Quais são as perspectivas de qualificação dos jovens sem recursos em 2023?

Segundo o relatório Education at a Glance (Olhar sobre a educação) em parceria com OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 36% dos jovens entre 18 e 24 anos não trabalham nem estudam no Brasil. Inserido nessa realidade, o projeto social A Liga Digital atrai executivos e executivas de grandes empresas que se dispõe a ministrar aulas de e-commerce, marketing digital e programação, voluntariamente, a jovens alunos com poucos recursos, além de ajudar na sua empregabilidade.

Ensinando o que aprenderam na teoria e na prática, os profissionais acreditam na educação formal em todas as suas fases, desde a fundamental até a técnica e universitária, como maneira essencial de se investir nas pessoas e no próprio futuro do país. A seguir, eles desenham algumas perspectivas para a qualificação profissional dos jovens brasileiros, em geral, no próximo ano.

“Por um lado, vemos uma imensidão de jovens sem recursos, ávidos por oportunidades de estudar e trabalhar. Por outro, universidades e cursos técnicos, em sua maioria pagos, que não abrangem tantos e tantos talentos em potencial, especialmente das periferias e comunidades. Trata-se de um problema estrutural”, avalia Rodrigo Rio, professor voluntário na Liga. Professor, bacharel em Matemática com ênfase em Informática pela Fundação Santo André e com especializações em Marketing Direto pela ABEMD e MBA em Marketing Digital pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rodrigo atualmente é Superintendente de Negócios Imobiliários PF no Santander Brasil.

“Para 2023, acredito na somatória da educação com empregabilidade e continuidade, ao formarmos jovens que possam usufruir do conhecimento, inclusive digital, e aplicá-lo em uma nova função ou emprego para, enfim, dar início ou continuidade à carreira. Este, acredito, deve continuar sendo o principal desafio a ser enfrentado”, afirma Rodrigo.

Segundo Denis Strum, Diretor Executivo da Infra Digital na Infracommerce e também professor voluntário em A Liga Digital, apesar do crescimento acelerado do mundo digital, existem posições no mercado de trabalho que demoram de 3 a 6 meses, em média, para serem preenchidas, por conta do déficit de profissionais qualificados.

"Entendo que é possível virar esse jogo, ao termos mais empresas voltadas a apoiar a capacitação gratuita de pessoas que tenham real vontade de aprender, mas que não têm oportunidades. E são muitos os jovens que se enquadram nisso. No projeto, capacitamos os alunos e alunas com tudo o que aprendemos em décadas de carreira, a fim de ajudar na construção de uma sociedade mais justa por meio da educação. A Liga faz um trabalho heroico para a inserção profissional da juventude brasileira. Neste caminho, de fé e força de vontade, só há vencedores. Sou muito grato pela oportunidade de ensinar e trocar vivências com os jovens, é uma experiência muito rica”, diz Denis.

Edilaine Godoi, sócia-fundadora da Liga Digital, acredita que a gestão da Educação pública e privada no Brasil é um tema bastante complexo. “O Brasil está muito distante do ideal em termos de Educação, e vejo com bons olhos o aumento do número de empresas e pessoas que começam a entender mais a necessidade de criarem e apoiarem iniciativas que ajudam a diminuir a desigualdade neste setor tão fundamental para todos nós", conclui a executiva.

Sobre A Liga Digital – Criada pelas executivas do E-Commerce Edilaine Godoi e Helenice Moura, a startup educacional de impacto social já qualificou mais de 8 mil jovens com seus cursos online em todo o país, gerando oportunidades de emprego para 15% dos seus alunos em empresas parceiras. A Liga tem professores voluntários (chamados de heróis) envolvidos no Brasil inteiro - especialistas reconhecidos em seus segmentos que preparam gratuitamente alunos da rede pública e com acesso a poucos recursos, a fim de que estejam aptos a construir uma carreira no mercado de Tecnologia.