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Rio Grande do Sul: ramos de grandes riscos exibem o maior volume financeiro de indenizações

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  /Cqcs/Bárbara Maria
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Chuvas torrenciais mantiveram grande parte do Rio Grande do Sul debaixo d’água por mais de um mês e transformaram milhares de pessoas em náufragos de sua própria terra. “As enchentes foram o evento único de maior impacto na história do setor de seguros brasileiro”, afirma o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira em uma matéria divulgada pelo Valor Econômico nesta sexta-feira (28).

De acordo com dados da CNseg, a parcial mais recente de pedidos de indenizações feitos pelos segurados do Estado até 18 de junho já alcança R$3,885 bilhões. Os ramos de grandes riscos exibem o maior volume financeiro de indenizações. As solicitações somam R$1,322 bilhão para 599 requisições. O auto fica em segundo com R$1,277 bilhão e 19.067 registros, segundo a entidade.

Oliveira acredita que o montante vai subir nas próximas semanas. O dirigente, porém, avalia ser impossível estimar o tamanho total das perdas seguradas uma vez que os prejuízos, principalmente aqueles ligados às grandes empresas, os chamados grandes riscos, ainda dependem de uma avaliação mais detalhada de maquinário, estruturas atingidas, estoques, lucro cessante e outros fatores que só poderão ser conhecidos quando as águas baixarem completamente.

A matéria do Valor Econômico também mostrou que apesar de não ser possível calcular com precisão esse prejuízo, o presidente da confederação ressalta que o montante a ser indenizado pelo setor tende a se situar abaixo de 10% das perdas totais. “No caso do Rio Grande do Sul menos de 10% da perda estava segurada e provavelmente vamos ter um número final abaixo de 10% com as estimativas atuais”, afirma.

O CEO da filial brasileira da corretora de resseguros global Guy Carpenter, Pedro Farme, também calcula um volume potencial de perdas seguradas na casa dos 10% dos prejuízos totais no Estado. “As primeiras estimativas sugerem que o nível de cobertura de seguros em relação aos danos econômicos vai ficar da ordem de 10%.”

As projeções do governo gaúcho indicam prejuízo de R$62 bilhões, dos quais R$22 bilhões seriam referentes a transações perdidas e outros R$ R$35 a R$40 bilhões de estoque de capital, ou seja, de estrutura produtiva. Já a Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) enxerga um número muito maior: R$110 bilhões. Se as perdas seguradas se situarem em torno de 10% do total, o custo final que o setor teria de arcar pode alcançar entre R$6 bilhões e R$11 bilhões.

O valor está em linha com os de outros eventos no passado recente. Na pandemia, por exemplo, a indústria de seguros brasileira registrou um desembolso de cerca de R$7 bilhões. E na seca histórica ocorrida em parte do Centro-Oeste e na própria região Sul, a conta chegou a R$8,8 bilhões.

Em ambas as situações, o setor se mostrou resiliente e capitalizado para absorver o impacto financeiro. Os números da indústria reforçam a percepção. Em 2023, sem considerar o segmento de saúde suplementar, o mercado arrecadou R$387,9 bilhões. Apenas o ramo auto registrou receita de R$56 bilhões. No ano passado, as seguradoras devolveram na forma de indenizações, benefícios, resgates e sorteios R$225,2 bilhões, dos quais R$31 bilhões foram de pagamentos a donos de veículos.

“O setor resistiu super bem”, diz o presidente da CNseg. “As empresas brasileiras estão bem capitalizadas e têm uma capacidade financeira e operacional bastante fortes. As seguradoras contam com ativos próprios e com o apoio do sistema de resseguros nacional e internacional para repasse de parte dos riscos subscritos.”

De acordo com a publicação, há ainda outro fator que pode ajudar a indústria a absorver melhor o choque. Na avaliação de Farme, da Guy Carpenter, uma das consequências da catástrofe climática será o crescimento do interesse por proteção. “Vamos ter um impacto suavizado porque o retorno dos prejuízos pagos será encurtado pelo aumento de contratações de seguros no país. A gente espera que essa elevação da demanda reduza o retorno esperado dos prejuízos.”

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RS mostram a baixa penetração do seguro no setor produtivo e, consequentemente, o potencial de crescimento da demanda. O levantamento preliminar do órgão indica que 85% das empresas atingidas pelas enchentes não tinham seguro. Sobre a capacidade de o setor absorver um aumento de procura, Farme vê tanto o mercado segurador quanto o de resseguros com apetite. “O mercado global de resseguro está preparado para triplicar o tamanho [de exposição] no mercado de seguros brasileiro.”

