Menos é mais: como startups podem crescer com o mínimo de recursos
Especialista explica como o ‘finance hacking’ pode ajudar na sustentabilidade de negócios inovadores e defende que escassez de recursos não é o principal fator que leva startups ao fracasso
Empreender com recursos limitados é a realidade de muitas startups brasileiras e a falta de dinheiro é um dos principais empecilhos para os empreendedores. De acordo com dados da CB Insights, a falta de caixa é o segundo principal fator que leva as startups ao fracasso, sendo apontado como razão do fechamento dos negócios por 29% dos respondentes. Porém, para quem atua na consultoria financeira desse segmento, a escassez de recursos não deve ser encarada como a causa do fracasso, mas como a consequência de más decisões.
Fernando Trota, CEO da Triven, empresa de backoffice para pequenos e médios negócios, argumenta que muitos fundadores caem em armadilhas relacionadas ao tempo de duração do dinheiro, ao custo do produto e à forma de financiamento de empresa - e que isso tem um impacto negativo decisivo para as operações.
“O dinheiro oferece tempo para a validação de hipóteses. É uma janela de oportunidade. As startups não morrem por falta de dinheiro, e sim por falta de validações que apontem para o caminho certo. Em um cenário dinâmico e muitas vezes imprevisível, uma gestão financeira eficaz é essencial para garantir o crescimento sustentável”, aponta.
É nesse contexto que surge o finance hacking, uma metodologia que busca otimizar o uso dos recursos disponíveis para que a startup cresça, mesmo diante de limitações financeiras. Ou seja, significa usar o mínimo de recursos e o máximo de inteligência para impulsionar o negócio.
“Independentemente da forma como uma startup é financiada, uma coisa é certa: é preciso fazer com que o dinheiro renda mais e adotar estratégias para entregar resultados de forma mais rápida”, alerta o diretor executivo da Triven.
Desafios que o finance hacking ajuda a enfrentar
Quanto tempo o dinheiro vai durar?
O runway, ou tempo de vida com o caixa disponível, é o período que a startup tem para validar sua hipótese principal. No entanto, imprevistos como a perda de um cliente chave ou uma taxa de churn elevada podem comprometer esse prazo. “Para mitigar esses riscos, é fundamental adotar processos financeiros enxutos, trabalhar com cenários pessimistas e manter clareza sobre os objetivos da empresa”, orienta Fernando.
Quanto custa validar uma hipótese?
O custo de desenvolvimento de um produto que valida uma hipótese central pode variar significativamente, a depender de fatores como complexidade, produtividade da equipe e receptividade do mercado. “Autores apontam que o investimento em um produto pronto para escalar pode ser até nove vezes maior que o da primeira versão. Portanto, estimar corretamente os custos e tempo de desenvolvimento é crucial para o sucesso da validação”, afirma o executivo.
Qual é a melhor forma de financiar a startup?
“Embora o venture capital seja a primeira opção que muitos empreendedores consideram, não é a única”, alerta Fernando. Estratégias como a venda de serviços de consultoria, customizações e cursos, podem gerar receitas significativas e, em alguns casos, equivalentes ao valor que seria captado em uma rodada de investimento. “Explorar múltiplas fontes de financiamento é uma estratégia recomendada para preservar o controle e reduzir o impacto da diluição de capital”, conclui.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>