Entenda as diferenças entre consórcio, financiamento e crédito consignado

Na hora de adquirir um carro, uma moto ou um imóvel, a escolha entre consórcio, financiamento e crédito consignado pode impactar diretamente suas finanças. Enquanto o financiamento garante a posse imediata, ele envolve juros que podem dobrar o custo final. Já o consórcio, sem cobrança de juros, é ideal para quem pode planejar a compra a longo prazo.

Outra alternativa que vem ganhando espaço é o crédito consignado, especialmente com a nova Medida Provisória de 21 de março, que liberou essa modalidade para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Com taxas reduzidas e possibilidade de usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, essa opção se torna uma alternativa acessível para quem busca crédito com condições mais vantajosas.

Entender as diferenças entre essas modalidades é essencial para fazer a escolha certa e garantir um investimento financeiro mais seguro.

Qual a melhor opção para o consumidor?

Jackson André de Lara, da Diferencial Corretora de Seguros, explica que a melhor escolha depende das necessidades do consumidor. "O consórcio é uma excelente opção para quem deseja planejamento e economia, pois não há juros e o custo total do bem é menor. Já o financiamento atende quem tem pressa, mas a um preço elevado devido às taxas de juros", afirma.

Ele ressalta que muitas pessoas optam pelo consórcio como estratégia de construção de patrimônio. "Diferente do financiamento, onde os juros podem dobrar o valor do bem, o consórcio cobra apenas taxa administrativa, o que torna a compra mais vantajosa a longo prazo", explica Lara.

Além disso, ele alerta sobre a importância de avaliar bem as condições antes de tomar uma decisão. "Se a urgência for um fator determinante, o financiamento pode ser a melhor escolha. Mas se houver flexibilidade, o consórcio é muito mais econômico", conclui.

Planejamento e economia

O consórcio é uma alternativa aos financiamentos tradicionais e uma opção mais econômica a longo prazo. Ele é ideal para quem não tem pressa, pois permite planejamento financeiro, cobra apenas taxa de administração, geralmente menor que os juros do financiamento, é isento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e permite maior poder de negociação ao adquirir o bem à vista quando contemplado.

Além disso, o Paraná ocupa uma posição de destaque no país, figurando como o terceiro estado com o maior volume de cotas de consórcio comercializadas, ficando atrás somente de São Paulo e Maranhão. Na região Sul, o estado lidera o ranking. As informações foram levantadas na pesquisa “Consórcio pelo Brasil”, conduzida pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).

Já o financiamento possibilita a compra imediata do bem, mas envolve pagamento de juros altos, elevando o custo final. O perfil do contratante interfere nas condições do financiamento, tornando-o ideal para quem precisa do bem rapidamente e pode arcar com os custos adicionais.

Uma nova alternativa

Outra solução que vem ganhando destaque é o empréstimo consignado, especialmente com a nova Medida Provisória que entrou em vigor no dia 21 de março. A medida libera essa modalidade para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, rurais e do MEI.

O programa “Crédito do Trabalhador”, acessível por meio da Carteira de Trabalho Digital, já registrou 15 milhões de simulações e 1,58 milhão de solicitações de crédito apenas no primeiro dia. O diferencial desse tipo de empréstimo é a possibilidade de utilizar até 10% do saldo do FGTS como garantia, reduzindo as taxas de juros quando comparadas a outras modalidades de crédito.

Dessa forma, tanto o consórcio quanto o crédito consignado surgem como alternativas viáveis para quem busca planejamento financeiro e menor impacto no orçamento. Avaliar o perfil e a necessidade de cada consumidor é essencial para garantir a melhor escolha entre as diferentes opções disponíveis no mercado.

O crescimento do consórcio no Brasil

Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que o setor cresceu significativamente em 2024. Entre janeiro e novembro, as vendas de cotas aumentaram em relação ao ano anterior, e o volume de créditos comercializados chegou a R$ 354 bilhões.

O segmento imobiliário alcançou mais de 2 milhões de participantes ativos, e o setor de veículos leves atingiu 4,82 milhões de consorciados. Já o consórcio de serviços cresceu movimentando mais de R$ 829 milhões.

Com a alta dos juros e a necessidade de um planejamento financeiro mais estruturado, o consórcio tem se consolidado como uma alternativa segura e acessível para os brasileiros que querem adquirir bens sem comprometer o orçamento com taxas elevadas.