Como empresas e contribuintes podem se preparar para as mudanças da Reforma Tributária

A Reforma Tributária é discutida no Brasil por sua proposta de simplificar a cobrança de impostos e reduzir a burocracia. As novas regras pretendem aquecer a economia e tornar a tributação mais justa para empresas e consumidores. Conforme divulgado pela Agência Senado, a expectativa é que a reforma viabilize de 10 a 15% de crescimento econômico nos próximos anos. Para empresas, isso pode significar oportunidades de alavancar negócios e impactar positivamente o lucro. Diante do assunto, Mario Teixeira, advogado, conselheiro empresarial e consultor da empresa Gonçalves Consultoria, analisou os impactos das mudanças propostas e as oportunidades que podem surgir para entidades de diversos setores.

A reforma tem a competência de simplificar a estrutura tributária do país, reduzindo processos e promovendo maior visibilidade para os negócios. Mario Teixeira, afirma: “A unificação de tributos e a criação de um sistema mais transparente podem trazer benefícios significativos para as empresas, especialmente no que se refere à simplificação da gestão fiscal”.

Uma das principais mudanças é a substituição de vários impostos por um único modelo de tributação. Com isso, o governo espera impulsionar a economia, facilitar o ambiente de negócios e tornar o sistema tributário mais eficiente. Tributos como PIS (Programa de Integração Social), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto sobre Serviços) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) serão substituídos por um imposto unificado sobre o consumo. “Os benefícios incluem menos burocracia para as empresas, com a redução de regras e obrigações fiscais; maior previsibilidade; e a diminuição dos custos administrativos, tornando o cálculo e o pagamento dos impostos mais simples”, explica Mario.

Adaptação a unificação dos tributos

O sistema tributário trará adaptações, mas podem também simplificar as obrigações de algumas empresas. O período de transição entre os tributos antigos e os novos pode ser um desafio, tornando essencial a busca por orientação especializada e o acompanhamento de perto das regulamentações. “A simplificação pode reduzir custos administrativos e aumentar a eficiência operacional. Empresas que se adaptarem rapidamente poderão obter vantagens competitivas.”

Setores que serão beneficiados X que não serão beneficiados

Os setores que podem ser mais beneficiados incluem o de Bens de Capital, que permitirá a dedução de créditos tributários ao longo da cadeia produtiva, as exportações, que são uma parte importante desse setor, não serão tributadas. E o agronegócio, que poderá contar com isenções para pequenos produtores e alíquotas reduzidas para alimentos, aumentando a competitividade do setor.

Por outro lado, o setor de serviços pode enfrentar um aumento na carga tributária com a transição do ISS para o IBS. O varejo pode ter dificuldades na aplicação dos créditos tributários e na adaptação às novas regras. Setores que dependem de incentivos fiscais específicos podem ser impactados caso esses benefícios sejam reduzidos ou eliminados.

As pequenas e médias empresas que não fizerem a opção pelo Simples Nacional podem enfrentar obstáculos. “A adaptação a esses novos sistemas de cálculo e apuração do IBS e da CBS pode exigir investimentos em tecnologia e treinamento pessoal, algo que muitas PMEs (Pequenas e Médias Empresas) podem não ter recursos financeiros para implementar.” explica o advogado. Com as mudanças regulatórias será necessário o acompanhamento, o que pode ser complicado por conta de equipes reduzidas.

Fatores que podem levar ao aumento de preços dos produtos e serviços no mercado

No setor de serviços, a substituição do ISS por uma alíquota do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) pode resultar em uma carga tributária maior, levando empresas a repassar esse aumento aos consumidores. A reforma prevê a eliminação gradativamente de incentivos fiscais, elevando os custos para negócios que hoje se beneficiam dessas isenções. O período de transição e adaptação às novas regras, que pode gerar custos extras para as empresas, podem ocasionar aumentos temporários de preços durante esse processo.

Como as empresas podem se preparar e evitar estratégias negativas da reforma

Para reduzir os efeitos negativos e garantir uma adaptação eficiente, algumas estratégias são fundamentais. É essencial o mapeamento detalhado da reforma, analisando os efeitos sobre operações, custos, precificação e lucratividade. Examinar dados fiscais permite identificar padrões de tributação e pontos de atenção. Revisar processos internos e atualizar sistemas de gestão empresarial para garantir aceitação com as novas regras. Avaliar a estrutura societária e implementar uma gestão eficiente. Essas são medidas para reduzir custos e aproveitar os benefícios da não cumulatividade.

A modernização de processos e sistemas, com foco na automação fiscal, contribui para reduzir erros e aumentar a eficiência. Rever rotinas de compras e vendas ajuda a identificar economias na cadeia de suprimentos.

No campo financeiro, criar reservas e revisar contratos com fornecedores e clientes são ações importantes para manter a saúde financeira e a competitividade.

Monitorar os regulamentos pode evitar surpresas, se apoiar em consultorias experientes, ajuda em tomar decisões.

“E o mais importante, a comunicação clara, que pode fortalecer o relacionamento e facilitar ajustes conjuntos. Ter transparência com clientes, fornecedores e investidores permite negociações mais eficientes.” finaliza.

Sobre:

Fundada em 2008, a Gonçalves Consultoria é referência em soluções personalizadas oferecendo serviços que incluem planejamento estratégico, renegociação de dívidas e expansão de negócios. Com uma abordagem prática e resultados expressivos, se destaca por transformar crises em oportunidades de crescimento sustentável.