12 caminhos para inspirar e direcionar na busca pelo propósito
Por Raphael Rodrigues (*)
Essa frase tem me inspirado e ajudado nas reflexões sobre a vida nos últimos 15 anos: acredito que a única forma de vivermos a plenitude do SERseja nos conhecendo profundamente, observando e aprendendo sobre a complexidade e a simplicidade do mundo, nos tornando assim conscientes sobre a nossa evolução e contribuindo para o planeta. Agir fazendo a nossa existência ter sentido, para que deixemos o nosso legado para a humanidade.
Os reais talentos possibilitam que nos expressemos de forma potente, colocando a nossa essência no universo. Com isso, transformamos quem somos em verdadeiras obras, que fazem diferença para pessoas, organizações e sociedades.
Quais são os seus talentos? O que você faz realmente bem?
As verdadeiras paixões expandem o nosso significado sobre o mundo: como interpretamos e internalizamos o mundo, o que ressoa com força dentro de nós e dá sentido à vida. Nossas paixões são como chamas que mantem o fogo da nossa existência. Sem paixões a vida não tem brilho, não tem essência.
Quais são as suas paixões? O que você gosta profundamente de fazer?
Quando conseguimos conectar nossos talentos com nossas paixões, a mágica começa a acontecer. O nosso poder pessoal é experimentado com toda a sua força, atraímos as pessoas para perto e estamos conectados com o nosso propósito. Temos a sensação de sermos únicos, de que toda a nossa existência vale a pena, brilhamos intensamente e expressamos a nossa luz no mundo. Nesse momento, temos a chance de fazer com que talentos e paixões se conectem com as necessidades do planeta e com isso possamos cooperar para a sua evolução.
Vivemos em tempos desafiadores para a evolução da humanidade. Tempos em que o individual e o coletivo estão em conflito tentando encontrar o seu ponto de convergência e assim, elevar a nossa condição humana para adquirirmos novas capacidades. Muitas vezes esse conflito é completamente desarmônico e pende para o lado do individualismo. Egoísmo, incapacidade de respeitar o outro, solidão, ganância, medo, falta de convivência em grupos, violência e guerra são algumas das características e consequências que podemos observar no mundo atual e no comportamento das pessoas.
São duas forças antagônicas e harmônicas ao mesmo tempo fazendo o que parece ser um cabo de guerra ou a construção de uma leminiscata com infinitas possibilidades. A questão que se apresenta é a seguinte: “Vamos deixar a corda arrebentar e nos dividirmos em dois ou mais mundos e sentirmos as consequências negativas disso?”, ou “Vamos encontrar novas possibilidades, onde a tensão da corda possa inspirar, transformar e experimentar caminhos que nunca foram desbravados? Onde a harmonia entre o individual e o coletivo exista? Onde possamos nos elevar a uma oitava acima experimentando novos tempos e inclusive vivendo novos desafios?”.
Já estive em Manaus-AM onde existe o encontro das águas dos Rios Negro e Solimões que, juntos, formam o Rio Amazonas, simplesmente o rio mais caudaloso do mundo. O Rio Negro, como o próprio nome diz, tem a cor bem escura, quase preta, enquanto o Rio Solimões tem a cor marrom, bem barrenta. No encontro das águas, a impressão que se tem é que elas não se misturam, pois é notável a divisão. É perceptível, inclusive, a diferença de temperatura e densidade das águas. Imagine também, a diversidade da vida fluvial que podemos encontrar nos dois rios. O que acontece é um fenômeno muito bonito. Durante alguns quilômetros, os dois rios vão convivendo um com outro até que as características aparentes do Rio Solimões sobrepõem as do Rio Negro e assim seguem juntos se transformando no Rio Amazonas. O incrível é perceber que – apesar do aspecto parecido com o Solimões – é um novo rio que se forma, pois imagino, por não ser especialista, que criam novas características; porém ao mesmo tempo, podemos encontrar as características específicas dos dois rios que o geraram.
