Carro de luxo de youtuber americano é incendiado. Como o seguro agiria no Brasil?
O youtuber Cody Detwiler, do canal WhistlinDiesel, destruiu o carro de luxo do modelo Ferrari F8, avaliado em US$ 400 mil, aproximadamente R$ 2 milhões na conversão atual, ao testá-lo, em alta velocidade, em um milharal seco no estado do Texas, nos Estados Unidos. No Brasil, como seria a questão do seguro se acontecesse algo parecido ou até igual? O especialista Carlos Valle, presidente do Sincor-PE.
Publicado no dia 18 de agosto, o vídeo, que já conta com mais de 7 milhões de visualizações, mostra o youtuber dirigindo em alta velocidade no milharal seco. Uma minivan acompanha todo o trajeto e, durante o registro publicado, alguém grita “fogo!” diversas vezes. Como o campo estava seco, o fogo acabou se alastrando e atingiu a minivan.
Cody Detwiler se autointitula como o “CEO da destruição”, pois costuma gravar conteúdos destruindo automóveis, como: carros de luxo e ônibus escolares. No vídeo publicado, o youtuber escreveu o seguinte como legenda: “Lamento informar a todos que minha Ferrari F8 de US$ 400 mil e minha minivan alugada com apenas 8 mil quilômetros rodados recentemente se transformaram em um monte de cinzas. Este foi um acidente completo e eu originalmente pretendia filmar muitas outras coisas com o carro, mas esta foi uma ótima lição para fazer ainda mais coisas malucas antes que seu carro pegasse fogo. Isto é apenas um arranhão! Voltaremos Ferrari…”. Além disso, utilizando o humor durante o registro, Detwiler também comenta que o veículo não tinha seguro e, por conta disso, não deve receber nenhuma quantia pela perda do carro de luxo.
Apesar do caso ter acontecido em um país diferente, Carlos Valle, presidente do Sincor-PE, explicou como seria se a situação tivesse acontecido no Brasil: “Com a nossa legislação, mesmo que ele tivesse seguro, ele não estaria coberto porque o seguro não cobre por acidentes em rodovias não oficiais e ele estava em um milharal, onde só quem pode transitar são veículos agrícolas. Ele também não teria direito a receber valor nenhum de indenização, pois ele colocou o carro intencionalmente no milharal, sem avaliar as possibilidades de colisão, capotamento e incêndio. Além disso, não avalizou a possibilidade dele ter morrido carbonizado dentro do carro.”.
O especialista também esclareceu que o seguro é pensado para um dano previsto: nem certo e nem incerto. De acordo com Carlos Valle, a condição de previsibilidade de um seguro é o que permite que o mesmo seja efetivado, pois, se tiver certeza que o carro não vai ser roubado ou colidir, a pessoa jamais faria um seguro. Se tiver certeza que vai colidir ou for roubado, a seguradora também não faria.
“As pessoas, às vezes, colocam veículos na beira da praia. Nestas situações, [os veículos] não estão cobertos, pois o automóvel foi feito para rodar nas condições que foi fabricado”, destaca. O presidente do Sincor-PE também acredita que o caso do Youtuber estadunidense pode servir de alerta para qualquer pessoa que usa veículos fora do comum: “Que sirva de lição para todos aqueles que pensam que pode colocar o carro no seguro e fazer o que quiser e o que bem deseja, pois vai estar coberto. O seguro requer uma participação responsável.”, finaliza ele.
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