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Hino do Corretor : A Maior Prova de que a Profissão Corre Risco de Extinção (Destaque)

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  AUTOR: Armando Luis Francisco
  • SEGS.com.br - Categoria: Seguros
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A correção de rumos profissionais no seguro é urgente, e o cenário da corretagem de seguros - uma das profissões que podem ser atingidas pelo complexo digital, encontra-se à beira da desconexão com a motriz securitária. Nos últimos anos, esse setor tem criado uma série de fatores que apontam para as três obsolescências, que são: obsolescência programada, obsolescência perceptiva e a obsolescência funcional. Mas não por falta de competência dos profissionais, mas sim devido à ineficiência de sua adaptação ao novo mercado segurador. A pergunta que se impõe é: como a profissão de corretor, uma das mais tradicionais e necessárias, chegou a este ponto de risco iminente?

Desde o início do século XX, ou mesmo antes, a corretagem de seguros tem sido um bastião da proteção e segurança do consumidor brasileiro, mas, ao longo das décadas, a profissão foi sendo submersa pela burocracia e falta de adaptação aos novos conceitos, principalmente agora. A legislação, em um esforço legítimo de proteger o corretor de seguros, criou dispositivos legais que, paradoxalmente, acabaram se tornando também obstáculos ao próprio desenvolvimento da profissão. Corretores de seguros, obrigados a lidar com uma infinidade de requisitos legais e exigências administrativas, se veem cada vez mais sobrecarregados e distantes daquilo que poderia ser o cerne do trabalho: não somente a orientação qualificada e personalizada ao cliente, mas a adaptação aos novos tempos.

Entretanto, a burocracia não é o único fator que coloca a profissão em xeque. O avanço da tecnologia, com sua rápida transformação dos mercados, trouxe uma série de soluções mais ágeis e de baixo custo, que, ao se deparar com a resistência dos corretores, passaram a se tornar uma alternativa mais atraente para as seguradoras. A digitalização do setor financeiro, a ascensão das plataformas de seguros online, a inteligência artificial e a automação de processos têm se mostrado formas mais eficientes de negociação e, em grande medida, podem substituir os corretores de seguros em muitos produtos massificados.

O mercado de seguros está em plena transformação digital, mas a resistência dos corretores de seguros à mudança está tornando o caminho da profissão cada vez mais árduo. A chamada “abstração tecnológica” tem se mostrado uma solução eficaz em diversos setores, mas no mercado de seguros, parece ser evidente e sem volta. Este termo, por sua vez, descreve o processo de simplificação de sistemas complexos, ocultando os detalhes técnicos para facilitar o uso. No contexto do seguro, isso significa que a tecnologia deve ser capaz de oferecer produtos acessíveis ao consumidor sem que ele precise entender os intrincados detalhes do processo, com ausência de intermediação.

Ao passo que outras indústrias, como a do entretenimento e a das telecomunicações, já fazem uso dessa abstração tecnológica com maestria, o mercado de seguros, por sorte do corretor, ainda caminha a passos médios. A comparação é simples: um consumidor não precisa entender como uma televisão ou um rádio funciona para usá-los; ele só precisa apertar um botão. O mesmo deverá ocorrer no seguro, onde o cliente poderá contratar o seguro, por exemplo, um seguro de automóvel com o simples clique de botões, sem a intermediação de um corretor. Nesse cenário, a mudança e inovação por I.A., ao tornar o processo mais simples e ágil, acaba se tornando uma ameaça direta à profissão.

Se, por um lado, os avanços tecnológicos oferecem vantagens como a redução de custos e a agilidade dos processos, por outro, os corretores de seguros se encontram em uma posição de atraso. O desconhecimento sobre as novas ferramentas digitais e a falta de investimento em atualização profissional têm colocado os corretores em um impasse: continuam tentando manter o modelo tradicional de intermediação ou buscam, sem sucesso, uma adaptação tardia a esse novo cenário? Infelizmente, a primeira opção tem sido a mais comum.

Em um contexto em que a sucessão empresarial nas empresas de corretagem é cada vez mais difícil, o mercado de seguros enfrenta uma grave crise de renovação. Os filhos dos corretores, muitas vezes herdeiros de uma tradição de décadas, têm se mostrado relutantes em seguir os passos de seus pais. O afastamento da profissão por parte das novas gerações é um reflexo de um modelo de negócio que, por mais que tenha seu valor histórico, não apresenta uma visão clara de futuro.

