Novos desafios para a educação remota: o futuro é agora
Mariela Misiano*
A conectividade e as melhorias na infraestrutura trazem mudanças positivas tanto para os alunos quanto para o corpo docente. Entretanto, as limitações atuais nos obrigam a repensar as rotinas e as estruturas que conhecíamos. É hora de ir em busca de uma transformação digital que realmente beneficie toda a sociedade.
A UNESCO lançou recentemente uma coalizão global de educação para apoiar os países a ampliar suas melhores práticas de aprendizagem a distância. Uma das metas dessa empreitada é atingir crianças e jovens em maior risco. “Nunca antes havíamos presenciado uma interrupção educacional com esta magnitude”, disse a diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
Agora, mais do que nunca, o problema da conectividade se torna relevante. Como podemos assegurar que a infraestrutura crítica seja compatível tanto com o trabalho a distância quanto com as aulas virtuais, a única opção que temos devido a atual crise na saúde?
É o momento de começarmos a pensar em soluções mais efetivas ou alternativas. Um exemplo claro é o edge da rede e a oportunidade que ele apresenta e que não pode ser desperdiçada. As instituições educacionais devem ser os principais consumidores do edge da rede. A Vertiv identificou atributos chaves nesse sentido, nos quais se destaca o uso intenso de dados.
De acordo com o relatório de pesquisa da Vertiv sobre o Data Center de 2025, realizada com especialistas da indústria, mais da metade dos participantes que hoje possuem sites de edge, ou que planejam implementá-los, acredita que a quantidade de sites duplicará nos próximos 5 anos.
Essa projeção nos mostra que as empresas reconhecem que o edge computing se tornará cada vez mais comum, proporcionando inúmeras vantagens.
Por outro lado, a adoção do 5G não é uma questão menor. A modernização da infraestrutura física de telecomunicações existente é um fator crítico para a implementação da rede 5G na América Latina. Com suas altas larguras de banda e suas baixas latências, a rede 5G possibilitará e agilizará o uso generalizado de tecnologias e aplicações avançadas. Isso terá um impacto muito positivo nas aulas móveis e virtuais. São espaços que, distantes dos grandes centros urbanos, se apresentam como alternativas flexíveis. Reproduzem-se as condições de uma aula tradicional, replicando-a em estruturas móveis projetadas para moverem-se em trailers. Esse tipo de experiência necessitara de uma conexão confiável para seu funcionamento, com maior rapidez e largura de banda na rede para garantir o êxito do projeto.
O mundo está mudando a um ritmo exponencial. As pessoas não trabalham, nem se comunicam, como faziam há uma década. Os professores de hoje devem se sentir confortáveis com o ensino virtual, tornando-se usuários de ferramentas e aplicações colaborativas on-line. Se os educadores não se adaptarem, os jovens não terão no futuro a vantagem competitiva que precisarão para entrar em uma força de trabalho que exigirá habilidades altamente especializadas.
É essencial que tanto professores quanto alunos estejam preparados para as aulas do futuro.
Quem sabe essa situação sem precedentes esteja abrindo a porta para outro estilo de educação, no qual as aulas serão mais dinâmicas, oferecendo acesso ao volume de informações que está hoje disponível on-line. Estamos em uma era de transformação digital e teremos de aprender a antecipar os próximos desenvolvimentos.
São necessários investimentos em hardware e softwares para implementar mudanças tecnológicas. No setor público, o processo de investimento demanda muito mais tempo do que no setor privado devido a problemas estruturais, procedimentos e as aprovações necessárias de diferentes áreas. Mesmo que as mudanças levem tempo, o governo deve assumir um papel ativo e o sistema educacional deve identificar suas necessidades para abordar essas questões com rapidez. Esse esforço resultará em um sistema que beneficiará aos nossos jovens e, portanto, ao sistema educacional do país e ao progresso social em geral.
*Mariela Misiano, Gerente de Vendas da Vertiv para a Região da Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
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