Com um aumento de 67% nos casos de bullying em 2024, vítimas relatam sofrimento e especialistas alertam sobre necessidade urgente de intervenção
Bullying e assédio moral: violência emocional afeta milhares de estudantes no Brasil
O assédio moral nas escolas tem se tornado um problema cada vez mais alarmante no Brasil. Em 2024, os casos dessa violência cresceram 67%, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, com 2.346 denúncias registradas contra 1.399 no ano anterior. Diante desse cenário preocupante, especialistas alertam sobre a necessidade de medidas eficazes para combater esse problema e garantir um ambiente seguro para estudantes.
A série "Adolescência", da Netflix, lança um olhar sensível sobre o universo dos jovens, trazendo à tona temas como a busca por pertencimento, os desafios da autoestima e, principalmente, o impacto do bullying. A produção escancara como pequenas agressões verbais e físicas, muitas vezes banalizadas, podem deixar marcas profundas, um reflexo do que acontece na realidade de muitos jovens.
“As pessoas acham que piadas sobre meu corpo são inofensivas, mas isso me machuca mais do que elas imaginam. Cheguei a evitar ir para a escola porque não queria ouvir as mesmas humilhações todos os dias”, relata Kethelyn da Silva, uma jovem de 15 anos que enfrenta essa realidade diariamente e compartilha a dor de ser alvo constante de comentários injuriosos.
O impacto de uma crítica maldosa vai além do ambiente escolar, afetando a autoestima, o rendimento acadêmico e a saúde mental das vítimas. Muitos alunos desenvolvem quadros de ansiedade, depressão e, em casos extremos, chegam a ter pensamentos suicidas. Para a psicopedagoga Gleiciane de Oliveira Maziotti, é fundamental que a escola esteja preparada para identificar e intervir nessas situações. “Precisamos de uma educação mais preparada, que promova o respeito e a empatia. Quando a escola ignora o problema ou trata como algo menor, ela contribui para que a violência continue”, ressalta.
Assim como mostrado na série da Netflix, a construção de um ambiente seguro passa pela conscientização de alunos, professores e responsáveis. "Campanhas educativas, acompanhamento psicológico e a criação de canais de denúncia são estratégias essenciais para combater o problema. Além disso, a participação ativa dos pais na vida escolar e nas redes sociais dos filhos pode ser um fator determinante para identificar mudanças de comportamento que indiquem que algo está errado", afirma Gleici.
O aumento expressivo das denúncias nos últimos anos mostra que a sociedade está mais atenta ao problema, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que todas as crianças e adolescentes possam estudar sem medo. Criar uma cultura de respeito e acolhimento dentro e fora das escolas não é apenas uma necessidade, mas um compromisso com o futuro de toda uma geração.
Sobre
Gleiciane de Oliveira Maziotti é pedagoga, psicopedagoga e especialista em educação inclusiva. Com graduação em Pedagogia e pós-graduação em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Especial, atualmente cursa Mestrado em Educação Cristã na Northpoint University, nos EUA. Nos últimos cinco anos, tem se dedicado ao aperfeiçoamento de metodologias educacionais, contribuindo para a implementação de estratégias inclusivas na rede pública de ensino de Monte Alto (SP). Apaixonada pelo aprendizado, a educadora é referência no desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para a inclusão e o respeito às diferenças.
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