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Foco na presencialidade: novos caminhos para a educação e o educador em 2022

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Sebastião Rinaldi
  • SEGS.com.br - Categoria: Educação
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Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, analisa as recentes mudanças nas relações e no perfil dos estudantes, sugerindo formas de trabalhar esse novo coletivo escolar no segundo semestre

Após dois anos de isolamento social e outras restrições devido à pandemia da Covid-19, a volta das atividades presenciais trouxe um novo cenário e diferentes desafios para o cotidiano escolar.. Pensando nisso, a professora Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, definiu o primeiro semestre deste ano como: “um novo coletivo escolar, uma nova experiência coletiva que estamos buscando entender melhor”.

Desde o início da pandemia, alunos, educadores e famílias conheceram diferentes escolas: remota, híbrida e presencial. “Na retomada, havia uma nova escola presencial, que nós também não conhecíamos. Os alunos foram para o ensino remoto em março de 2020 e retomaram para o modelo totalmente presencial, em 2022, duas séries à frente. Foram dois anos em que os alunos, crianças e jovens, estiveram longe de um contexto escolar, com suas rotinas e conflitos, que fazem parte do aprendizado”, explica Carvalho.

Essa primeira metade do ano permitiu que, com a nova realidade, fossem construídas novas abordagens para enfrentar os desafios que se apresentaram. “Percebemos que o que fazíamos e conhecíamos, até nas regras e rotinas, não era suficiente. Estamos diante de um novo momento”, explica Carvalho. “Desse modo, é necessário um novo pacto pedagógico entre educadores, alunos e familiares”.

A presença do estudante

“Com crianças e jovens, estabelecemos o cotidiano escolar com foco na presencialidade, ou seja, de maneira a reiterar que estar aqui, agora, é fundamental”, completa a diretora. “O enfoque tornou-se transformar alguns hábitos adquiridos durante o período de ensino remoto, mas, também, ouvir do estudante o que funciona para ele dentro do colégio, estabelecendo novos pactos que dialogam com as suas necessidades e, ao mesmo tempo, promovam uma consciência coletiva”.

A importância desse movimento torna-se mais clara pela observação da mentalidade e comportamento do aluno que regressou à escola em 2022. “Recebemos um aluno menos maduro, com a ausência de algumas rotinas de aprendizado e organização constituídos no dia a dia da escola. Além disso, percebemos uma perspectiva mais individualista, uma consciência coletiva mais frágil entre os jovens”, afirmou Carvalho.

“As diferentes formas de gerenciamento do cotidiano de estudos durante o isolamento social resultaram na mudança do rendimento, e verificou-se, ainda, que a autonomia para aprender e estudar foi comprometida. As famílias, em suas casas, estabeleceram rotinas de estudo, dentro do que era possível para cada realidade. No retorno dos alunos para a escola, a nova organização do trabalho mostrou algumas lacunas, novos conflitos e desafios”. Para Esther Carvalho, esse indivíduo chega a novas séries escolares sem ter o mesmo desenvolvimento que o esperado em períodos anteriores ao ensino remoto – sem mencionar os impactos comportamentais e psicossociais.

A expectativa do professor

Os impactos dessa nova sala de aula também chegam ao educador, que esperava por um aluno diferente, sobretudo nas fases de transição de ciclos escolares. “O professor, nesse cenário, pode ficar mais ansioso e preocupado. Rotinas e aspectos disciplinares foram dificultados, com jovens que se adaptaram individualmente às próprias realidades e que, agora, afetam a dinâmica das turmas como um todo”, comentou a diretora-geral do Colégio Rio Branco.

Com o corpo docente, foi necessário gerir a ansiedade em relação às expectativas de aprendizagem, pensar em conteúdos essenciais e redimensionar o que foi inicialmente planejado. “Não adianta evoluir cognitivamente sem as condições necessárias para isso”, enfatiza. Assim, repensar calendários de avaliações e verificar formas mais produtivas de realizá-las, trazendo um “olhar sistêmico”, foi essencial, de forma a reformular antigas rotinas.

Portanto, Carvalho conclui: “Ao longo desses dois anos, lidamos com muitas variáveis de um alto nível de complexidade, levando a decisões ágeis e criativas. Desse processo, tiramos um grande aprendizado: revisitar as práticas e construir a partir de uma consciência coletiva não podem ser ações realizadas apenas a partir de uma demanda pontual, reafirmando-se como um olhar perene que se estabelece na instituição”.

“A construção do pacto pedagógico para viver essa nova escola presencial se dá pela consciência, pela atitude e pelo engajamento de todos os atores do processo educativo: professores e demais colaboradores da escola , estudantes e família. E, dessa forma, de uma maneira investigativa e criativa, sair de um lugar de ansiedade e preocupação para uma experiência mais assertiva de aprendizagem e de ensino".

Sobre o Colégio Rio Branco (www.crb.g12.br) – O Colégio Rio Branco é uma das mais reconhecidas instituições de ensino do Brasil, com unidades de Educação Infantil ao Ensino Médio em São Paulo (Higienópolis) e Cotia (Granja Vianna). O colégio é associado à UNESCO e orienta seu projeto pedagógico na aquisição de conhecimentos e competências permeadas pelo diálogo, respeito à diversidade, atitude crítica e edificada em princípios éticos e de solidariedade.


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