Os desafios dos profissionais de RH junto à revolução da Inteligência Artificial
Por Sandra Maura, CEO da TOPMIN
Nos últimos anos, o mundo do recrutamento e da seleção de profissionais passou por uma revolução significativa. O perfil do profissional de Recursos Humanos evoluiu consideravelmente, com um foco crescente na capacidade de usar a automação e a Inteligência Artificial (IA) como ferramentas essenciais para o desenvolvimento do trabalho.
De acordo com um estudo recente do Gartner, 72% dos líderes de RH planejam integrar a IA nas operações diárias até 2024. Essa estatística evidencia a crescente importância da IA no campo de RH, destacando a necessidade de estar atualizado neste setor dinâmico.
Hoje, espera-se que esses profissionais estejam por dentro das últimas tendências em IA e suas aplicações, já que a tecnologia está redefinindo o processo seletivo. O novo perfil do profissional não requer apenas conhecimentos básicos em IA, mas também uma inclinação para a aprendizagem contínua, dado o ritmo impressionante com que a tecnologia avança, e a habilidade de aplicá-la para realizar tarefas cotidianas. Uma das áreas mais impactadas por essa tecnologia é a triagem de currículos. Assistentes virtuais e bots automatizam o processo de seleção, tornando-o mais eficiente e poupando tempo e recursos. Por isso, é vital que os candidatos incluam palavras-chave relacionadas às suas habilidades nos currículos, a fim de facilitar a triagem por IA.
Embora a IA seja eficaz na triagem de currículos, as entrevistas ainda são conduzidas por seres humanos. Nos Estados Unidos, já é uma realidade que os recrutadores devam saber usar a IA para selecionar os melhores candidatos. No entanto, a IA pode introduzir uma sensação de impessoalidade no processo seletivo, levando algumas organizações a preferirem entrevistas mais humanizadas para evitar que os candidatos se sintam desconfortáveis.
Nos próximos três a cinco anos, espera-se que a IA desempenhe um papel ainda mais proeminente no RH. Chatbots e automação também na análise de dados serão mais comuns, mas a decisão final de contratação ainda estará nas mãos dos profissionais do setor. O processo seletivo com IA precisa ser cuidadosamente projetado para evitar a desumanização.
Essa atualização do setor também se concentrará em fortalecer as competências comuns e atender às expectativas individuais de cada colaborador das empresas, promovendo o crescimento tanto dos negócios quanto dos profissionais. Recentemente, também tem havido um aumento notável na presença de especialistas em machine learning e análise de dados no campo de RH. Isso se deve ao crescimento dos dados disponíveis, ao avanço tecnológico e à necessidade de decisões fundamentadas. Esses especialistas se apoiam na tecnologia para coletar e analisar dados dos funcionários, recebendo insights para melhorar a tomada de decisão, a eficiência e a eficácia no setor.
Essa transformação fica evidente na ampliação da capacidade de identificar tendências no desempenho dos colaboradores, avaliar o impacto dos programas de RH e liberar tempo ao usar a automação para tarefas rotineiras, como na seleção de candidatos para as vagas abertas. No geral, esses profissionais com habilidades para lidar com alta tecnologia estão impulsionando o setor a ser mais ágil, estratégico e fundamentado em dados, em um cenário de negócios em constante evolução.
Plataformas como o LinkedIn já utilizam palavras-chave para encontrar vagas e, no processo seletivo, a IA também as emprega para buscar novos profissionais, facilitando a correlação das informações contidas nas descrições. Portanto, é crucial usar as palavras adequadas no LinkedIn e no currículo para aumentar a visibilidade junto aos recrutadores. Isso inclui também informar sobre o conhecimento, mesmo que básico, das novas tecnologias utilizadas, uma vez que isso tem peso na triagem e em todo o processo seletivo.
Neste contexto, os currículos precisam evoluir para atender às novas exigências trazidas pelas tecnologias recentes. As empresas agora buscam resultados e avaliam o comportamento dos candidatos durante a resolução de tarefas complexas, o que também devem estar expressos nos currículos. A IA Generativa é vista como uma abordagem mais humana para lidar com o recrutamento em larga escala, valorizando as competências independentemente da origem acadêmica, tendo um foco maior nas habilidades.
A automação das tarefas operacionais permitirá que o RH seja mais estratégico e focado em atividades que realmente agregam valor. Isso também tornará o RH mais alinhado com as metas e objetivos da empresa. A evolução do setor com a IA requer que os profissionais sejam curiosos, inovadores e estejam dispostos a aprender a utilizar as novas tecnologias de maneira eficiente e estratégica.
Portanto, o profissional de RH atual precisa se adaptar e abraçar as mudanças trazidas pela IA. Aqueles que conseguirem combinar o poder da tecnologia com a empatia humana serão os mais bem-sucedidos na busca pelos melhores talentos e no desenvolvimento de equipes de alto desempenho. A revolução da IA no RH é uma oportunidade, não uma ameaça, e a preparação é a chave para o sucesso nesse novo paradigma.
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