trilhões até 2024, empresários mineiros participaram nesta segunda-feira (11.04) do Dubai - Sua Porta de Entrada para o Comércio Global, destinado a fomentar as exportações para os países árabes e islâmicos por meio da certificação halal, procedimentos que resultam no certificado halal - o documento comprova que o produtor segue todas as exigências para vender aos muçulmanos.

O evento foi realizado pela Dubai Multi Commodities Centre (DMCC) em parceria com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e a CDIAL Halal, certificadora na América Latina avalizada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes e do Golfo.

O CEO da CDIAL Halal, Ali Saifi, destacou que o certificado não é só a garantia de produtos com qualidade, segurança e rastreabilidade. É também o passaporte para um mercado que representa quase um quarto dos consumidores do planeta: “O mundo hoje tem 7 bilhões de pessoas. Desse total, cerca de 2 bilhões são muçulmanos”.

É bom ressaltar que o selo abre portas em outros mercados, pois a garantia de qualidade, de segurança e sua rastreabilidade se tornam diferenciais de peso no concorrido setor de exportação.

Neste contexto, num período de 5 anos, de 2019 a 2024, diversos setores do mercado mundial halal planejam crescimento de dois dígitos: o de modas deverá saltar de US$ 27,7 bilhões para US$ 31 bilhões (alta de 12%), o de fármacos pode passar de US$ 94 bilhões para US$ 105 bilhões (aumento de 12%), o de cosméticos deverá ir de US$ 66 bilhões para US$ 76 bilhões (15% a mais).

O de alimentos e bebidas poderá registrar números ainda mais promissores, de US$ 1,17 trilhão para US$ 1,38 trilhão (alta de 18%). “O Brasil é o líder mundial na produção e na exportação de proteínas halal, movimentando US$ 16,2 bilhões. Os países árabes foram o maior destino nosso no exterior em 2021, atrás apenas da China e dos Estados Unidos”, ilustrou Ahmad Saifi, diretor de Operações da CDIAL Halal.

Só o grupo de carnes bovina e frango rende ao Brasil anualmente mais de US$ 3 bilhões. Foi de olho nesse volume que a empresa em que Mohamad Sus trabalha, especializada em cortes bovinos, buscou o certificado há pouco mais de cinco anos. “Começamos a vender para o Oriente Médio em 2016 e, de lá para cá, estamos contabilizando aumentos anuais de 15% a 20%. É um mercado promissor”.

Tão promissor que Cristina Reis, representante comercial da Cooperativa Agropecuária de Boa Vista, que reúne cerca de 7,5 mil produtores do Sul de Minas Gerais, conta que a entidade está em processo de obter o selo. “Nossa expectativa é conseguir o credenciamento nas próximas semanas. Num primeiro momento, vamos negociar laticínios, como queijos. Posteriormente, nosso objetivo é ampliar para o café”.

Dubai

Os atrativos números chamaram atenção do governo de Minas. Em novembro de 2021, o governador Romeu Zema participou de uma missão a Dubai em parceria com a Fiemg, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a CDIAL Halal. Um termo de cooperação foi assinado com objetivo de divulgar o certificado no estado.

A superintendente de Atração de Investimentos e Estímulo à Exportação do Governo de Minas Gerais, Bárbara Botega, destacou que a parceria entre poder público e empresários fomenta a abertura de mercados junto aos consumidores dos países do Oriente Médio e de muçulmanos que residem em outros continentes. “Estamos falando num mercado com enorme potencial, onde o número de consumidores é de quase 2 bilhões de pessoas”.

A comitiva mineira foi atrás de dicas de como aumentar a participação no mercado mundial, que atrai cada vez mais produtores. Para se ter ideia, conforme enfatizado durante o evento desta manhã por Ahmed Bin Sulayem, presidente executivo e CEO da DMCC, quase 2,5 mil empresas foram licenciadas no ano passado: “Em 2021, tivemos nosso melhor ano desde que começamos o licenciamento, em 2003. Registramos 2.485 empresas”.

A estatística é mais um exemplo de como o mercado halal continuou aquecido mesmo durante o período da pandemia da Covid-19, que teve como um dos marcos o aumento do preço do frete, dada a falta de contêineres disponíveis. Ainda assim, o balanço foi atrativo. Para se ter ideia, as exportações mundiais do halal somaram US$ 4,53 trilhões em 2020. Em 2021, US$ 4,88 trilhões. Para 2024, a previsão é de US$ 5,74 trilhões.

Oportunidade

Os números ajudam a entender a crescente procura de empresas para obter o selo halal. “O investimento leva em conta o porte da empresa, o tipo de produto e outras características. Mas é bem vantajoso e, em média, o prazo (para a emissão do certificado) é de 30 dias. A validade é de três anos”, explicou Ahmad Saifi, diretor de Operações da CDIAL Halal.

Os empresários Douglas Neves e Marcos Saraiva, que atuam no ramo de mineração, viajaram de Governador Valadares a BH para prestigiar o evento. “Estamos em busca de informações, esclarecimentos de como proceder em busca do selo”, disse Neves. Assim como eles, cada vez mais empresários estão atrás do selo. Em 2021, a CDIAL Halal apurou salto de 53% no total de licenciamentos emitidos em relação a 2020.

Potencial

“Temos um mercado gigantesco a ser explorado. É bom lembrar que boa parte dos quase 2 bilhões de consumidores muçulmanos, que representam aproximadamente um quarto da população mundial, tem alto poder aquisitivo. Portanto, um público extremamente exigente. O Brasil tem muito espaço para ser mais protagonistas neste mercado”, finalizou o diretor de Operações da CDIAL Halal.


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