CEO da Zurich Brasil destaca papel estratégico das seguradoras frente à crise climática

“O risco climático é inerente à operação de seguros. O negócio de seguros não é mais apenas sobre indenizações, mas sobre prevenção, mitigação e apoio à reconstrução”, afirmou. O executivo citou uma série de eventos recentes que ilustram a urgência do tema: enchentes no Rio Grande do Sul e no Vale do Aço (MG), incêndios na Amazônia, ondas de calor com sensação térmica de até 60 graus no Rio de Janeiro e até o desaparecimento de glaciares na América Latina, registrado em março deste ano.

Segundo Franco, os mais afetados são sempre os mais vulneráveis: populações em situação de risco social, pequenas empresas com atividades interrompidas, além do próprio Estado brasileiro, que precisa atuar como socorrista emergencial. “E também o setor financeiro é impactado — seguradoras e bancos que concedem crédito estão diretamente expostos a esses riscos.”

Franco destacou ainda que cinco dos dez maiores riscos de longo prazo apontados pelo Global Risk Report do Fórum Econômico Mundial estão ligados às mudanças climáticas. Para ele, isso reforça a necessidade de uma atuação mais proativa das seguradoras. “Temos a responsabilidade de melhorar o risco que subscrevemos, com os nossos acionistas, clientes e com a comunidade.”

Entre as iniciativas citadas, o CEO destacou o Zurich Resilience Solutions, plataforma da empresa que auxilia clientes corporativos na mitigação de riscos, apoio à transição energética e no desenvolvimento de seguros para projetos de energia renovável — incluindo solar, eólica e hidrelétrica.

Além do segmento empresarial, a Zurich também tem investido em soluções para o público pessoa física. Franco ressaltou projetos voltados para a mobilidade sustentável, como o pioneirismo na aceitação de riscos de veículos elétricos e híbridos, bem como a criação do Selo Verde — uma certificação ESG voltada a oficinas mecânicas parceiras. Atualmente, 50% dessas oficinas já são certificadas pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), com base em mais de 80 critérios ambientais, sociais e de governança.

“Essa é uma forma de inserir a responsabilidade ambiental na nossa cadeia de valor, algo que pode não ser tão óbvio em uma empresa de serviços como é para uma indústria”, completou.

A fala de Edson Franco reforça a visão de que o setor de seguros deve assumir protagonismo no enfrentamento da crise climática — não apenas como agente financeiro, mas como parceiro estratégico na construção de um futuro mais resiliente.

O Improve 2025 foi realizado na tarde do dia 03 de abril, no Palácio Tangará em São Paulo, reunindo especialistas renomados em mudanças climáticas, líderes do mercado segurador, além de executivos da Zurich do Brasil e exterior.