Insurtech da GP, Akad levanta R$ 110 milhões com Valor Capital
Com uma recém-adquirida licença da Susep para atuar no ramo de pessoas (seguro de vida e acidentes pessoais), a insurtech Akad, que até então atendia majoritariamente pequenos negócios e profissionais autônomos, acaba de levantar de US$ 22,5 milhões (cerca de R$ 110 milhões) a um valuation de US$ 120 milhões (pre-money). A rodada foi liderada pela Valor Capital, com participação da Across, Endeavor e Actyus.
Esta é a primeira vez que a startup traz novos investidores desde que foi criada, há cerca de dois anos, pela GP Investimentos em parceria com a Cyberlabs, a empresa de inteligência artificial de Marcelo Sales, cofundador da Movile. O negócio nasceu da compra do portfólio da Argo no Brasil, na época negociado por R$ 160 milhões.
“O trabalho de tecnologia que vinha sendo realizado com as empresas seguradas e a agilidade no atendimento e resolução de problemas nos impressionou”, diz Paulo Passoni, da Valor Capital, ao Pipeline. “Esse segmento de seguro para negócios é muito mal penetrado no Brasil até porque, sem solução tecnológica, o custo de originação fica altíssimo. É esse fator também que garante que a empresa cresça exponencialmente e gere retornos maiores.”
Cerca de 80% das apólices que são emitidas pela Akad já são geradas de forma automatizada. Com uso de inteligência artificial e machine learning, coordenadas por um time interno que já conta com mais de 100 engenheiros e programadores, a empresa tem conseguido mais agilidade e menos custo na operação.
A plataforma opera num modelo B2B, sem clientes finais diretos, e conta com um time de corretores e parceiros que atuam com a mesma lógica do agente autônomo no mercado financeiro. São cerca de 12 mil profissionais como esse na base atual. A Akad fechou o ano passado com cerca de 300 mil apólices emitidas, cerca de R$ 926 milhões em prêmios.
Assim como Nubank e XP fizeram no mercado financeiro, a Akad tem aplicado tecnologia proprietária com a proposta de democratizar acesso e oferecer serviços mais personalizados no segmento em que atua. “Nós vimos uma oportunidade muito clara de transformar o setor de seguros, que até hoje é pouco inovador e muito acomodado, já que é dominado por grandes empresas rentáveis. Mas é um mercado que cresce no país e ainda temos muito espaço para explorar”, diz Danilo Gamboa, CEO da Akad.
Apesar do surgimento de insurtechs de nicho nos últimos anos — empresas com foco em produtos para pets, celular pessoal e até bolsas e itens de vestuário —, o mercado de seguros ainda é dominado por grandes players que acabam ditando o jogo. No ano passado, a Liberty decidiu simplesmente deixar o país. A Allianz também encerrou a operação de saúde, por exemplo. Ao mesmo tempo, as novas plataformas entrantes geralmente dependem de uma parceira para emitir a apólice.
Com a entrada no segmento de pessoas, a Akad ganha acesso a um segmento de R$ 60 bilhões no país e amplia as possibilidades de cross selling: se o pequeno empreendedor já contrata um seguro para o negócio, a apólice de vida pode vir em seguida. E mesmo nos produtos em que já atua, a startup detém apenas uma fração do mercado ainda.
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