Além disso, a tentativa de alterar o nome da profissão para "produtor" soa como um sintoma de uma tentativa frustrada de se adaptar a um novo cenário, sem compreender a essência do que é, de fato, a profissão. Chamar um corretor de "produtor" não resolve os problemas estruturais da categoria, tampouco dá conta da complexidade de um setor que exige conhecimento técnico profundo.

Um simples "hino profissional" - inexistente até então, se torna simbólico dessa desconexão. Com mais de 60 anos de história da Lei 4594/64, a corretagem de seguros no Brasil ainda não possuía, por exemplo, um hino que pudesse unir a categoria em torno de um ideal comum, de um orgulho que transpareça a importância de sua função. O que seria esperado de uma profissão de tamanha relevância para a sociedade brasileira seria, talvez, uma celebração da sua longevidade e de suas contribuições para a segurança do cidadão. E justamente aqui está a chave para todo o complexo que escrevi, pois em 60 anos não foi possível nem mesmo escrever uma música para a profissão.

Uma reflexão necessária surge quando consideramos que, em menos de dez minutos, uma inteligência artificial, com os meus prompts, foi capaz de compor um "hino" para a profissão. Se essa rapidez, como exemplo, não for um alerta sobre a iminente substituição da função do corretor por máquinas e algoritmos, não sabemos mais o que pode ser. O hino, criado de forma quase automática, é um reflexo da capacidade da tecnologia de tomar à frente em um setor que, ironicamente, ainda depende de uma relação humana que não se modernizou.

Mas, longe de ser uma crítica à inovação, é justamente a falta dela que coloca os corretores de seguros em uma posição vulnerável. O corretor precisa urgentemente reavaliar seu papel no contexto digital. O grande desafio não está em evitar a tecnologia, mas em integrá-la de forma inteligente, sem perder sua essência de atendimento personalizado e especializado. O corretor de seguros ainda tem um papel vital a desempenhar, mas ele deve ser capaz de transformar sua atividade em algo mais ágil, tecnológico e menos burocrático.

A extinção da profissão de corretor de seguros, embora pareça iminente para alguns, não é uma consequência inevitável. Mas a mudança é essencial. A indústria de seguros precisa urgentemente olhar para o futuro destes profissionais, abraçando a educação, mas também reconhecendo a importância do profissional que entende, acima de tudo, a técnica e a necessidade de proteger o consumidor. E, para que isso aconteça, é necessário mais do que modernizar processos: é preciso transformar mentalidades e quebrar a resistência ao novo.

O futuro da corretagem de seguros no Brasil não está determinado. O caminho a seguir depende da capacidade da profissão de se reinventar, adaptando-se às novas demandas e aproveitando as oportunidades que a tecnologia oferece. Caso contrário, o risco de desaparecimento será real. E, nesse cenário, a obsolescência programada não é apenas uma ameaça do mercado; é um reflexo de uma profissão que ainda não compreendeu que, para sobreviver, precisa evoluir.

Segue a música, deep seek e divirta-se.




Armando Luis Francisco

Armando Luis Francisco é jornalista, corretor de seguros e possui diversas formações, entre as quais: Licenciatura em História; Blockchain, Criptomoedas e Finanças; T. Administração; pós-graduação em Administração Escolar; pós graduação em Direito Previdenciário; MBA em Controles e Gestão das Entidades do Terceiro Setor etc. Escreve para o segs.com.br há mais de 20 anos. Foi o ideólogo e primeiro diretor técnico da primeira cooperativa de corretores de seguros autorizada do país. Foi também o primeiro corretor individual chamado pela Susep para compor um GT da corretagem de seguros. Fez diversas palestras para o mercado de seguros e corretores de seguros. Como corretor de seguros foi diversas vezes premiado, mas conserva em seu coração o Certificado de Responsabilidade Social e Cidadania emitido pelo SindSeg/RS. Em seus textos e idéias há o desejo de crescimento do mercado de seguros e em seus escritos há a crítica que dialoga sobre variados temas que foram assimilados e adaptados para o mercado de seguros. Acredita que a menor distância entre dois pontos é o próprio diálogo , além de professar abertamente a crença em Deus e em Cristo. Por este motivo tem a Lei de Deus em alta estima e o sábado como dia sagrado.


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