Como o médico do trabalho, aliado à dados e tecnologia, pode transformar a saúde ocupacional
Por Bernardo Matosinhos da 3778, Healthtech de saúde corporativa
O mercado de trabalho vem passando por mudanças significativas nos últimos anos. Além da popularização de novas formas de trabalho, como o modelo remoto, destaca-se o cuidado crescente das pessoas com a própria saúde física e mental. Muito em decorrência da pandemia, mudaram-se os hábitos, os compromissos, as rotinas e as prioridades.
A procura por empregos que oferecem equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, por exemplo, aumentou: 61% dos trabalhadores buscam bem-estar físico e emocional no serviço, em especial na prevenção do burnout, segundo pesquisa do Instituto Ipsos. O cenário exige que empresas repensem os cuidados com a saúde dos colaboradores, investindo em soluções e enxergando a importância de alguns profissionais, como o médico do trabalho.
Vejo os investimentos dos gestores na Saúde Corporativa como um dos mais importantes. Além de ser obrigatório e direito fundamental do trabalhador, garantido pela Constituição Federal e pela legislação trabalhista, esta priorização pode garantir um ambiente de trabalho saudável. Esse bem-estar reflete na produtividade das pessoas e, consequentemente, nos resultados da empresa. Também é capaz de reduzir os custos com afastamentos, tratamentos e indenizações decorrentes de doenças e acidentes de trabalho.
Porém, tão relevante quanto investir na saúde corporativa é o papel da pessoa médica do trabalho, um dos responsáveis pela gestão da saúde nas empresas. A atuação pode ir muito além dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais: a pessoa médica do trabalho atende os trabalhadores, promove saúde, previne doenças, orienta e acompanha os doentes, fomenta hábitos de vida saudáveis, sugere mudanças nas empresas com foco na saúde e bem-estar da população. Uma empresa que tem uma pessoa médica do trabalho bem preparada e que está conectada com as principais tendências em saúde corporativa, está investindo na saúde total dos seus trabalhadores.
Os benefícios podem ser ainda maiores quando se usam dados e tecnologia como aliados. Ambos trouxeram para a saúde corporativa a possibilidade de transformar as informações em ações assertivas para os trabalhadores, gerando gatilhos capazes de afetar diretamente as tomadas de decisão estratégicas. Enquanto a tecnologia auxilia nas tarefas operacionais e automatizações, a análise de dados gera novas perspectivas. Desde o tradicional entendimento dos determinantes de saúde da população, até a quebra de paradigmas com o uso da Inteligência Artificial, gerando insights poderosos de predição do futuro da população de trabalhadores nas áreas de custos, desfechos clínicos e afastamentos.
As novas tecnologias, somadas à coleta e processamento inteligente de dados, também podem ser importantes para a saúde dos negócios. Com o cruzamento de informações, médicos e membros do RH conseguem reduzir a sinistralidade dos planos de saúde, atenuar o absenteísmo, implementar um acompanhamento ativo da saúde do colaborador e gerenciar atestados.
Reafirmo que a pessoa médica do trabalho é um dos mais importantes investimentos. Quando inserida na corporação e de posse das ferramentas corretas, tem o poder de transformar a rotina de uma empresa, elevando tanto a saúde populacional, quanto a individual. Tudo isso tem efeitos de longo prazo no sucesso do negócio, mas também de cada indivíduo. Todo mundo sai ganhando.
Mini Bio do autor:
Bernardo Matosinhos, Product Manager na 3778, Healthtech de saúde corporativa. Formado em Medicina pela UFMG, com residência em Medicina do Trabalho e especialização em Ergonomia, hoje tem um desafio incrível na 3778: reinventar a Saúde Ocupacional no Brasil através da tecnologia.
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