Durante o evento catastrófico, as grandes seguradoras tiveram uma atuação que costuma passar despercebida, principalmente porque os grandes números do setor desviam a atenção do lado operacional. As companhias montaram estruturas em Porto Alegre, que, nos momentos mais críticos, atenderam clientes e não clientes, com centenas de colaboradores.

“Chegamos a quase 200 prestadores, somados aos que já estavam lá, e agregamos mais de cem veículos entre guinchos, motos aquáticas, botes motorizados e unidades especiais”, diz o diretor executivo da Porto Serviço, do grupo Porto, Marcelo Sebastião. “Participei da operação lá em Porto Alegre e região metropolitana desde a primeira semana”, conta. “A Porto se colocou à disposição para auxiliar o governo do Estado e a defesa civil para atender qualquer um, não importa se fosse cliente ou não.”

Sebastião lembra que a ação nos primeiros dez dias voltou a resgatar as pessoas ilhadas. “Depois desse período, a gente passou a se concentrar em levar água e alimentos prontos, porque muitas pessoas não quiseram sair e precisavam de comida já preparada para se alimentar.”

O relato do diretor da Porto indica a dimensão da catástrofe. “Nunca vivenciei algo tão impactante. Já passei por muitos eventos catastróficos, como na serra fluminense, no litoral de São Paulo, no Sul da Bahia e no Espírito Santo e não lembro de nada parecido em termos de alcance e duração.”

O CEO da HDI, Eduardo Dal Ri, que também esteve na região durante os momentos mais difíceis da crise, tem visão semelhante. “Foi o evento com a maior quantidade de população afetada”, afirma. “No mundo do seguro nacional não teve nada como esse. Talvez se somássemos as situações dos últimos 20 anos não chegaria nessa catástrofe do Rio Grande do Sul em termos de alcance e duração.”

O diretor de operações e sinistros da HDI, Marcio Probst, que coordenou os trabalhos no Sul, recorda que perceberam “logo no início que o evento teria um impacto muito maior do que estava sendo estimado e logo nos primeiros dias embarquei para Porto Alegre”. Para o executivo, “naquele momento a gente sabia que estava começando, mas não tinha ideia de como iria terminar”.

O grupo mobilizou dezenas de guinchos para a região e chegou a contratar caminhões cegonha para levar os veículos. Também utilizou uma unidade móvel especial, com geração autônoma de energia, barcos e até drones para monitorar as áreas afetadas, localizar pessoas e também no processo de pagamento das indenizações.

No período, por orientação da CNseg, as associadas estenderam os prazos de vigência das apólices. Muitas seguradoras também buscaram acelerar o processo de pagamento de indenizações. “Nós conseguimos em muitos casos fazer os pagamentos em horas ou em até dois dias”, conta Probst. Conforme o executivo, na verdade, muitos clientes usaram o dinheiro recebido da cobertura de veículos para resolver os problemas da família.

Dal Ri lembra do caso de um cliente que chegou ao quartel-general do grupo montado em Porto Alegre e tinha perdido tudo. “Essa pessoa estava no abrigo e nos disse ‘não tenho mais nada, perdi minha casa, meu carro e preciso proteger minha família. Quero entrar com pedido de indenização, mas não tenho nem mais documentos. Nós buscamos simplificar esse processo ao máximo, solicitamos apenas uma procuração e pagamos a indenização.”

De acordo com Probst, o grupo HDI já pagou cerca de R$ 230 milhões em indenizações referentes ao Rio Grande do Sul. No segmento auto, a maior parte dos pedidos de abertura de sinistros já foi realizada. “Tivemos 45 dias mais intensos de avisos, mas agora ficou mais residual”, diz.

A Porto também afirma já ver a maior parte das solicitações referentes ao seguro auto feitas. Segundo Sebastião, da Porto Serviços, “estamos voltando para patamares normais e 99% de quem tinha de reclamar já o fez”.

O vice-presidente da regional Sul da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros (Fenacor), Ricardo Pansera, conta que tanto corretores quanto seguradoras se esforçaram para agilizar ao máximo o pagamento das coberturas. “Os veículos ainda estavam debaixo d’água e, muitas vezes, o segurado já estava com o dinheiro na conta

“O trabalho humanitário de ajuda do mercado de seguros e a parte solidária das pessoas de todo o Brasil foi de emocionar. A resposta das seguradoras foi imediata. O mercado procurou amparar os clientes e corretores e prestou realmente um serviço social que nos deixa orgulhosos.”


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