Empresas aderem a práticas de compliance para crescer no mercado
Crédito: Freepik
Seja qual for o setor econômico, as empresas brasileiras estão, em sua grande maioria, determinadas a dar transparência e melhorar sua imagem diante da sociedade. Este movimento tem se intensificado nos últimos anos, indicando que as chamadas práticas de compliance estão em alta no país.
Um dos panoramas mais recentes acerca dos investimentos em compliance, foi realizado no país em 2022, e revelou um cenário relevante sobre essa tendência. A pesquisa Integridade Corporativa no Brasil, da Deloitte, organização global que atua com auditorias, consultorias empresariais e gestão de risco, mostrou que a maioria das empresas ouvidas está inclinada a fazer investimentos em programas de transparência e conformidade com a legislação.
A pesquisa foi realizada com 113 companhias de diferentes setores. Delas, 73% sinalizaram a intenção de investir em treinamentos para seus funcionários e em melhorias internas para garantir que suas atividades estejam em conformidade com as legislações vigentes e para prevenir eventuais práticas ilegais. Embora essa decisão pareça simples à primeira vista, especialistas alertam que reprogramar culturas organizacionais é um desafio significativo, que exige a participação de profissionais qualificados.
“Implementar práticas de compliance envolve mais do que apenas a conformidade com normas e regulamentos. Exige mudanças profundas na cultura organizacional, que devem ser feitas de maneira integrada entre todos os departamentos da empresa. As práticas de compliance são abrangentes, robustas e impactam todos os níveis da organização, e por isso demandam um esforço coletivo e coordenado”, explica Bárbara Resende, do escritório Montalvão & Souza Lima Advocacia de Negócios, advogada atuante na adequação e no fortalecimento de práticas de compliance no ambiente corporativo.
Segundo ela, esta é uma medida que passa por diferentes níveis, o que exige a participação de juristas especializados no assunto. E ela recomenda que os ajustes sejam de fato executados, pois, garante, o retorno é perceptível. “Antes de tudo, essas empresas agregam mais reputação e elevam sua competitividade no mercado. Então já há, logo de início, um retorno positivo da marca, e consequentemente uma valorização”, analisa a advogada da MSL.
Além disso, pontua, há uma redução considerável dos riscos legais e financeiros, o que também contribui para evitar prejuízos com multas e ações judiciais. Bárbara Resende menciona ainda que essas transformações proporcionam mais segurança no ambiente de trabalho, com um maior senso de responsabilidade e colaboração entre os funcionários, além de proporcionar uma abertura maior da empresa para investidores e instituições financeiras.
“Não há um projeto de compliance que não seja rigorosamente planejado. No entanto, é importante compreender que o processo de implementação ocorre de dentro para fora, e os benefícios e vantagens não são pontuais, mas sim contínuos e se desenvolvem ao longo do tempo. A empresa precisa estar totalmente comprometida com o cumprimento das legislações. O maior desafio não é apenas a implementação das mudanças, mas sim o total apoio da alta administração e o envolvimento de todos os setores da empresa, que precisam estar alinhados. A empresa deve ser vista como uma unidade, um organismo único, vivo, em que todos compartilham responsabilidades e se comprometem com a conformidade. Portanto, é um processo que demanda tempo, esforço e a participação de todos”, orienta a advogada da MSL.
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