A saúde da mulher nas empresas – um olhar além da prevenção
Cinthia Bueno Espadafora, Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde - Crédito Divulgação
A saúde ocupacional além de ser a porta de entrada para que muitas trabalhadoras busquem tratamento e acolhimento médico, desafoga o SUS e traz mais qualidade de vida para a mulher
O Outubro Rosa é uma campanha mundial que reforça a conscientização sobre o câncer de mama, destacando a importância do diagnóstico precoce. No Brasil, essa mobilização é crucial devido à alta incidência da doença.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que sejam registrados 73.610 novos casos até 2025, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, e cerca de 18 mil mortes anuais. A campanha também alerta para o fato de que, embora raro, o câncer de mama pode acometer homens, representando cerca de 1% dos casos.
O câncer de mama ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com uma taxa de mortalidade de 11,71/100 mil (18.139 óbitos) ajustada por idade para 2021. As regiões Sul e Sudeste são as que mais concentram casos e óbitos, reforçando a necessidade de ações regionais mais intensas.
O assunto também é muito relevante no mundo corporativo. Segundo dados do Ministério da Previdência Social (MPS), em 2023 quase 42 mil pessoas receberam benefício do INSS por afastamento do trabalho devido o Leiomioma do Útero (CID-D25). O segundo tumor que mais gerou afastamentos foi a Neoplasia Maligna da Mama (CID-C50), com 18.627 concessões.
Diante dessa realidade, a detecção precoce e a prevenção primária são essenciais para reduzir o impacto do câncer de mama.
O papel relevante da saúde ocupacional
A saúde ocupacional é a porta de entrada fundamental para que muitas trabalhadoras possam buscar tratamento e acolhimento médico, especialmente em ambientes que valorizam o bem-estar de seus colaboradores, as empresas ajudam a identificar precocemente problemas de saúde, como o câncer de mama, de útero e distúrbios mentais, proporcionando mais qualidade de vida para a mulher.
Essa abordagem reduz a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) e amplia o acesso a um cuidado mais rápido e direcionado.
O médico, gestor em saúde, diretor da Oncare Saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), Dr. Ricardo Pacheco, ressalta que a promoção de iniciativas que incentivem a realização de exames de rotina é uma forma eficiente de prevenção. “Quando as trabalhadoras têm acesso a monitoramentos regulares de saúde, é possível detectar doenças em seus estágios iniciais, o que aumenta as chances de tratamento e cura. Esse acompanhamento contínuo se reflete em menos afastamentos, maior produtividade e uma equipe que se sente mais valorizada e protegida”.
O gestor lembra que o monitoramento da saúde da mulher no ambiente de trabalho vai além dos exames: “ele também cria uma cultura de cuidado e prevenção, que fortalece o diálogo sobre temas como o câncer de mama. Com campanhas internas e eventos voltados à conscientização, as empresas conseguem educar suas equipes sobre a importância do autoexame e de consultas regulares, sensibilizando para a detecção precoce e a importância do autocuidado”, explica Pacheco.
Cinthia Bueno Espadafora, Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde, destaca que os exames periódicos são parte essencial dessa estratégia de prevenção. “Eles (exames) garantem que, além das obrigações trabalhistas, as empresas estejam comprometidas com a saúde integral das suas trabalhadoras. A realização desses exames possibilita intervenções rápidas e, muitas vezes, salva vidas ao identificar precocemente alterações que podem evoluir para condições mais graves”, observa.
A força das campanhas internas
Campanhas internas voltadas à saúde feminina, como o Outubro Rosa, têm um papel crucial, reforçando o compromisso da empresa em cuidar de suas trabalhadoras.
O médico destaca que as campanhas, quando bem implementadas na empresa, pode curar e acolher. “Ao tratar das doenças que acometem as mulheres, como o câncer de mama, de forma aberta e informativa, essas campanhas não apenas incentivam o diagnóstico precoce, mas também proporcionam um ambiente acolhedor, onde as trabalhadoras se sentem apoiadas e seguras para buscar ajuda quando necessário”.
Fato é que a promoção de campanhas informativas, a facilitação do acesso a exames de rotina e a criação de uma cultura de autocuidado no ambiente de trabalho podem fazer a diferença, oferecendo às mulheres a oportunidade de se cuidarem e se prevenirem. Empresas que incentivam essas práticas não apenas contribuem para a saúde de suas colaboradoras, mas também desempenham um papel social relevante, promovendo a conscientização e o cuidado contínuo.
As mulheres são maioria quando o assunto são os distúrbios mentais
O INSS registrou, no ano passado, 288.865 afastamentos por trabalho causados por transtornos mentais, um crescimento de impressionantes 38% em relação ao ano de 2022.
O Ministério da Previdência Social listou os motivos de afastamento mais frequentes: depressão, ansiedade, transtorno de adaptação e síndrome de Burnout.
