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Familiar ou multinacional: qual o caminho mais curto para se tornar C-level?

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Nathália Bellintani
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Jordano Jordano

Por Jordano Rischter

Chegar ao cargo de um C-Level é uma aspiração de inúmeros executivos e talentos no mercado. No entanto, a jornada até lá nem sempre é fácil, o que costuma gerar uma dúvida comum entre os profissionais: qual tipo de empresa pode “facilitar” essa conquista: grandes multinacionais ou empresas familiares que são relativamente menores? Não há uma única resposta ou receita de bolo, uma vez que cada uma delas apresenta suas características e especificidades de gestão que precisam ser compreendidas por aqueles que desejam ingressá-las a fim de trilharem uma carreira promissora rumo a estes cargos.

Analisando, primeiramente, as empresas familiares, temos uma grande porcentagem destes empreendimentos em nosso país. São cerca de 90% delas no Brasil, segundo dados do IBGE. Entretanto, um levantamento do Banco Mundial revelou que apenas metade delas sobrevive dentro de três anos devido, especialmente, a dificuldades em sua gestão.

Essa falta de uma governança mais estruturada nas empresas familiares costuma ser um empecilho nas atribuições destes executivos, o que, junto ao fato da usual centralização das operações nas mãos dos próprios familiares, pode gerar certa resistência a mudanças. Muitas decisões costumam passar pela aprovação dos fundadores ou donos, nem sempre, tomadas de forma racional ou baseadas na meritocracia, o que pode gerar conflitos internos prejudiciais ao crescimento corporativo e limitações políticas.

Por outro lado, a falta de burocracia também pode ser positivamente aproveitada pelos executivos, tendo maior chance de impactar a cultura e estratégia da empresa, transformando, significativamente, suas operações. Afinal, por serem negócios com menores camadas hierárquicas e um consequente maior guarda-chuva de responsabilidades, estes profissionais têm maior chance de incorporarem sua marca e boas práticas adquiridas em experiências anteriores, obtendo maior autonomia e influência nas decisões estratégicas.

Naquelas que, ainda, estiverem em processo de profissionalização, sua velocidade de progressão à cadeira C-Level tende a ser mais rápida, passando o famoso bastão dos familiares ao novo executivo que terá maior autonomia em suas responsabilidades em um caminho mais curto rumo a essa conquista.

Já as multinacionais, por outro lado, são empresas mais verticais, depertamentaizadas e que, naturalmente, possuem maior burocracia, o que traz consigo a necessidade de os profissionais passarem por inúmeros cargos de liderança até que chegue à cadeira de C-Level. Outro ponto que contribui para a progressão mais lenta é também a maior concorrência interna em ocupar essa posição, dado que há mais profissionais sendo formados para concorrer para tal função, o que aumenta a disputa e a fila para conquistá-la.

Para algumas multinacionais também é necessário passar por expatriação, o que traz maior cadência nesta progressão. Quando comparada a autonomia entre multinacionais e empresas familiares, de fato, multinacionais tem uma autonomia mais restrita, dado que algumas decisões são tomadas pela matriz ou board global, o que gera uma autonomia parcial.

Apesar disso, do ponto de vista positivo, empresas multinacionais costumam oferecer um plano de carreira muito mais estruturado para essa progressão profissional, com treinamentos e programas de coaching voltados à liderança, possibilidade de participação em projetos internacionais, e acesso a metodologias de ponta e melhores práticas do mercado. Esses benefícios, somados ao maior prestígio, credibilidade e networking associados a muitas dessas empresas, facilitam movimentos futuros rumo a posições de liderança.

Cada tipo de empresa destacada acima oferecerá trilhas distintas para a conquista desta cadeira, cujas trajetórias precisam ser ponderadas e escolhidas conforme as expectativas individuais. Se o objetivo for chegar lá de forma mais rápida, uma empresa familiar em expansão pode ser a melhor aposta. Agora, se a prioridade for segurança, aprendizado estruturado e credibilidade global, a multinacional é mais indicada.

Nada impede, contudo, que a trajetória ao C-Level permeie ambas as opções, sendo algo muito benéfico em termos de experiência. O que ditará, na verdade, uma escolha correta nesse sentido será o grau de protagonismo que cada um tomar diante de suas carreiras, analisando cada uma das opções e tomando uma atitude bastante proativa rumo à conquista de suas ambições e expectativas profissionais.

Jordano Rischter é headhunter e sócio da Wide Executive Search, boutique de recrutamento executivo focado em posições de alta e média gestão.

Sobre a Wide

Com mais de 50 anos de experiência combinada, a Wide é especialista em recrutamento executivo alinhado às necessidades e objetivos de cada empresa. Seu foco é fortalecer a governança corporativa, com atendimento exclusivo e processos ágeis e assertivos, conduzidos pela expertise de seus sócios.


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