Relatório global da Deloitte aponta 10 tendências que devem impactar a indústria da mineração em 2017
· Historicamente lento para inovar, setor deve aproveitar experiências de outras indústrias para obter sucesso no longo prazo;
· Inovação, colaboração, cibersegurança e equilíbrio ambiental estão entre as principais preocupações deste ano;
· Mineradoras brasileiras têm de lidar com a volatilidade dos preços internacionais, com a ameaça da variação cambial, com os desafios da segurança ambiental e destravar a aprovação do marco regulatório do setor.
Pela primeira vez em anos, há um clima de otimismo cauteloso na indústria de mineração, com preços de commodities em alta, pequeno crescimento em diferentes mercados e a maioria das mineradoras conseguindo melhorar a situação dos custos em relação a um passado recente. No entanto, a indústria ainda se encontra em um momento crucial para enfrentar desafios relacionados a ameaças em segurança cibernética, à disrupção tecnológica e a questões ambientais. Desta forma, mineradoras precisam fazer escolhas fundamentais sobre onde investir e como se posicionar nos próximos anos.
Essas são as principais conclusões tiradas do 9º Relatório Anual de Mineração produzido pela Deloitte Global, “Tracking the Trends” (seguindo as tendências, em tradução livre), que indica como as empresas de mineração podem ser bem-sucedidas ao compreender e reagir adequadamente às dez tendências apuradas, que devem impactá-las a partir deste ano de 2017.
"As mineradoras que estiverem dispostas a se envolver em mudanças substantivas, repensando suas estratégias e abraçando a disrupção tecnológica para ajudar a destravar a produtividade e melhorar a sustentabilidade, provavelmente estarão melhor posicionadas para alcançar o sucesso", afirma Philip Hopwood, líder global do setor de Mineração da Deloitte. "Essas empresas demandarão lideranças fortes, maior colaboração e a projeção de uma visão de longo prazo para impulsionar a indústria."
A edição de 2017 do relatório “Tracking the Trends” aborda ainda uma série de estudos de caso, que mostram como as empresas do setor estão adotando novas soluções para seus principais entraves.
“Os desafios da mineração no Brasil são similares aos das empresas globais. Mas empresas brasileiras devem estar especialmente atentas à volatilidade dos preços internacionais das commodities, à variação cambial – que pode afetar significativamente a rentabilidade do setor – e à segurança ambiental. Outro fator muito importante, e que precisa ser resolvido, é o marco regulatório do segmento de mineração, que há anos está em discussão no Congresso Nacional. A aprovação dessa legislação é essencial para estimular a atração de investimentos internacionais. Também as pequenas e médias mineradoras esperam ansiosamente a nova regulação do setor”, afirma Eduardo Raffaini, sócio-líder do setor de Mineração da Deloitte Brasil.
As dez questões essenciais apuradas pelo relatório e que devem impactar o setor de mineração a partir de 2017 são:
· Destravar a produtividade pela inovação: Em um mundo cada vez mais complexo, impulsionado por novas tecnologias, as empresas de mineração estão se voltando para a inovação na busca de serem bem-sucedidas. Nos últimos anos, o setor tem investido em inovações tecnológicas, como adoção de caminhões autônomos (que se movimentam pelas minas sem a necessidade de motoristas) e a implantação de sensores e análises avançadas para reduzir custos, agilizar a manutenção de equipamentos e prevenir incidentes.
Desta forma, os avanços tecnológicos estão conduzindo as empresas celeremente a um novo patamar de negócios, voltado a garantir ganhos de produtividade. Tecnologias como drones, modelagem em tempo real e geocodificação estão agregando em tempo real melhorias nos processos operacionais e funcionais.
"Para garantir ganhos de eficiência, as empresas também devem estimular a adoção e o desenvolvimento de uma cultura de inovação para aproveitar ‘insights’ que vão além da própria área da mineração, especialmente valorizando experiências de outras indústrias, como a automotiva ou a farmacêutica, por exemplo,” afirma André Joffily, sócio de Consultoria para o setor de Mineração da Deloitte Brasil.
· Melhorar o valor das companhias para os acionistas: Historicamente, a indústria de mineração tem tido um desempenho inferior ao de outros segmentos produtivos, com o pagamento de dividendos para os acionistas em constante declínio desde 2011. O aprimoramento de carteiras, o fortalecimento dos processos de fusões e aquisições, a manutenção do foco no controle e redução de custos e a realização de investimentos de longo prazo são fundamentais para melhorar o desempenho nesse quesito.
· Operar em um ecossistema: Para que o setor realize grandes avanços, as empresas precisam passar de uma mentalidade "individualista" para outra que reconheça o valor da operação dentro de um ecossistema. A adoção de novas formas de colaboração, incluindo transformar os fornecedores em parceiros, colaborar com os concorrentes em alguns casos e construir parcerias ampliadas, pode ajudar as empresas a atingir esse objetivo.
· Participar da revolução digital: Embora haja uma série de benefícios para a adoção de capacidades digitais, mineradores devem descobrir como transformar benefícios potenciais em realidade. Para prosperar no futuro, as empresas devem incorporar o pensamento digital, processos e estruturas tecnológicas em toda a organização.
“Vale destacar que grandes empresas brasileiras e também companhias globais que operam por aqui têm adotado algumas das mais modernas e eficientes soluções tecnológicas de base digital para otimizar produção e rentabilidade. Apesar de ser ainda um a indústria considerada ‘conservadora’ na implantação de inovações, os brasileiros têm sido reconhecidos internacionalmente como operadores eficientes nesse campo”, explica Raffaini.
