Aumento na tarifa de importação de aço pode intensificar as empresas de transporte
Movimentação da indústria nacional trará aumento na demanda de frete
O aumento do Imposto de Importação para 11 produtos de aço passará a ser de 25%. A decisão foi aprovada em abril pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, o Gecex-Camex. Anteriormente, as tarifas variavam de 9% a 12,6%.
A justificativa governamental para a decisão está no crescimento observado da entrada de produtos estrangeiros no Brasil. A nova tarifa será aplicada a produtos que ultrapassarem uma cota de 30% acima da quantidade comprada entre 2020 e 2022. A decisão é válida por 12 meses.
Desde então, um dos setores essenciais para a economia que vem sendo beneficiado por essa nova legislação é o Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). Ele é responsável por grande parte da movimentação das mercadorias siderúrgicas no país. Na visão de Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística - transportadora especializada no transporte de aço -, a medida pode impactar o segmento de diversas maneiras.
“Com o aumento da tarifa para a importação, abre-se a possibilidade de crescimento do mercado interno, com aumento de produção e demanda interna e, consequentemente, a possibilidade de aumento nos fretes operados no mercado, visto que a margem das indústrias siderúrgicas poderá aumentar. Muitas transportadoras e autônomos serão direcionados para as indústrias que obtiverem um melhor valor de frete, e o mercado precisará se reorganizar em relação aos valores praticados”, descreve o executivo.
O pedido de aumento das alíquotas partiu das siderúrgicas nacionais, que se sentiam prejudicadas pelo aumento da entrada de produtos importados no país. Para a indústria, faltam investimentos internos e um mercado mais atrativo para os potenciais clientes.
Na visão do TRC, essa medida, além de aumentar a produção interna, automaticamente elevará a demanda de frete na siderurgia. “Temos acompanhado um grande investimento político e financeiro em setores como infraestrutura, automotivo e saneamento, áreas que necessitam de produtos da siderurgia. Além disso, também estamos em ano eleitoral, então os players políticos tentarão fomentar obras, que acarretarão o aumento da demanda”, pondera Franco.
Desde o final de 2023, as siderurgias brasileiras de aço têm pressionado o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por medidas de proteção para frear as importações do produto.
Em contraponto, as empresas que utilizam a compra de aço também se movimentaram para que a decisão fosse revogada. As fabricantes produtoras de aço argumentaram que os preços dos produtos mencionados são considerados elevados no Brasil.
Por outro lado, o TRC entende que o impulsionamento das indústrias nacionais favorecerá a competitividade do mercado. Na TKE, por exemplo, a aposta será no desenvolvimento interno para continuar se destacando no setor.
“Acredito que haverá um aumento na demanda do transporte, mas será necessário um aumento nos valores de frete. Apesar disso, posso dizer que temos um bom relacionamento com nossos embarcadores do setor e procuramos ser um diferencial competitivo para eles. Atualmente, consideramos apenas continuar evoluindo nosso atendimento, ou seja, personalizando de acordo com cada perfil e oferecendo nossos serviços com mais assertividade”, finaliza Franco.
Sobre Franco Gonçalves:
Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística. Formado na Universidade do Sul de Santa Catarina em Administração, Negócios e Marketing, realizou curso de extensão na ST. John International University, em Vivoto, na Itália. Em 2018, realizou especialização em Finanças e Controladoria, Administração e Negócios pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Recentemente, concluiu o curso MBA em Transporte Rodoviário de Cargas, Administração e Negócios na Católica de Santa Catarina – Centro Universitário.
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