Estamos migrando da economia da posse para a economia do acesso. De acordo com a pesquisa da Euromonitor 2018, compartilhar, usufruir, é o novo perfil do consumidor. As empresas que enxergam isso tendem a ganhar destaque e influência no mercado, pois elas estão alinhadas à mudança do comportamento, sobretudo dos mais jovens. É por isso que o modelo de carsharing, ou compartilhamento de veículos, tem ganhado cada vez mais espaço no cenário nacional. Um dos expoentes desse mercado, e que confirma a mudança, é a startup Turbi, que só em 2018 quadruplicou sua frota, e prevê o fechamento do primeiro semestre com 350 carros espalhados em 60 pontos na capital paulista.

Hoje, o que mais pesa é a relação custo e benefício, com busca na praticidade e economia, principalmente quando o assunto é mobilidade. Esta é uma tendência global, como mostra pesquisa da consultoria internacional Frost & Sullivan. Atualmente mais de 7 milhões de pessoas utilizam o serviço de carsharing globalmente, e esse número deve triplicar nos próximos cinco anos. Depois de estudar o modelo de negócios no cenário internacional e identificar as lacunas da mobilidade urbana e as oportunidades, os sócios Diego Lira e Daniel Prado decidiram adaptar o modelo de negócio para o Brasil, e em agosto de 2017 iniciaram as operações da Turbi.

Para os que não estão habituados com o termo, o carsharing nasceu no mercado internacional com Zipcar, locadora americana de automóveis. O modelo de negócios consiste em levar aos usuários uma alternativa de locomoção prática e segura, ideal para trajetos de média duração como reuniões de trabalho, compromissos com mais do que uma parada, ou para viagens de fim de semana, onde o cliente possa desfrutar da comodidade de um automóvel sem o ônus da posse, além de usufruir de privacidade e liberdade de um carro próprio.

O serviço está crescendo em escala global graças ao desejo das pessoas de usar meios de transporte alterativos, e é visto como potencial contribuinte na redução de problemas com trânsito e mobilidade urbana. Além disso, o modelo contribui para um cenário mais sustentável, visto que segundo estudos feitos pela Universidade de Berkeley nos EUA, um carro compartilhado pode remover das ruas de 7 a 11 veículos particulares.

De acordo com Lira, o mercado está se desenvolvendo rapidamente e a perspectiva de crescimento para a Turbi é muito boa. Baseada nas oportunidades para o negócio, a Domo Invest, uma asset management focada em venture capital, liberou uma rodada de investimento na Turbi de R$ 4 mi. Com o aporte, a startup irá investir na expansão da frota e na capilaridade dos pontos de locação. “O gargalo da mobilidade paulistana é enorme, as pessoas precisam, e querem novas e diferentes opções de transporte. Nossa estimativa é que cada carro compartilhado tem o potencial de atender 12 pessoas em uma mesma região. Iremos ampliar nossa área de atuação para atender novos usuários. Queremos desenvolver o mercado de carsharing no Brasil e com isso ajudar a resolver o problema de mobilidade nas grandes cidades”, explica o fundador.

Para Lira esse o grande diferencial da empresa é a agilidade no processo de locação, já que a Turbi se torna uma solução simples e prática uma vez que elimina a burocracia morosa de uma locadora de veículos. “Quando decidimos abrir a empresa, concluímos que não faríamos apenas um startup de carsharing, mas sim uma empresa de tecnologia aplicada à mobilidade urbana. Essa visão fez com que investíssemos tempo, e muito estudo, no desenvolvimento do software. Temos orgulho do sistema que criamos. A Turbi busca de forma incessante oferecer uma frota de qualidade e uma experiência excepcional aos clientes”, argumenta.

Atualmente, a frota da empresa conta com três modelos de carro, HB20 1.6, Nissan Kicks e Mini Cooper S, sendo a única empresa no Brasil a oferecer o último modelo sem limite de quilometragem ou tempo de viagem. Todos os veículos são automáticos. Os pontos de locação ficam em Pinheiros, Vila Madalena, Vila Mariana, Vila Olímpia, Itaim Bibi, Av. Paulista, Moema, Paraíso, Saúde, Perdizes, Brooklin Novo e Jardins. Os valores variam de R$8,00 a R$35,00 por hora e, em todos os modelos é cobrado R$ 0,50 por quilômetro rodado, O custo com seguro, manutenção, IPVA e combustível estão inclusos no valor.