Percentual de famílias com trabalho afetado pela pandemia sobe para 57,2%
Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) mostra que pelo menos um membro de 57,2% das famílias brasileiras teve seu trabalho afetado de alguma forma, em maio. Em meados do mês passado, quando saiu o resultado prévio, esse percentual estava em 53,5%. Ao todo, 1808 consumidores foram consultados entre os dias 2 e 24.
De acordo com os dados, 45,4% das famílias tiveram membros impedidos de trabalhar em virtude das medidas de isolamento social. Esse percentual ficou em torno de 50% entre as famílias de menor poder aquisitivo, com renda até R$ 2.100 reais. Outra taxa elevada (25,7%) foi a de pessoas que tiveram redução proporcional de salário e jornada de trabalho.
O estudo mostrou também que 14,3% tiveram contratos de trabalho suspensos, enquanto que a média de demissões foi de 12,8% - resultado puxado, principalmente, pelas famílias de baixa renda, mais penalizadas pelo desemprego (mais de 20%, ou quase o dobro da média).
"O desemprego é maior para as famílias com renda mais baixa. Isso ocorre porque normalmente recebendo salário mínimo, grande parte está atrelada a funções mais básicas, com menor necessidade de um nível de escolaridade mais alto. Dessa forma, na crise essas funções são as primeiras a serem descartadas. Isso gera um impacto grande nessas famílias, que com pouco ou nenhum recurso de poupança guardado elevam o nível de endividamento mais rapidamente", analisou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE e da pesquisa.
Os resultados do mercado de trabalho, assim como o isolamento social, ainda explicam o elevado percentual das famílias que declararam consumir apenas o essencial (78,3%). A maior elevação de abril para maio, entretanto, se deu entre as famílias com menor poder aquisitivo, saltando de 85,1% para 88,6% as que afirmaram só estarem comprando o essencial.
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