Como garantia no financiamento de 994 mil imóveis residenciais em 2023, o seguro habitacional promoveu mais de R$ 6,4 bilhões em arrecadação no ano passado, uma alta de 13,4%, se comparado a 2022. Os dados foram apurados a partir de um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), divulgado pelo Valor Econômico.

Segundo informações do jornal, a CNseg explicou que o avanço foi o mais expressivo desde o início da pandemia, em 2020, quando o seguro habitacional arrecadou R$ 4,5 bilhões. Para Alexandre Leal, diretor técnico e de estudos da entidade, pela natureza obrigatória da contratação, o crescimento na busca pelo produto é um sinal importante do aquecimento do mercado imobiliário.

Para realizar financiamento de imóveis no país, a contratação do seguro habitacional é obrigatória, funcionando como garantia para as operações de crédito imobiliário, tanto na aquisição quanto na construção.

Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), trazidos pelo Valor Econômico, apontam que o crédito imobiliário encerrou o ano passado com R$ 251 bilhões em concessões no país. O número é 4% maior que o de 2022. “Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pela queda da taxa básica de juros (Selic), que fechou o ano em 11,75%”, destacou Leal.

Segundo informações do jornal, o presidente da comissão de seguro habitacional da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Lincoln Peixoto, destacou que o produto gera sustentação ao crédito imobiliário, pois, ao evitar o prejuízo com a inadimplência dos financiamentos, possibilita que as instituições financeiras ampliem a oferta. Ele explicou ainda que o seguro protege tanto a família do mutuário, com proteção em caso de morte ou invalidez permanente, quanto a instituição, que tem certeza que receberá os pagamentos.

No último ano, as seguradoras pagaram R$ 1,4 bilhão em indenizações com o seguro habitacional. De acordo com o Valor Econômico, os beneficiários do estado de São Paulo receberam R$ 245,3 milhões. Em Minas Gerais foram pagos R$ 18,6 milhões e no Rio Grande do Sul, R$ 13,3 milhões.