Segundo o estudo: “Panorama de saúde mental nas organizações brasileiras”, que reuniu dados de mais de 24 mil pessoas que responderam a um questionário que mensura os níveis de depressão, estresse e ansiedade, 23% dos não líderes têm algum quadro de ansiedade, enquanto cerca de 15% dos líderes apresentam o problema. Um dado importante é que 10,12% apresentam um quadro extremamente severo de ansiedade. Outros transtornos, como a depressão e o estresse, têm incidência em 18% dos não líderes e 10% de incidência (depressão) e 12% (estresse) entre os líderes.
Analisando o recorte de gênero, nos casos severos e extremamente severos de ansiedade, depressão e estresse, as mulheres são mais atingidas do que os homens: 6,6% dos homens contra 10,4% das mulheres apresentam níveis severos de estresse; 9% dos homens vs. 15% das mulheres para ansiedade e 8% dos homens vs. 10% das mulheres para depressão.
Segundo dados coletados em 64 países em 2019 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres dedicam, em média, 3,2 vezes mais tempo do que os homens com trabalhos não remunerados de cuidado, como planejamento e preparo da alimentação da família, cuidado de doentes, ou limpeza da casa. No Brasil, as mulheres dedicam até 25 horas por semana a afazeres domésticos e cuidados, enquanto os homens apenas 11 horas, segundo um estudo do FGV Ibre realizado em outubro de 2023.
Para conciliar todas essas demandas, há maior dificuldade de priorizar o descanso e o autocuidado físico e mental, essencial para garantir um maior equilíbrio da saúde mental.
“As mulheres enfrentam desafios que vão além das pressões profissionais comuns. A sobrecarga de tarefas, conciliando responsabilidades no trabalho com as demandas da vida pessoal, como cuidados com a família, muitas vezes acaba gerando um impacto significativo na saúde mental. Essa dupla jornada contribui para um maior desgaste emocional, elevando os índices de ansiedade, estresse e depressão entre as trabalhadoras”, reforça Dr. Ricardo Pacheco.
“Além disso”, complementa “o ambiente corporativo ainda pode apresentar barreiras culturais e sociais que afetam diretamente o bem-estar das mulheres. Discriminação de gênero, falta de oportunidades de crescimento e remuneração desigual são fatores que frequentemente geram um ambiente de pressão constante, influenciando o surgimento de distúrbios mentais. A necessidade de provar competência em um ambiente competitivo e, por vezes, hostil, faz com que muitas mulheres se sintam constantemente desafiadas e pressionadas, o que pode afetar sua saúde mental”, adverte.
Cinthia Bueno afirma que para combater esse cenário, é fundamental que as empresas promovam um ambiente de trabalho mais inclusivo e acolhedor, que valorize a saúde mental de suas colaboradoras. “A criação de políticas de apoio, como programas de saúde mental e flexibilidade de horários, pode ajudar a reduzir o impacto dos distúrbios mentais entre as mulheres. Além disso, incentivar uma cultura organizacional que reconheça e valorize a diversidade é essencial para melhorar o bem-estar e a produtividade de todas as colaboradoras, garantindo um espaço de trabalho mais saudável e equilibrado”, ensina a engenheira.
Oncare Saúde – parceira das empresas
A Oncare Saúde tem o compromisso de apoiar as empresas na criação de programas de saúde e segurança que priorizem o bem-estar das trabalhadoras, focando em ações que promovam a saúde da mulher.
Por meio de exames ocupacionais, oferece um acompanhamento médico especializado, garantindo que as trabalhadoras tenham acesso a diagnósticos precoces e tratamentos preventivos.
Com uma abordagem voltada para as necessidades específicas de saúde feminina, como o monitoramento de doenças crônicas e exames de rotina, as empresas podem promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
Palestras educativas e interativas, abordando temas que são fundamentais para a saúde das mulheres, como autocuidado e prevenção, são uma oportunidade para conscientizar as colaboradoras sobre a importância de cuidar da saúde mental e física, oferecendo informações práticas para o dia a dia.
Ao promover o diálogo sobre saúde feminina no ambiente de trabalho, a Oncare ajuda a construir um espaço onde as trabalhadoras se sintam acolhidas e valorizadas.
“Com uma visão holística de saúde, a Oncare incentiva a adoção de hábitos saudáveis entre as trabalhadoras, que ajudam a prevenir problemas como ansiedade e depressão, que são cada vez mais comuns no ambiente corporativo. Dessa forma, a Oncare Saúde se torna uma parceira estratégica para as empresas, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e motivador para todas as trabalhadoras”, completa Dr. Ricardo Pacheco.
Sobre a Oncare Saúde
A Oncare Saúde é uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece consultoria para empresas. Inclui assistência médica e ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação.
Além de auxiliar as empresas na implementação do e-Social, a Oncare promove a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores; ajuda as organizações a entenderem e cumprirem essas regulamentações, evitando problemas legais; fomenta a redução dos custos, já que menos acidentes significam menos despesas com tratamento médico, pagamento de licenças por doença e indenizações; propicia o aumento da produtividade; melhora a imagem da empresa; minimiza os riscos de litígios e promove a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.
A Oncare Saúde é presidida pelo médico Dr. Ricardo Pacheco, CRM-SP 87570 I RQE 22.683.
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