Na última sexta-feira de novembro (24), é realizada a Black Friday, um dos maiores eventos promocionais do ano. Contudo, anualmente, as estatísticas indicam um aumento alarmante no número de fraudes durante esse período.

De acordo com dados recentes do Relatório Varejo 2023, as fraudes on-line durante a Black Friday aumentaram em 25% nos últimos dois anos. Mais de 40% dessas fraudes envolvem sites de comércio eletrônico fraudulentos ou vendedores não confiáveis. No Brasil, a Black Friday de 2022 registrou mais de 1.000 denúncias de golpes on-line.

Para Wanderson Castilho, perito em crimes digitais com mais de 5 mil casos resolvidos, é inegável que o comércio on-line se tornou um elemento importante na realização de compras, oferecendo praticidade e conveniência, mas é preciso ficar atento devido ao grande volume de transações - Isso piora com o pix, o método mais usado como pagamento no ano passado.

“Apesar das ofertas impulsionadas pela Black Friday serem atraentes, o cuidado precisa ser redobrado, tanto pelas marcas que podem ter a sua reputação prejudicada quanto pelos consumidores que ficam sujeitos a sofrer perdas financeiras irreparáveis", resume o especialista.

Ainda segundo Castilho, os golpistas costumam ludibriar as vítimas, frequentemente por meio de narrativas fictícias, envio de links fraudulentos que, à primeira vista, parecem legítimos, ou através de interações que aparentam ser comuns. Isso é feito para obter senhas, informações detalhadas e, finalmente, executar o golpe, detalha o especialista. Ele acrescenta: "Cerca de 97% dos crimes virtuais se aproveitam da colaboração dos consumidores”.

Nesse cenário, o especialista compartilha algumas dicas essenciais que podem fazer a diferença em suas compras, veja:

Pesquisa e Planejamento: Antes de se deixar levar pelas ofertas tentadoras, é fundamental investir tempo em pesquisa, comparar preços em diferentes lojas, ler avaliações de produtos e avaliar a reputação do vendedor. “Golpistas frequentemente estão nas suas pontas, criando sites falsos, ou acessando as contas dos consumidores”, diz. Ainda segundo o especialista, é importante ficar atento também ao preço normal dos produtos para identificar descontos genuínos.

Desconfie de e-mails e mensagens suspeitas: Criminosos virtuais costumam inundar caixas de entrada de e-mails e mensagens de texto com ofertas "imperdíveis". O especialista recomenda evitar clicar em links ou fazer downloads de anexos de remetentes desconhecidos, e sempre verificar a autenticidade do remetente antes de agir.

Certifique-se de que o site é seguro: Outro ponto crucial é a segurança do site em que está comprando. Antes de finalizar uma compra online, é ideal que o consumidor verifique se o site é seguro, identificando o cadeado na barra de endereço e o "https" no início do URL, indicando uma conexão criptografada para proteger suas informações.

Evite ofertas irreais: Desconfie de ofertas que parecem ser boas demais para ser verdade. Se um desconto parecer excessivamente alto ou a promoção for irresistível, é um sinal de alerta.

Evite compras em redes públicas: Essas redes são mais vulneráveis a ataques de hackers. Em redes públicas, os dados podem ser capturados por softwares maliciosos ou por hackers que podem monitorar o tráfego na rede, capturando informações sensíveis, como detalhes de pagamento, senhas e informações pessoais. É sempre recomendado o uso sua rede móvel ou uma conexão segura em casa para garantir a segurança de suas transações.

Por fim, Castilho ressalta que o comércio eletrônico expandiu as possibilidades de compra, mas também aumentou os riscos. “Com a crescente incidência de fraudes, é crucial aplicar medidas de prevenção para que se possa adquirir os produtos desejados sem preocupações”, finaliza.

Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Com mais de 5 mil casos resolvidos, o perito cibernético e físico, utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Analise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA ). Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners ). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos.