Arrecadação federal volta a cair em março
Queda interrompe dois meses de alta e mostra impactos ainda da forte recessão
A arrecadação do Governo Federal voltou a titubear em março, quando apresentou queda real de 1,16% sobre igual mês do ano passado, totalizando R$ 98,994 bilhões, informou a Receita Federal nesta quarta-feira. O resultado mais fraco interrompeu dois meses de alta. De qualquer forma, o desempenho demonstrou quão duradouro é o impacto da recessão econômica sobre o recolhimento de tributos e contribuições no País. Um ano antes, a arrecadação com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), por exemplo, diminuiu R$ 1,253 bilhão, apresentando o maior impacto nominal em março, ao totalizar R$ 14,658 bilhões, queda de 7,87% no período.
Houve também recuo na arrecadação com Imposto de Importação/IPI-Vinculado (-R$ 469 milhões de reais, ou -10,92%), Cofins/PIS-Pasep (-R$ 460 milhões ou -2.16%) e IOF, com arrecadação menor em R$ 343 milhões de reais (-12,60%). No primeiro trimestre do ano, a arrecadação teve alta de apenas 0,08%, já descontada a inflação, somando R$ 328,744 bilhões.
Uma boa notícia: o salto de 47,75% nas receitas administradas por outros órgãos, linha que vem sendo beneficiada pelo aumento da arrecadação com royalties do petróleo, com alta nos preços da commodity. No caso apenas das receitas administradas pela Receita Federal, o resultado acumulado de janeiro a março registrou retração real de 0,81%.
Em virtude da manutenção do cenário de fracas receitas, o governo piorou a meta de déficit primário para o Governo Central (Governo Federal, Banco Central e INSS) em 2018, a R$ 129 bilhões, marcando outro ano de grande rombo nas contas públicas. Para 2017, a meta de déficit é ainda pior: R$ 139 bilhões.
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