"A inovação é impulsionada por dificuldades", afirmam especialistas de negócios do Rio Grande do Sul
Um dos ecossistemas mais desenvolvidos do Brasil no quesito do empreendedorismo inovador, o Rio Grande do Sul reúne 6,8% das startups do país, de acordo com o mapeamento de ecossistemas da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) de 2022. Ele conta com todos os importantes agentes da inovação: universidades, aceleradoras, investidores, agentes de comunidade, grandes empresas interessadas em trabalhar com inovação aberta e, principalmente, uma enorme demanda por resolução de problemas.
"O gaúcho tem a tendência de ser resistente a novidades. Mas, a partir do momento em que ele compra a ideia, ele a impulsiona como ninguém", afirma Rafael Bitencourt, líder de comunidade de Porto Alegre pelo InovAtiva, política pública de apoio ao empreendedorismo inovador no Brasil. Sua missão é engajar comunidades de empreendedores, investidores, grandes empresários e outros agentes de inovação para iniciar conversas e proporcionar novos negócios.
Responsável por esse engajamento no interior do estado, Patrícia Janczak concorda com o profissional. "O Rio Grande do Sul tem uma questão latente de sobrevivência histórica. O interior é uma região mais conservadora, mas a necessidade por sobrevivência provoca a abertura para mudanças." Segundo Patrícia, a pandemia de Covid-19 impulsionou um movimento inovador profundo no estado. "Quando existe um problema, a criatividade é o que leva à solução. Por isso, a pandemia foi o estopim para criar a maior parte das nossas iniciativas de fomento à inovação. Tanto públicas quanto privadas”, complementa.
Ambos os especialistas concordam que a capital atua como um polo de centralização de ideias que então podem dar certo no interior. "É como se Porto Alegre fosse o MVP do Estado. Se dá certo aqui, tem potencial para outras regiões", brinca Rafael. No entanto, o interior do estado tem formado seus próprios ecossistemas.
"A participação ativa em eventos de promoção à inovação e também em eventos de seu segmento de atuação é essencial para se inserir no ecossistema e fazer negócios", afirma Patrícia. Além disso, ela frisa a importância de participar de programas que possam trazer novas oportunidades a soluções inovadoras, como é o caso do SebraeX e do hub Instituto Caldeira, além dos programas de aceleração do InovAtiva, que proporcionam visibilidade nacional.
A profissional também fala sobre um movimento relevante no estado: o interesse cada vez maior de grandes empresas no trabalho com inovação aberta. "Essa é uma oportunidade relevante para startups que estão começando, porque elas podem validar suas soluções ao mesmo tempo que já conseguem uma projeção importante no mercado", explica.
Por fim, Rafael discorre sobre outra característica que faz do Rio Grande do Sul um dos estados mais inovadores do país: o interesse de universidades no tema. "Nossas universidades estaduais têm proporcionado cada vez mais bolsas de ensino e pesquisa voltadas à inovação. Esse é um caminho interessante para diversificar nosso ecossistema com ideias frescas e apoiadas por instituições de ensino", conclui.
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