· Mapear cenários relacionados a ameaças cibernéticas: Como a tecnologia permeia todos os setores e indústrias, a mineração não está imune às ameaças relacionadas à cibersegurança. As empresas de mineração estão sujeitas a uma ampla gama de risco e, diante de um cenário de ameaças em constante evolução, os gestores devem fortalecer seus programas de segurança cibernética.
· Traçar perspectivas compartilhadas entre o setor e os governos: Para promover perspectivas compartilhadas para o setor de mineração, empresas e governos poderiam se beneficiar ao construir um entendimento de meio termo para a elaboração de normas, regulamentações e leis, que permita alinhar os interesses e reforce a cooperação entre todas as partes.
· Reconquistar a “licença social” para operar: Reconquistar a chamada “licença social” (permissão informal concedida pelos diversos agentes da sociedade envolvidos ou afetados pela operação de uma atividade de alto impacto, como a mineração) para operar é um feito consideravelmente difícil para o setor minerador, especialmente à luz de uma série recente de graves acidentes, que desperta nas comunidades preocupações relativas ao impacto da indústria sobre o meio ambiente e as pessoas. Ao reduzir sua pegada ambiental, as empresas podem fomentar a confiança necessária nas comunidades para recuperar sua “licença social” para operar.
“O termo ‘sustentabilidade’ vem sendo essencial para a indústria de mineração. É necessário que as empresas mantenham tanto sua viabilidade econômica e financeira, como passem a deixar a menor pegada ambiental possível em suas atividades. Para isso, alguns fatores são determinantes para o sucesso dessa empreitada sustentável: melhorar a eficiência logística; reduzir e otimizar o consumo de água na produção; economizar e optar por fontes alternativas para a geração de energia voltada a sua atuação; e reduzir a dependência do trabalho humano direto na mineração, especialmente para minimizar a exposição dos trabalhadores a riscos”, esclarece André Joffily.
· Dar suporte às prioridades estratégicas: Enquanto os preços das commodities demonstram a atual tendência de se recuperar – após o registro de anos de lucros recordes que escassearam a partir de 2011, com o recuo das cotações –, os líderes da indústria passam a compreendem a importância de adotar modelos operacionais que possam ajudá-los a dar respostas aos desafios da indústria e à volatilidade do mercado. As empresas que tomaram medidas para fortalecer seus balanços na última rodada de redução de custos estão agora avaliando como realinhar seus modelos operacionais diante das escolhas adotadas para que possam se posicionar adequadamente para cumprir seus objetivos estratégicos e garantir a sustentabilidade de suas novas posições, agora apoiadas em custos menores.
· Dar apoio para a formação de equipes profissionais saudáveis e inclusivas: O aprimoramento produtivo tornou-se um mantra da indústria de mineração em resposta à queda dos preços das commodities nos últimos anos. Entretanto, as empresas precisam reconhecer que a produtividade vai além da pura redução de custos e da racionalização de processos: saúde mental, bem-estar e diversidade também devem ser fatores considerados e valorizados na gestão das equipes profissionais.
· Adotar uma abordagem integrada dos relatórios: Diante de governos que têm se esmerado em exigir maiores níveis de transparência, o setor está trabalhando para fortalecer as práticas de conformidade e publicidade. Ao padronizar a informação – considerando relatórios redundantes e sobrepostos - e a revisão dos sistemas de Tecnologia da Informação para garantir uma mensuração consistente dos dados e capacidades publicitárias, as empresas podem dar um passo à frente em relação ao ambiente de suas demonstrações de atividades e resultados.
"À medida que as empresas voltam a se comprometer com um novo conjunto de prioridades estratégicas, elas também serão impelidas a adotar um novo padrão de abordagens operacionais", avalia Eduardo Raffaini. "Assim, está na hora das companhias considerarem novas abordagens estratégicas, transformando a maneira como a mineração opera em todos os seus segmentos", conclui.
Para ter acesso ao relatório completo, visite o seguinte endereço: https://www2.deloitte.com/global/en/pages/energy-and-resources/articles/tracking-the-trends.html
Sobre a Deloitte
A Deloitte oferece serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. Atendemos a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®, por meio de uma rede globalmente conectada de firmas-membro em mais de 150 países, trazendo capacidades de classe global, visões e serviços de alta qualidade para abordar os mais complexos desafios de negócios dos clientes. Para saber mais sobre como os cerca de 244.400 profissionais da Deloitte impactam positivamente nossos clientes, conecte-se a nós pelo Facebook, LinkedIn e Twitter. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado, com seus 5.500 profissionais e com suas operações em todo o território nacional, a partir de 12 escritórios.
A Deloitte refere-se a uma ou mais entidades da Deloitte Touche Tohmatsu Limited, uma sociedade privada, de responsabilidade limitada, estabelecida no Reino Unido ("DTTL”), sua rede de firmas-membro, e entidades a ela relacionadas. A DTTL e cada uma de suas firmas-membro são entidades legalmente separadas e independentes. A DTTL (também chamada “Deloitte Global”) não presta serviços a clientes. Consulte www.deloitte.com/about para obter uma descrição mais detalhada da DTTL e suas firmas-membro.
------------------------------------------------------------------------------------
Segs.com.br valoriza o consumidor e o corretor de seguros
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>