Em 2021, educação básica registrou 627 mil matrículas a menos que no ano anterior, aponta Inep
A pandemia trouxe muitas consequências, como evasão escolar e defasagem no aprendizado. Por isso, um relatório feito pela UNESCO com a contribuição de mais de 1 milhão de pessoas oferece reflexão sobre o futuro da educação.
Dados da 1ª etapa do Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que em 2021 houve uma redução de 1,3% no número de matrículas na educação básica do Brasil. Ao todo, foram contabilizadas 46,7 milhões de matrícula nas 178,4 mil instituições de educação básica do país, cerca de 627 mil a menos que em 2020.
Todo mundo sabe que o conhecimento e educação são a base para a inovação. Em meio às mudanças ambientais, sociais e tecnológicas que a sociedade tem vivido, o conhecimento e a educação se fazem ainda mais necessários. Sabendo que a pandemia de coronavírus trouxe consequências seríssimas à educação, como evasão escolar e defasagem no aprendizado, é necessário estar antenado ao futuro da educação para diminuir os efeitos desses problemas.
Um bom recurso para auxiliar é o relatório “Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação". Durante dois anos, especialistas em todo o mundo conversaram com mais de um milhão de pessoas que responderam três perguntas sobre o futuro da educação: 1) o que devemos continuar fazendo? 2) O que devemos deixar de fazer? 3) O que devemos reinventar criativamente?.
Com base nessas contribuições, a UNESCO, em parceria com a Fundação SM, compilou informações e divulgou o relatório “Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação", cujo objetivo é oferecer uma reflexão que sirva de base para a construção de um futuro mais justo, equitativo e sustentável.
Ao Super Cérebro Podcast, o professor e fundador da Moonshot Educação, José Motta Junior, explica que antes da pandemia já havia uma agulha alfinetando a educação para que ela se mexesse e tirasse um pouco do mofo.
“A educação é um pouco linear, está acostumada com um roteiro. Por isso nos preocupamos pouco em transformar as aulas. Afinal, já tenho minha aula pronta, por que vou mudar tanto? Só que a pandemia chegou, tirou o professor da sala de aula e jogou ele diante de um computador, de um tablet, de um notebook. Assim, os professores tiveram que fazer um movimento para aprender algo novo, porque senão não faríamos a aprendizagem acontecer. Aos trancos e barrancos a gente fez”, garante.
Motta explica ainda sobre o futuro da educação com base no relatório divulgado pela UNESCO, que alerta que a reforma dos currículos e dos métodos de ensino devem levar em consideração três grandes mudanças recentes na sociedade: a globalização, a mudança climática e a revolução digital.
“São três pedidos feitos pela UNESCO, sendo que o primeiro afirma que os professores não precisam falar tudo para que haja aprendizagem, e isso é aderente a minha crença como metodologia ativa. O segundo pedido é aumentar o fazer juntos, até porque nessa vida ninguém faz nada sozinho e isso é um preparo para a vida fora da escola, já que no dia a dia encontramos milhares de pessoas diferentes. E o terceiro pedido é que existam novos espaços de aprendizagem, pois a gente não aprende só na sala de aula, mas também aprende em outros espaços”, enfatiza.
Ensino híbrido
Quando falamos em novos ambientes de educação e trabalho em equipe, é necessário destacar que a educação do futuro deve ser pensada com ferramentas digitais e analógicas. Isso porque as ferramentas analógicas contribuem para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais tão exigidas pelo mercado de trabalho hoje em dia.
“São muitas as possibilidades que o mundo virtual oferece, mas o uso prolongado dessas tecnologias pode trazer prejuízos significativos aos estudantes. A exposição prolongada às telas pode causar dependência, problemas físicos como obesidade e miopia, além de problemas psicológicos como depressão e ansiedade”, destaca a diretora pedagógica do Grupo Super Cérebro, Vanessa Lima.
Vanessa completa que as crianças estão expostas cada vez mais cedo às telas, isso porque chamam a atenção por terem uma tela colorida e um som legal. “Tem crianças que não sabem ler, mas que com um ano de idade já têm o estímulo de ficar com o dedinho no canto da tela para pular um anúncio e acessar o que ela quer”, explica.
Método Super Cérebro
O Super Cérebro é um método de ensino pioneiro na capacitação de habilidades cognitivas e socioemocionais em crianças, jovens e adultos. As atividades do Método Super Cérebro ajudam a desenvolver a parte lúdica, analógica e fazem com que as crianças toquem nos materiais utilizados, como o Soroban (ábaco japonês), que estimula o aprendizado de cálculo e a construção de contas e os jogos de tabuleiro, que incentivam o trabalho em equipe, resolução de problemas e cooperação.
O método foi criado a partir de pesquisas sobre desenvolvimento cognitivo realizadas pelo professor Ricardo Lamas, CEO do Grupo Super Cérebro, no Japão e na Universidade de Harvard, nos EUA. “O século 21 exige muito mais do que os conhecimentos de matemática tradicional, português e geografia. Saber lidar com as próprias emoções e ter capacidade de resolver problemas com determinação são exigências cada vez mais presentes na vida em sociedade e no mercado de trabalho”, afirma.
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