Será que isso nos serve de inspiração para a construção de um mundo melhor, mais harmônico, onde a diversidade seja uma qualidade e não um problema? Onde a riqueza e valorização das pessoas estejam mais em quem elas são do que no que elas possuem, onde possamos desenvolver valores e características como respeito a vida, gentileza, humildade, felicidade, espiritualidade, integridade e amor?
Nos tempos atuais, muitas pessoas têm buscado entender e vivenciar o real propósito de suas vidas, o significado e sentido das suas atividades laborais e o estilo de viver que traga harmonia, equilíbrio, paz e felicidade. A cada dia, mais pessoas tem vivido seus talentos e paixões de forma intensa, muitas vezes transformando-os em trabalho, equilibrando o SER e o TER.
As pessoas estão buscando tomar as rédeas das suas vidas. Tem buscado ter mais controle sobre seus destinos ou, como se diz, tomar o destino em suas próprias mãos. Parece haver uma busca por aprender a ser individual e ao mesmo tempo coletivo, ser um indivíduo integrado ao todo. Integrado no sentido de, além de atingir a plenitude do ser, contribuir positivamente para a sociedade seja pelos “Comos” ou “O Ques” da vida. O que antes era privilégio de poucos, agora tem sido a busca de muitos. A questão é: “Isso é possível para todos?”
Por outro lado, nota-se também um grande número de pessoas que querem TER sem SER, ou seja, querem se tornar ricas, com um grande acúmulo de bens materiais, pela forma mais fácil, buscando a fama a qualquer custo, ou procurando ganhar dinheiro em jogos de azar, sorteios, concursos e reality shows que se multiplicam como coelhos pelas programações dos canais de tv. O entendimento sobre existir um processo para se construir algo e palavras como persistência, conquista, merecimento, orgulho, respeito, esforço, reconhecimento estão em esquecimento e muitas vezes perdendo o seu significado mais nobre.
Há uma notável intensificação dos questionamentos com relação às formas e dinâmicas de trabalho. De como encontrar o propósito no que se faz. As empresas têm tido grandes desafios em atrair, reter e motivar talentos, não só das novas gerações, mas também, de pessoas experientes. Talvez seja por isso que o fenômeno do empreendedorismo esteja crescendo tanto.
Aproveito para deixar alguns caminhos possíveis que me inspiram na direção de encontrar o próprio propósito e assim viver com significado e plenitude:
1) Desenvolva a sua espiritualidade;
2) Não tenha medo de intuir, mas se torne consciente desse processo e capacidade;
3) Crie e proponha novas possibilidades e cenários, mostre caminhos diferentes, desafie e questione o status quo;
4) Compartilhe experiências e vivências;
5) Seja artista, viva a arte em todas as suas formas e possibilidades, amplie seus horizontes internos e externos;
6) Busque autoconhecimento e autodesenvolvimento e entenda o seu papel no mundo;
7) Aprenda a aprender com o mundo e com as pessoas;
8) Seja proativo, faça as coisas acontecerem, tome o seu destino nas suas mãos, seja líder da sua própria vida;
9) Explore o mundo e as possibilidades da vida, busque novas paixões;
10) Desenvolva seus talentos naturais, cerque-se de pessoas que possam complementa-los e adquira novos em sintonia com as suas paixões;
11. Faça tudo com excelência e humildade;
12. Use os recursos financeiros como meios e não como a finalidade única de sua vida.
Permita-se, entregue-se e integre-se. Temos que deixar que nossos potenciais explodam na nossa cara e na cara do mundo. Temos que desafiar o nosso SER. Não tenhamos medo de saber quem realmente somos. “Se joga!”
(*) Raphael Rodrigues é consultor com foco no desenvolvimento organizacional e humano, co-fundador e facilitador do Impulso Emerge e dono da Pharrel Consultoria
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