Entrevista virtual: Como chamar atenção das empresas?
Analista de Recursos Humanos Ana Chauvet dá dicas valiosas sobre seleção de candidatos nas redes sociais e como se sair bem em uma entrevista online
Muito além do homeoffice, a pandemia de covid-19 diversificou o modo como as empresas se relacionam com candidatos a vagas de emprego. Apesar da avaliação do perfil online dos candidatos ser uma prática comum mesmo antes da pandemia, a nova condição fez com que as empresas adaptassem também os processos seletivos para as plataformas digitais. Candidatos antes preocupados com o deslocamento até o local da entrevista, agora devem se atentar ao teste de conexão de internet e buscar um cenário neutro e tranquilo para realizar a entrevista dentro de suas casas. A analista de Recursos Humanos Ana Cláudia Chauvet dá dicas valiosas sobre como se mostrar aos recrutadores de forma assertiva e obter resultados na busca pela recolocação profissional em cada uma das redes sociais.
Com onze anos de atuação na área de recrutamento e seleção, a analista encontrou forças para abrir o próprio negócio após uma decepção profissional. Com isso, surgia em 2019 o Instituto Ana Chauvet: “Estava incomodada com o regime de RH corporativo e robotizado, pois tem uma vida ali por trás de cada currículo. Após uma decepção profissional, realizei uma postagem no Instagram sobre humanização dos processos e as pessoas começaram a me procurar para consultoria. Passei a compartilhar conteúdo e decidi que era o momento de abrir o meu próprio negócio. O Instituto Ana Chauvet é uma empresa de recrutamento e seleção humanizados, atuando em recolocação profissional, treinamento in company, palestras e recrutamento e seleção”, conta.
Mesmo buscando sempre se capacitar, Ana também mantém o Emprega Rio Solidário, um projeto social que leva os serviços de elaboração de currículos, testes comportamentais e consultoria para moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro.
Ainda que o momento seja incerto em relação ao mercado de trabalho, a analista aposta em um regime de trabalho híbrido no pós pandemia, no qual seja mantida a rotina de teletrabalho e praticando encontros presenciais de forma pontual: “Ainda é cedo para fazer projeções sobre o comportamento das empresas após a pandemia, mas é inegável que o homeoffice trouxe vários benefícios para empresas e funcionários: as empresas não necessitam de uma estrutura física para funcionar, além de aumentar a qualidade de vida dos funcionários, que poupam o tempo do deslocamento, impactando positivamente na produtividade. Em um modelo híbrido, as duas partes aproveitariam as vantagens do homeoffice e manteriam as relações sociais que o ambiente de trabalho proporciona”, ressalta.
Confira a entrevista com Ana Chauvet sobre comportamento nas redes sociais e recolocação no mercado de trabalho durante a pandemia:
1- O que os recrutadores esperam dos candidatos nas redes sociais?
Independente da rede, espera-se que o candidato mostre o seu caráter, como ele é de verdade. O ideal é manter a postura profissional, mas o foco vai variar de acordo com a rede.
2- Postagens em uma rede com perfil pessoal influenciam na avaliação do recrutador?
O processo seletivo é restringido à vida profissional. Porém não se pode negar que algumas empresas verificam e podem levar em consideração a postura pessoal do candidato durante o processo seletivo, por isso é importante ter cautela com a exposição.
3- Como o candidato pode se conectar com as empresas de forma assertiva pelo LinkedIn, TikTok e Instagram?
O LinkedIn, por exemplo, é uma plataforma exclusivamente profissional. Contar cases reais, experiências que você teve no trabalho e compartilhar conteúdos técnicos da área que você pretende alcançar são posturas que aumentam o seu engajamento e chamam atenção dos recrutadores.
O TikTok é uma rede mais rápida, onde os conteúdos são mais curtos e com perfil voltado para a brincadeira. Dependendo da área, seria uma rede que não se aplica ao mercado, é necessário ter feeling para identificar o que cabe ou não para a sua área.
Já o Instagram hoje é mais flexível e a plataforma é utilizada para diversas finalidades, tanto para expor um perfil pessoal, quanto profissional. No meu próprio Instagram, por exemplo, eu compartilho conteúdos da minha vida pessoal, mas também da minha vida profissional. Mas é preciso encontrar um equilíbrio: se a pessoa só posta foto com bebidas alcoólicas tendo trabalho no dia seguinte, por exemplo, isso causa uma impressão muito negativa.
4- De que forma as empresas enxergam a questão da privacidade dos candidatos quando ele restringe informações pessoais somente para as suas conexões?
Vai depender da rede. O Instagram, por exemplo, tem mudado sua personalidade, pois hoje existem pessoas que ganham dinheiro através dele. Mas se a sua finalidade for de uso exclusivamente particular, não há problema em configurar a visualização das publicações somente para amigos. Já no caso do LinkedIn, que é uma plataforma voltada para as conexões profissionais e por ser uma rede de networking, isso influencia na visibilidade do perfil. No LinkedIn, quanto mais exposição e engajamento, mais oportunidades o candidato terá.
5- Como o candidato deve se portar em uma entrevista online após passar por esse filtro?
Os processos digitais hoje se dão através de diferentes plataformas, como Zoom, Skype e Hangout. É importante estar em um ambiente tranquilo, livre de ruídos ou interferências, e de preferência que tenha um fundo neutro, livre de muitos objetos; testar a conexão com a internet antes da reunião; deixar um roteiro de entrevista próximo ao computador com os valores da empresa, informações da vaga e o seu currículo para consulta; um copo de água também ajuda; caso o candidato tenha um familiar doente, por exemplo, ou qualquer outro fato que possa interferir na reunião, é interessante avisar o recrutador no início da entrevista.
É preciso se atentar à aparência e se portar como se estivesse em uma entrevista pessoal: vestimenta adequada ao ambiente de trabalho e se atentar à leitura corporal.
6- No caso do candidato estar com os filhos em casa e esteja passível de interrupções, ele deve avisar ao recrutador?
Caso tenham crianças no ambiente, é preciso tomar cuidado: existem recrutadores que irão entender que naquele determinado momento o candidato era o responsável pela tutela da criança, mas tem recrutadores que podem interpretar de forma negativa, como se o candidato não tivesse disponibilidade para trabalhar por não ter com quem deixar a criança. É bom que essas informações sejam bem alinhadas.
7- Qual a sua dica de ouro para o candidato que busca a recolocação profissional através das redes?
Minha dica é você se perguntar: Qual é a marca que você quer passar para o mundo? Toda pessoa tem um adjetivo, por exemplo, a Ana é uma pessoa comprometida e organizada. Quando essa imagem do candidato é bem definida, acaba influenciando independente da rede que ele utiliza. Para isso, é importante compartilhar atitudes que demonstrem essas características.
Serviço:
Instituto Ana Chauvet – Consultoria de Carreira
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