Revolução digital: quem sobreviverá?
Especialista recomenda ação proativa das empresas que pensam futuro das organizações
Futurista formado em 2012 pela Singularity University, projeto da Nasa e do Google no Vale do Silício (EUA), Tiago Mattos, 37 anos, inquieta plateias ao propor repensar tudo a partir da revolução digital (e de tecnologias emergentes como a nanotecnologia e a biotecnologia) que se avizinha e afetará o modus operandi da economia, a forma como trabalhamos, as métricas conhecidas de sucesso e toda a sociedade. “Não há crescimento na zona de conforto. Administrar esse desconforto com sabedoria é importante nesse período de transição do modelo de organização industrial para o digital. E não há dúvidas de que as métricas do passado de nada servirão no futuro. A lógica industrial é linear, segmentada, repetitiva e previsível. Seu arquétipo se compara a uma linha de montagem. Ao passo que a perspectiva digital é não linear, conectada todo o tempo, multidisciplinar e não previsível”, afirma ele, autor da palestra “O futuro das organizações”, apresentada o 6º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, promovido pela CNseg, Escola Nacional de Seguros e Fenaber. Este painel contou com a participação dos executivos, Renato Campo, da Escola Nacional de Seguros, e de Katia Miyaki, da Swiss Re.
O avanço do pensamento exponencial afeta paradigmas, provoca perplexidade e muitas reflexões. Algum dia você já pensou que foi educado para trabalhar no chão de uma fábrica, por exemplo? Este é o entendimento de Mattos, para quem o sistema de educação massificado, gratuito e público foi criado, por volta de 1860, para ser espelho da revolução industrial e preparar futura mão de obra para as fábricas. “Na escola, há horário para entrar e sair, como na fábrica; as pessoas usam uniformes, como na fábrica; estudam numa sala com pessoas do mesmo nível de conhecimento, como na fábrica; são supervisionadas, como na fábrica, só que por um professor; ficam desconectadas de todas as demais áreas da escola enquanto estudam, como na fábrica; e, ao final de 13 anos de estudos, recebem um diploma que, nas entrelinhas, ratifica que estão aptos a trabalhar numa fábrica! Sim, esses 13 anos que a gente passa no Ensino Fundamental e Médio nada mais são do que a reprodução do pensamento industrial linear, segmentado, repetitivo e previsível. Enquanto a tecnologia computacional está crescendo exponencialmente, a gente ainda faz previsões lineares. A maioria das pessoas está olhando para trás e achando que os próximos anos vão ser lineares como no último século. É preciso olhar para frente e se preparar para os impactos revolucionários da nanotecnologia, biotecnologia e da inteligência artificial/ robótica”, assinala.
Está claro, para o especialista, que as empresas que não trocarem de software- do industrial para o digital- incluindo os grupos que desfrutam de market share generoso na economia tradicional, estão propensas a ter morte súbita, lenta, ou poderão se tornar apenas sobreviventes e sem relevância de mercado.
Mesmo no setor de seguros, conhecido por processos de liquidação de sinistros longos e complexos sob a ótica digital, há alguns cases que mostram como a inovação tecnológica pode ser usada para torná-lo mais ágil e transparente, lembra o especialista, citando a Lemonade e a Trov. A primeira agiliza a contratação de seguros, paga sinistros em questão de minutos ou dias, divulga previamente a parcela de prêmios retida em cada negócio, o percentual repassado ao resseguro, a parcela para cobrir sinistros e, havendo sobras, sua destinação à instituição (ou ONG) indicada à causa abraçada pelo segurado no fim do exercício. O componente de caridade visa a demonstrar que seu objetivo não é apenas a obtenção de lucros. Seu case é visto como uma tendência para melhorar a forma como as companhias comercializam seus serviços e atendem os clientes on-line.
A Trov é uma plataforma de seguros simples, transparente e com seguro sob medida para uma base de clientes global. Seu mérito é oferecer a pessoas de todo o mundo proteção para bens como celulares, máquinas digitais, tablet quando e pelo tempo que desejem. A compra é feita por um aplicativo para celulares.
Ideias assim devem prosperar nos próximos anos, exigindo dos players que querem permanecer no mercado uma ação proativa em relação aos recursos digitais. Pelo menos três áreas deverão estar no radar das organizações: a inteligência artificial, o big data e machine learning. Nesse cenário, o mundo será mais desafiador, mas muito melhor, acredita ele, para quem “aprender a aprender, aprender a desaprender e aprender a reaprender”. Você está pronto?
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