O ano de 2023 assinala uma década desde a promulgação da Lei Anticorrupção no Brasil, um marco importante na busca pela integridade nas práticas corporativas. Ao longo desses 10 anos, o compliance não apenas se consolidou como uma resposta legal necessária, mas também se transformou em uma estratégia vital no desenvolvimento de líderes e na promoção de uma cultura organizacional ética.

A lei, que impõe responsabilidades claras às empresas para evitar e combater a corrupção, tem sido um catalisador para a mudança na mentalidade corporativa, influenciando a forma como as organizações abordam não apenas a conformidade legal, mas também a construção de um ambiente ético que permeia toda a estrutura empresarial.

Compliance e Desenvolvimento de Líderes

A evolução do papel do compliance ao longo dessa década é evidente na maneira como as empresas passaram a considerá-lo não apenas como uma necessidade regulatória, mas como um pilar estratégico. Líderes comprometidos com a integridade e a ética se tornaram essenciais para a sustentabilidade a longo prazo das organizações. Eles não apenas aderem às regulamentações, mas promovem ativamente uma cultura de ética e compliance em toda a empresa.

Ao modelar comportamentos éticos, esses líderes não só atendem aos requisitos legais, mas também cultivam um ambiente onde os funcionários se sentem inspirados a agir de maneira ética em todas as circunstâncias. O compliance não é mais percebido como uma restrição, mas como um guia para práticas comerciais éticas e sustentáveis.

Ferramentas Digitais na Governança

A ascensão das ferramentas digitais desempenhou um papel crucial na transformação do compliance em uma estratégia ágil e eficaz. À medida que o ambiente regulatório evolui e se torna mais complexo, as empresas buscam soluções inovadoras para facilitar a gestão de processos de compliance.

Plataformas digitais especializadas oferecem uma gama de benefícios, desde a simplificação da documentação e monitoramento de transações até a promoção de treinamentos regulares e atualizações normativas. Essas ferramentas não só aumentam a eficiência dos processos de compliance, mas também proporcionam às organizações uma visão holística de suas operações, facilitando uma abordagem proativa e preventiva para garantir conformidade contínua.

Gestão de Riscos Cibernéticos: Desafios e Soluções Práticas

Na era da transformação digital, a gestão de riscos cibernéticos tornou-se uma questão central para as organizações. A crescente interconectividade e dependência de sistemas digitais expõem as empresas a ameaças complexas e em constante evolução, é importante integrar estratégias de segurança da informação com práticas de compliance é fundamental para enfrentar esses desafios.

A implementação de políticas robustas de segurança, a utilização de ferramentas de monitoramento avançadas e a promoção de uma cultura de conscientização cibernética são aspectos práticos essenciais. Treinamentos regulares sobre melhores práticas de segurança digital, acompanhados de simulações de ataques, capacitam os funcionários a reconhecer e mitigar ameaças, transformando-os em defensores ativos da segurança cibernética da organização.

Ao completar 10 anos, a Lei Anticorrupção não apenas destaca a evolução do compliance, mas também ressalta a necessidade de uma abordagem estratégica para desenvolver líderes éticos e proteger as organizações contra riscos cibernéticos emergentes. A integração contínua de ferramentas digitais e a adaptação ágil às mudanças regulatórias garantirão que as empresas continuem a trilhar o caminho da ética, compliance e sustentabilidade nos próximos anos.

*Lucas Galvão é CEO da Trust Governance, especialista em Cibersegurança, Governança Corporativa e Desenvolvimento de Lideranças.